Tribunal dos EUA arquiva processos contra celebridades envolvidas na promoção da FTX, por falta de evidências de conhecimento prévio sobre o esquema de fraude.
O tribunal distrital de Miami decidiu arquivar as ações contra Gisele Bündchen, Tom Brady e outras celebridades, que promoveram a corretora FTX antes de seu colapso. Enquanto isso o fundador da corretora, Sam Bankman-Fried continua preso, cumprindo sua sentença de 25 anos de prisão por fraudes e manipulação de mercado.
Ausência de provas sobre conhecimento do esquema
No entendimento do juiz americano Kevin Michael Moore:
Os autores não conseguem alegar adequadamente o nexo de causalidade […] os autores não alegam de forma plausível o conhecimento dos Réus sobre a fraude da FTX, disse. Para ele, sem a demonstração de intenções ou informações internas, não há como sustentar as acusações.
Entre os nomes excluídos da disputa judicial estão Tom Brady, Stephen Curry, Kevin O’Leary, David Ortiz, Udonis Haslem, Naomi Osaka, Shohei Ohtani e Gisele Bündchen. O documento também menciona acordos prévios firmados por Shaquille O’Neal e Trevor Lawrence. Youtubers como Jaspreet Singh, Erika Kullberg, Brian Jung, Jeremy Lefebvre, Tom Nash, Graham Stephan e Andrei Jikh fecharam compromissos semelhantes antes da sentença.

O arquivamento dos processos contra as personalidades envolvidas não altera o andamento da recuperação judicial da FTX nem afasta medidas de ressarcimento aos credores. Desde janeiro de 2025, a administração judicial já iniciou o retorno de parte dos depósitos captados pela corretora. Para investidores, a decisão reforça a distinção entre ações de promoção e a gestão operacional de plataformas de criptomoedas.
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Entretanto, Sam Bankman-Fried permanece detido. Condenado a 25 anos de prisão por fraudes e manipulação de mercado, ele transitou recentemente para o regime de isolamento após conceder entrevista em que defendeu que “havia dinheiro em caixa” e afirmou não reconhecer a insolvência da empresa.
A sentença do tribunal distrital de Miami considerou indispensável a inclusão da FTX como parte no processo. O texto também ressaltou potenciais conflitos com a Primeira Emenda, caso se permitisse avançar com alegações sem base comprovada.
O encerramento da ação contra os promotores de mídia coincide com um momento de maior atenção regulatória ao setor de ativos digitais nos Estados Unidos, onde novas propostas legislativas buscam definir limites claros para publicidade e responsabilidade de influenciadores.
A decisão de Moore deverá servir de referência em debates sobre a extensão do dever de diligência de quem divulga produtos financeiros em plataformas de grande alcance.
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