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Ledger pode reconquistar a confiança se abrir seu código?

3 mins
Atualizado por Anderson Mendes

EM RESUMO

  • Ledger está lutando com a controvérsia decorrente de uma falha de relações públicas.
  • Concorrentes estão usando a polêmica a seu favor.
  • A codificação de código aberto pode ajudar o Ledger a recuperar a confiança?
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Esta semana foi difícil para a Ledger, fabricante de carteiras cripto, devido à controvérsia decorrente de uma atualização “Recuperar”. Ela pode recuperar a confiança se abrir seu código, igual a sua concorrente GridPlus?

As carteiras de hardware foram consideradas a opção mais segura para armazenar criptomoedas. Mas a Ledger, uma das porta-bandeiras das carteiras de hardware, entrou em águas profundas depois de um novo recurso “Recuperar” opcional.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

Concorrentes correm para campanha de marketing para código aberto

Enquanto a Ledger enfrenta a reação da comunidade, seus concorrentes colocaram a situação a seu favor. A GridPlus, provedora de segurança de hardware Web3, anunciou planos de abrir o código de seu firmware no terceiro trimestre de 2023.

Ela cita uma história sobre a “Crypto AG”, uma empresa que fornecia dispositivos de criptografia, engrenagens mecânicas, circuitos eletrônicos e chips de silício e software para mais de 120 países.

Mas, a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) possuía secretamente a empresa e acessava os códigos que os países usavam para comunicações criptografadas.

O fabricante da carteira de hardware tuitou que o código-fonte de código aberto é necessário para que essa carteira não exista no futuro. A Gridplus escreve:

 “Nós, como indústria, devemos nos manter nos mais altos padrões e pedimos a todos os outros fabricantes de carteiras de hardware que abram seu firmware também para o benefício de nosso ecossistema”.

Juntamente com a GridPlus, a Trezor também aproveitou o cenário para sua campanha de marketing. Ela destacou sua segurança de código aberto e ofereceu um desconto de 15% em suas carteiras de hardware.

Não há backdoor, dizem co-fundadores

A controvérsia que começou com um recurso de backup de chaves secretas se intensificou com um tuite do suporte da Ledger, que agora foi excluído.

O suporte tentou reconquistar a confiança dos clientes dizendo que sempre foi possível escrever firmware que facilita a extração de chaves.

A empresa queria transmitir a mensagem de que não quebraria a confiança dos clientes extraindo as chaves, mas o tiro saiu pela culatra. Agora, a comunidade quer um firmware de código aberto para verificar o código por conta própria.

Ledger pode reconquistar a confiança se abrir seu código?
Fonte: Twitter

O co-fundador da Ledger, Nicolas Bacca, se apresentou para explicar que não há backdoor. Além disso, o ex-diretor executivo (CEO) da Ledger acrescentou que não havia backdoors e que era uma falha de relações públicas e não uma falha técnica.

Comunidade exige firmware de código aberto

Tem havido um sentimento de medo entre os clientes da Ledger, e eles querem verificar o código por conta própria, em vez de confiar na empresa.

Portanto, a Ledger foi solicitada a abrir o código de seu firmware. Isto permite que os desenvolvedores visualizem o código e, assim, verifiquem o que um o projeto tenta executar.

Um usuário do Twitter escreveu:

“Cara Ledger,
O único caminho a seguir é o código aberto. A confiança só pode ser recuperada se pudermos ver o código.
Palavras não são suficientes, especialmente porque há informações conflitantes vindas de sua equipe.
Como usuário de longa data, já estou procurando alternativas.”

A Ledger já possui aplicativos de dispositivos de código aberto e comunicação entre clientes e o aplicativo. Mas, acredita o cofundador Bacca, “ter um código-fonte totalmente aberto não ajudaria com isso, pois você realmente não tem como verificar o que está sendo executado dentro do dispositivo”.

O BeInCrypto entrou em contato com Ledger, mas ainda não recebeu uma resposta.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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