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Inflação deve levar a alta do Bitcoin (BTC), segundo Allianz

3 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • El-Erian foi convidado a falar sobre a situação da economia dos EUA e o resultado das ações do Fed.
  • Consultor econômico-chefe da Allianz não confia na capacidade do Fed de restaurar a meta de inflação.
  • Ele acredita que a projeção é de alta explosiva.
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O consultor econômico chefe da Allianz, Mohammed El-Erian afirmou que o preço do Bitcoin (BTC) deve subir como resultado da crise de política monetária nos Estados Unidos.

A declaração foi feita em uma entrevista à CNBC, na qual o consultor da Allianz falou sobre as taxas de inflação, a possível recessão e os resultados das ações do Federal Reserve (Fed), o Banco Central do País.

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El-Erian destacou que os mercados compreenderam que a inflação não é transitória e que a demora do Fed em assumir o atual cenário o colocaram em desvantagem e num caminho estreito para a desinflação ordenada, como consequência levantando dúvidas sobre o crescimento projetado.

“Estamos nos ajustando a um paradigma onde a liquidez não é mais abundante e nem previsível.”

O Goldman Sachs, por exemplo, afirmou que há 35% de chance de uma recessão nos próximos dois anos. O medo associado ao grande percentual, somado à ideia de recessão adiciona um nível de complexidade quando se tenta equilibrar as métricas de inflação e crescimento.

El-Erian acredita que possam acontecer mais quedas nos mercados, o que chamou de “restauração de valor” e, apesar de garantir que isso é bom para o mercado, aconselhou os espectadores a serem cautelosos:

“Temos que levar a sério o fato de que a estagflação se tornou a linha de base. Essa recessão se tornou o cenário de risco, não estamos mais perto do cenário de ouro. Sim, eu seria cauteloso em todos os aspectos.”, explicou El-Erian.

Ele continuou dizendo que “a inflação atingiu o pico mecanicamente” e afirmou que os efeitos de base se tornaram mais favoráveis, entretanto deixou claro que não se pode declarar o fim da inflação pois a expectativa é de que os índices centrais da inflação persistam em níveis elevados. “Não estamos nem perto do fim do nosso desafio de inflação.”, disse El-Erian.

Inflação e Bitcoin (BTC)

Devido a sua escassez, o Bitcoin (BTC) é compreendido pela comunidade como um ativo de proteção contra a inflação. Historicamente, quando ela aumenta, o fluxo de dinheiro migra de ativos tradicionais em busca de novas oportunidades de investimentos.

Em teoria, a projeção de um cenário de incertezas e baixa liquidez pressionaria ainda mais os investidores a explorarem novos mercados tornando o momento atraente para o Bitcoin.

Entretanto, até ao momento isso não tem se refletido no preço e o que se percebe é um momento de indecisão do ativo depois de ter enfrentado forte queda entre novembro de 2021 e janeiro de 2022. Ao ser questionado sobre o momento atual do mercado de criptomoedas El-Erian explicou:

“Acho que a preocupação para os investidores de criptomoedas é que esse declínio está acontecendo em um momento em que o ouro está em alta chegando a quase US$ 2.000″.

Momento de decisão para o Fed

Frente ao exposto cenário, o consultor econômico-chefe da Allianz diz não estar confiante na capacidade do Fed em restaurar a meta de inflação de 2% nos próximos dois anos e sugere que ela terá que ser ajustada.

Os dois principais motivos, segundo sua análise, que levariam o Fed a tomar essa decisão seriam o impacto negativo na credibilidade da instituição ao reconhecer não poder acertar a meta por agir tardiamente e a preocupação dos efeitos de uma desaceleração muito brusca, que possam empurrar a economia não apenas para uma recessão de curto prazo, mas para uma de longo prazo.

El-Erian explica que essa pressão os levaria a mudar a meta de inflação de 2% para 3% como saída, e projeta que, ao criar uma meta móvel, ela se torna mais fácil de atingir e passa a percepção que o planejamento central da economia ainda é resgatável, pois são capazes de fazer as mudanças que afirmam ter o poder de fazer, restaurando a credibilidade. 

“Isso é o que se obtém quando se espera muito tempo para reconhecer o que é a inflação e agir. Devíamos ter iniciado o QT (aperto quantitativo) no ano passado e não o fizemos.”, afirmou El-Erian.

O repórter então fez sua pergunta final: “Ok, Mohammed. Se você estiver certo e eles fizerem isso, o que acontece com o ouro e as criptomoedas?”

“A projeção é de alta explosiva para os dois em um cenário como esse”

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Thiago Barboza
Thiago Barboza é graduado em Comunicação com ênfase em escritas criativas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2019 conheceu as criptomoedas e blockchain, mas foi em 2020 que decidiu imergir nesse universo e utilizar seu conhecimento acadêmico para ajudar a difundir e conscientizar sobre a importância desta tecnologia disruptiva.
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