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A interrupção na mineração de Bitcoin no Irã pode gerar um hashrate global?

2 Min.
Atualizado por Lucas Espindola

Resumo

  • O hashrate global do Bitcoin é a maior em três anos: mais de 15%.
  • A interrupção na mineração de Bitcoin coincide com ações militares dos EUA no Irã.
  • Max Keiser alerta que mineração de Bitcoin pode se tornar uma questão de segurança nacional.
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O hashrate global do Bitcoin registrou uma queda superior a 15% entre os dias 15 e 22 de junho, marcando o maior recuo em três anos. Essa redução levou a taxa de hash para o nível mais baixo em oito meses, gerando discussões sobre possíveis riscos para a sustentabilidade da atividade de mineração.

Na semana passada, os custos de mineração subiram mais de 34% após o hashrate alcançar níveis recordes. De fato, essa reversão sugere que os mineradores estejam operando no limite da capacidade de seus equipamentos, apesar das margens de lucro cada vez menores.

A queda coincidiu com relatos de ataques militares dos Estados Unidos contra infraestrutura no Irã e interrupções na internet em várias regiões do país. A situação acendeu alertas sobre os riscos crescentes da mineração em meio a conflitos geopolíticos.

O que esperar para a mineração de Bitcoin?

O BeInCrypto procurou Max Keiser, conselheiro de Bitcoin em El Salvador, para comentar a situação. Para ele, o setor pode estar entrando em uma nova fase de consolidação e reestruturação regional.

Podemos ter entrado em uma era onde países estão bombardeando as instalações de mineração de Bitcoin uns dos outros como parte da guerra global de hash que previ em 2017, disse.

Embora flutuações no hashrate sejam comuns durante mudanças sazonais na oferta de energia, como ocorre nos meses de verão na América do Norte, o momento de queda chama atenção. De fato, o Irã responde por cerca de 4% do hashrate mundial.

Além disso, analistas apontam que as regiões iranianas com abundância energética atraem operações industriais de mineração, mesmo sob sanções. Essa distribuição por país mostra os Estados Unidos com cerca de 30% e a China com 47%. Keiser alertou ainda que o centro de mineração no Texas pode representar “uma vulnerabilidade estratégica” diante de possíveis conflitos físicos ou ataques cibernéticos.

Distribuição de pools de mineração de Bitcoin por país
Distribuição de pools de mineração de Bitcoin por país. Fonte: Hashrate Index

Quais são os desafios da mineração cripto?

As declarações refletem preocupações antigas entre entusiastas do BTC, que consideram o poder computacional um possível vetor de interesse nacional no futuro.

Com o aumento das tensões militares e a integração crescente entre infraestrutura descentralizada e interesses estatais, a mineração pode deixar de ser vista como uma atividade neutra.

Além disso, as políticas comerciais do ex-presidente Donald Trump provocaram mudanças no setor. O BeInCrypto já havia relatado que fabricantes chinesas de equipamentos de mineração estavam transferindo operações para os EUA para evitar tarifas, o que pode alterar a distribuição global do hashrate.

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Renan Honorato
Jornalista por paixão, exerce a profissão com seriedade. Cobre temas relacionados à economia criativa, Web 3.0 e geopolítica. Trabalhou na redação do Meio & Mensagem e colabora para o UOL. Almeja um mestrado em relações internacionais na USP, além de atuar como parceiro da Oboré na comunicação da Praça Memorial Vladimir Herzog. Sugestões de pauta são sempre bem-vindas.
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