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Memecoin acidental de ZachXBT atinge US$ 15 milhões na Base

4 mins
Traduzido Thiago Barboza

EM RESUMO

  • A cunhagem de um NFT por ZachXBT acabou criando acidentalmente uma memecoin de US$ 15 milhões.
  • O investigador on-chain pretendia apenas arquivar seu trabalho.
  • O incidente levanta preocupações com a automação em DeFi/NFT.
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O investigador de blockchain ZachXBT está no centro de uma controvérsia após um projeto de NFT lançado para documentar uma investigação ser transformado inadvertidamente em uma memecoin de US$ 15 milhões na rede Base.

A situação se desenrolou após uma cunhagem de NFT pelo protocolo Zora emitir automaticamente um token ERC-20 negociável. Segundo ZachXBT, isso foi indesejado e inesperado.

A polêmica da memecoin de ZachXBT

A controvérsia começou quando ele usou o protocolo Zora para criar NFTs de edição aberta de suas descobertas investigativas. A investigação envolveu um roubo de US$ 243 milhões de um credor da Genesis.

Seu objetivo era criar um colecionável digital gratuito para registrar e arquivar permanentemente seu trabalho na blockchain. No entanto, ele não sabia que a interface do usuário (UI) da Zora geraria automaticamente um token ERC-20 ao concluir a cunhagem. Isso efetivamente converteu seus NFTs em ativos líquidos disponíveis para negociação em exchanges descentralizadas (DEXs) como Uniswap.

A UI da Zora atualmente não dá nenhuma indicação aos criadores de que um token ERC-20 também será lançado após uma cunhagem de NFT de edição aberta, compartilhou o investigador de blockchain no X.

Ele anexou capturas de tela ilustrando a falta de transparência na interface da plataforma. Além disso, ele também alertou que poderia tomar medidas caso ocorram mais especulações indesejadas sobre seu trabalho. Especificamente, ele substituiria a arte na Zora por uma imagem em branco ou diluiria a peça com cunhagens adicionais sem data de término.

NFT com o registro da investigação de ZachXBT que virou memecoin. Fonte: Zora
NFT com o registro da investigação de ZachXBT que virou memecoin. Fonte: Zora

Leia mais: O que são cartões colecionáveis de NFT?

O protocolo Zora, que recentemente introduziu seu padrão ERC-20z, permite o embrulho de NFTs como tokens ERC-20. Isso cria liquidez instantânea para colecionáveis digitais de edição aberta sem contratos adicionais. Permitindo, assim, simplificar e padronizar a liquidez para os criadores.

Inovação da Zora gerou as “artcoins”

No entanto, o recurso de popularizou à medida que os colecionadores passaram a ver tais NFTs como “artcoins”. Isso cria uma nova classe de ativos altamente especulativa nas plataformas DEX.

Contudo, parece que a configuração padrão — permitindo que os tokens se tornem negociáveis ​​após a cunhagem — pegou ZachXBT de surpresa. O detetive de blockchain não antecipou a transformação de seu trabalho investigativo em uma memecoin negociável.

“Então, tecnicamente, você lançou uma memecoin por acidente???”, comentou o analista Ansem no X.

A cunhagem inicial de ZachXBT gerou aproximadamente 3.500 unidades. Isso inclui tokens extras que o contrato criou para facilitar um pool de liquidez (LP). Uma vez encerrada a cunhagem, esses tokens e uma parte da receita em ETH foram automaticamente implantados como um LP bloqueado na rede Base.

Comunidade ficou desconfiada da intenção de ZachXBT

A configuração se assemelha à de altcoins especulativas de pump-and-dump. Embora o token tenha começado com um valor de mercado abaixo de US$ 10 mil, seu valor disparou à medida que os traders cripto notaram. No final, atingiu um pico de US$ 15 milhões.

O rápido aumento no valor despertou interesse e engajamento da comunidade. Alguns usuários até estabeleceram uma presença dedicada nas redes sociais, criando memes e um grupo no Telegram. Além disso, eles conectaram o token com a blockchain Solana para expandir as opções de negociação.

Desempenho do preço da moeda meme de roubo de 243M
Desempenho do preço da memecoin de roubo de 243M. Fonte: DEX Screener

O apelo reside na conexão com as investigações de ZachXBT. Isso destaca o fascínio dos ativos baseados em blockchain, mesmo quando são involuntários.

Foi feito por insiders da Zora. Eles sabem que você tem uma reputação melhor do que qualquer outro, e as pessoas confiam mais em você. Eles usaram seu NFT para marketing, brincou um usuário no X.

No entanto, nem toda a atenção foi positiva, já que a especulação em torno da memecoin de ZachXBT atraiu tanto entusiasmo quanto ceticismo. Alguns questionaram se o investigador participou conscientemente na criação de um ativo negociável.

Não está claro se Zach estava ciente ou pretendia usar esse padrão, pois ele precisa ser desativado e a atualização pode não ter sido devidamente comunicada pela Zora. Independentemente disso, o resultado é que Zach lançou um token com um LP automaticamente implantado, um formato muito parecido com muitos tokens de pump.fun e pré-venda, postou outro usuário no X.

Desafio para as plataformas de NFTs

A situação destaca preocupações mais amplas no espaço NFT e DeFi, onde interfaces de usuário pouco claras e configurações automáticas podem transformar ativos involuntariamente. À medida que mais plataformas adotam soluções de liquidez automatizadas e padrões de NFT negociáveis, os criadores correm cada vez mais riscos. Eles podem ver suas obras digitais se tornarem instrumentos financeiros não intencionais.

A experiência de ZachXBT espelha esse desafio, pois ele enfatizou que seu propósito era apenas para registro, não especulação financeira.

Nunca tive a intenção de que as pessoas especulassem sobre investigações e apenas queria um colecionável digital gratuito arquivado permanentemente na blockchain, acrescentou ZachXBT.

No entanto, o investigador de blockchain, popular no universo cripto por expor fraudes e má condutas, se encontra vinculado a um projeto que incorpora o fenômeno das memecoins, uma tendência caracterizada por alta volatilidade e especulação impulsionada pela comunidade.

Leia mais: Como identificar e avaliar o potencial de uma memecoin?

Quanto à Zora, o incidente pode levar o protocolo a reconsiderar como comunica novos padrões aos usuários. Embora o modelo ERC-20z tenha potenciais vantagens na criação de liquidez, ele necessita de indicações mais claras para os criadores que não estão familiarizados com suas implicações.

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Thiago Barboza
Thiago Barboza é graduado em Comunicação com ênfase em escritas criativas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2019 conheceu as criptomoedas e blockchain, mas foi em 2020 que decidiu imergir nesse universo e utilizar seu conhecimento acadêmico para ajudar a difundir e conscientizar sobre a importância desta tecnologia disruptiva.
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