A paralisação dos servidores do Banco Central do Brasil terminou nesta quarta-feira após 48 horas de greve, mas nada foi resolvido. Segundo o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal) nesta quinta-feira (22) haverá uma reunião com a diretoria do Sindicato e na sequência, uma Assembleia Nacional dos servidores para debater os próximos passos.
Para os sindicalistas, a manutenção da greve é “importante para pressionar os representantes do governo por uma proposta satisfatória, juntamente com o aumento das entregas de funções comissionadas na casa.”
Entre as demandas, os trabalhadores pedem o fim das disparidades salariais com carreiras semelhantes, aumento no quadro de colaboradores, exigência de ensino superior para posições técnicas e bônus por produtividade.
Nesta terça, os chefes de unidade entregaram à Diretoria Colegiada do BC carta aberta divulgada nos últimos dias. O texto fala sobre a crise que o Bacen tem enfrentado nos últimos anos. Veja parte da carta endossada por 43 chefes de unidade da instituição.
“ A crise que atinge o Banco Central nos últimos anos tem se aprofundado. Às restrições orçamentárias, que dificultam a realização dos processos de trabalho e o desenvolvimento de projetos, se somam a constante redução do quadro de pessoal e o desalinhamento remuneratório crescente em relação a outras carreiras de Estado de papel estratégico para o País.
Tais fatores têm levado à deterioração aguda e sem precedentes do clima organizacional, que já tem impactos observáveis e ameaça seriamente a condução dos processos de trabalho.
Nesse contexto, são crescentes os riscos para o cumprimento da missão institucional do Banco Central, inclusive para a execução de serviços críticos ao regular funcionamento da economia.”
Durante a paralisação desta quarta-feira (21) houve uma nova rodada da mesa específica do BC com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Até o momento não houve um consenso para o fim das manifestações, apoiadas por diretores e o próprio presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
Greve do Banco Central deve atrasar agenda DREX, PIX e regulamentação cripto
Ainda segundo Sinal, a suspensão dos serviços prestados pelos funcionários pode e deve impactar diretamente projetos como a CBDC brasileira, Drex, manutenção do PIX e a regulamentação dos criptoativos no país.
O BC terminou a consulta pública no último dia 31 para regular o setor cripto no Brasil, mas até o momento, nenhum comunicado sobre assunto foi emitido.
Procurado pela reportagem do BeInCrypto, o Banco Central do Brasil não quis se manifestar.
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