Alegações recentes de alguns dos gigantes da mídia da Europa de que a inteligência artificial (IA) poderia substituir jornalistas causaram preocupação na indústria.
O cerne do jornalismo – narrativa, investigação e comentários conduzidos por pessoas – está em cheque. A entrada da IA nesta indústria é uma benção, maldição ou um pouco de cada?
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IA ameaça o jornalismo?
Mathias Döpfner, CEO da Axel Springer SE, um dos principais grupos de mídia da Europa, alertou que a IA pode não apenas melhorar, mas substituir o jornalismo independente. Ele imaginou um futuro em que a tecnologia superasse as capacidades humanas na agregação de informações.
Döpfner admitiu que os jornalistas sempre seriam necessários para investigar os motivos humanos. Ele enfatizou a importância do conteúdo exclusivo que as máquinas não podem produzir.
“Em suma, a criação de conteúdo exclusivo e atraente continua insubstituível e se tornará ainda mais crítica para o sucesso dos editores. Somente aqueles que criarem o melhor conteúdo original sobreviverão”, disse Döpfner.
Döpfner não é o único a ter essa visão. O Google também está testando a inserção da IA no jornalismo com o Genesis, ferramenta capaz de gerar notícias por si só. Anunciado como um assistente de jornalistas, o programa atraiu reações mistas.
Alguns anunciam a IA como um libertador de tarefas mundanas, permitindo que os jornalistas se concentrem nas atividades principais. Por outro lado, os céticos se preocupam com a perda de empregos e do toque humano na produção de conteúdo.
“A inteligência artificial tem o potencial de tornar o jornalismo independente melhor do que nunca – ou simplesmente substituí-lo”, acrescentou Döpfner.

Jenn Crider, porta-voz do Google, esclareceu a posição da empresa, enfatizando que essas ferramentas de IA não substituiriam o papel central dos jornalistas, mas poderiam oferecer opções alternativas de títulos e estilos de redação.
“Simplesmente, essas ferramentas não pretendem e não podem substituir o papel essencial que os jornalistas têm em reportar, criar e verificar os fatos de seus artigos”, disse Crider.
Atribuindo funções de criação de conteúdo
No entanto, o desafio mais profundo surge quando a IA se aventura no coração do jornalismo: a criação de conteúdo. As máquinas, com seus algoritmos avançados, agora estão prontas para assumir tarefas antes consideradas exclusivamente humanas.
Por exemplo, o maior tabloide da Alemanha, Bild, é uma prova disso. Tendo anunciado demissões significativas recentemente, a empresa atribuiu muitas funções de sua antiga força de trabalho às máquinas.
“Estamos abordando o tema com a mente aberta e atualmente temos muitas iniciativas com as quais estamos explorando áreas de aplicação de IA para nossas marcas jornalísticas, tanto nos processos de produção das redações quanto em relação à experiência do leitor”, disse o porta-voz do Bild.
Este é um momento crítico na história do jornalismo. Os tradicionalistas argumentam que a própria alma do jornalismo está na criatividade humana, na empatia e nas nuances da narrativa – elementos que as máquinas nunca poderão compreender.
No entanto, a realidade do futuro da indústria pode ser mista. As empresas de mídia premium provavelmente preservarão seus principais jornalistas, adicionando um toque humano à sua marca em meio a um mar de conteúdo orientado por IA. Mas, para muitos profissionais do setor, o futuro pode estar repleto de incertezas.
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