Inteligência Artificial (IA) generativa e investimentos em sustentabilidade estão no centro das estratégias dos CEOs das empresas em todo mundo, com impactos também significativos no Brasil.
A 28ª edição da Global CEO Survey da PwC revelou que, globalmente, um terço dos CEOs afirma que a IA gerou aumentos de receita e lucratividade em 2024. Enquanto mais da metade relatou melhorias na eficiência do uso do tempo dos funcionários.
CEOs do Brasil estão otimistas com IA e investimentos para mitigar ações climáticas severas
No Brasil, o otimismo em relação à tecnologia é ainda maior: 51% dos líderes empresariais confiam na integração da IA aos processos essenciais, acima da média global de 33%. Já no campo dos investimentos climáticos, a pesquisa indica que, globalmente, dois terços dos executivos observaram redução de custos ou impacto neutro nas despesas com iniciativas de baixo impacto ambiental.
Por aqui, em terras brasileiras, esse movimento tem gerado resultados expressivos, com um terço dos CEOs relatando aumento de receitas decorrente desses investimentos. No entanto, diferenças regionais aparecem, como por exemplo, na China. No gigante asiático, 60% dos líderes empresariais destacaram ganhos financeiros devido a incentivos governamentais, enquanto no Brasil apenas 13% das empresas contam com estímulos similares.
IA precisa de reinvenção
Apesar desses avanços, a pesquisa aponta que o ritmo da reinvenção dos negócios com IA permanece lento, tanto no Brasil quanto no mundo. Cerca de 42% dos CEOs globais acreditam que suas empresas não serão viáveis nos próximos dez anos se mantiverem o modelo atual, percentual próximo ao registrado no Brasil (45%).
Ainda assim, o país se destaca pelo protagonismo de ações voltadas à inovação. 47% dos CEOs brasileiros dizem que suas empresas desenvolveram produtos ou serviços inovadores nos últimos cinco anos. Número maior em comparação com os 38% da média global.
Otimismo econômico global com desafios
O otimismo sobre o crescimento econômico também é compartilhado globalmente, mas com diferenças regionais. Enquanto 68% dos CEOs no Brasil esperam uma aceleração da economia global nos próximos 12 meses, na média mundial o índice é de 58%.
Para a economia doméstica, os líderes brasileiros estão ainda mais confiantes: 73% preveem um crescimento. E destacam o Brasil como um mercado estratégico em meio às incertezas globais. Entretanto, desafios permanecem. A pesquisa destaca como barreiras comuns a falta de mão de obra qualificada, riscos cibernéticos e tensões geopolíticas. Todos esses fatores afetam a implementação de tecnologias emergentes como a IA, mostra o levantamento.
No Brasil, a escassez de talentos aparece como a principal preocupação, mencionada por 30% dos líderes empresariais, seguida pela instabilidade macroeconômica e inflação.
As perspectivas dos líderes empresariais sobre a economia podem surpreender diante do contexto de tensões geopolíticas e comerciais. Mas eles continuam apreensivos com a sobrevivência de suas empresas diante da urgência da reinvenção, que ainda precisa avançar, afirma Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil.
“Entre os obstáculos estão processos de decisão ineficazes, baixos volumes de realocação de recursos e um desalinhamento entre a duração do mandato dos CEOs e as necessidades de transformação de longo prazo”, complementa Castro.
O estudo ressalta que no Brasil e no mundo, a reinvenção dos negócios e a integração da IA e de práticas sustentáveis são cruciais para a sobrevivência e o crescimento das empresas. O Brasil, com confiança na IA e avanços em sustentabilidade, pode liderar um futuro econômico inovador e sustentável alinhado às tendências globais.
A 28ª edição da Global CEO Survey da PwC ouviu mais de 4.700 CEOs em mais de 100 países, entre eles o Brasil.
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