A hash rate do Bitcoin em pools chineses caiu até 97% desde o dia 15 de maio, revelou o pesquisador Larry Cermak.
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Foram analisados dados de 15 pools de mineração da China, que, juntos, tiveram uma queda média de 49,5% em sua hash rate. Isto significa que a rede de BTC tem menor poder computacional dedicado para descobrir blocos, potencialmente reduzindo a segurança da rede.
A 1THash foi o pool mais afetado, passando de 7.006 TH/s para 218 TH/s na quarta-feira (23). Isto representa uma queda de 97% da taxa. O segundo lugar é ocupado pela BTC.TOP, que passou de 4.259 TH/s para 256 TH/s, uma redução de 94%.
No outro lado do espectro, a Slushpool, a Rawpool e a EMCD foram as que apresentaram as menores perdas, que giraram em torno de 6%.
O êxodo dos mineradores de BTC
A diminuição da hash rate das fazendas de mineração de Bitcoin ocorre devido ao aumento de restrições ao processo de mineração por parte da China. O país asiático, nos últimos meses, começou a perseguir as criptomoedas dentro de seu território, reiterando a proibição da oferta de serviços relacionados a cripto por instituições financeiras.
Em seguida, o país passou a perseguir as operações de mineração, especialmente as que operam nas províncias de Xingjiang e Sichuan, que juntas concentravam 30% da hash rate mundial.
Segundo a China, isto ocorre porque os locais estariam usando energias poluentes para impulsionar suas operações e aquelas que usam energias renováveis estariam longe da mira do governo. Por outro lado, a decisão do país de investir na pesquisa e desenvolvimento de sua própria CBDC e da blockchain levanta a hipótese de que ele quer apenas limitar a atividade de concorrentes.
Pressionadas pelas novas diretrizes dadas pela China, mineradores procuram se ajustar a elas ou deixar completamente de operar. Algumas optaram por migrar para outros países, o que pode explicar, em parte, a queda em sua hash rate – além de torná-la temporária.
O próprio relatório de Larry Cermak indica isso. Seguindo na contramão da onda iniciada pela China, a hash rate da pool Foundry USA, baseada nos Estados Unidos, cresceu entre os dias 15 de maio e 23 de junho, passando de 5.766 TH/s para 6.616 TH/s, um aumento de 15%.
O novo paraíso do Bitcoin
A deterioração do território chinês como propício para a mineração de Bitcoin fez com que muitos passassem a procurar locais alternativos para a instalação de suas operações. Por enquanto, os destinos favoritos têm sido, além dos Estados Unidos, Rússia, Cazaquistão e Geórgia.
O Chief Mining Officer da mineradora canadense BitFarms, Bem Gagnon, acredita que as taxas de transação do BTC devem crescer no próximo ciclo, um movimento que deve continuar até que o fim da etapa de migração inicie um novo ciclo de crescimento do hash rate.
Em entrevista ao Coindesk, ele acrescenta que os Estados Unidos têm tudo a ganhar com esse movimento, uma vez que já possui uma vasta infraestrutura de geração e transporte de energia que pode facilitar a criação de empreendimentos voltados às criptomoedas.
“A descentralização da rede faz parte da ideia do bitcoin e ter 75% do hash rate concentrado em um único país [a China] não é algo bom a longo prazo. Acho que veremos as minas se espalhando ao redor do mundo, (…) mas o destino primário deve ser os Estados Unidos.”
O impacto do fim da mineração
No início da semana,a BiT Mining anunciou que estava transportando uma parte de seus equipamentos de mineração para o Kazaquistão. Por outro lado, há muitas operações que não podem arcar com as despesas desse tipo de mudança e estão simplesmente fechando as portas.
Ao fazer isso, elas estão começando a vender seus equipamentos. Uma das consequências desse movimento é a redução de preço das placas de vídeo – alguns modelos de GPUs da Nvidia ficaram até 30% mais baratos no Brasil – mas a mudança também afeta os rigs de mineração.
A inclusão de produtos usados no mercado foi tão grande que o preço destes equipamentos também caiu, ao ponto de que a Bitmain Tecnologies, uma das maiores fabricantes destas placas, anunciasse a suspensão da venda de seus produtos.
A média da redução de preços foi de 75% desde abril. Segundo a Bitmain, o aumento da oferta fez com que não fosse mais possível comercializar as placas com a expectativa de obtenção de lucro.
Apesar disso, a empresa afirmou que não pretende parar de operar no mercado e que, no futuro, deve se concentrar na criação de hardware específico para a mineração de altcoins menores.
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