Uma mudança significativa está em andamento no mercado de criptomoedas. Poderiam os grandes bancos ameaçar o domínio da Tether no setor dos stablecoins.
Esta tendência anuncia uma nova era em que as instituições financeiras tradicionais poderão remodelar a indústria, dado o aumento do escrutínio regulamentar observado em 2023.
Tether é ameaçada por grandes bancos
A Tether tem sido um player fundamental no mercado de criptomoedas. Seu USDT, atrelado ao dólar americano, oferece a segurança e a estabilidade que muitos traders e investidores procuram. Com isso, o ativo se tornou a maior stablecoin do mundo.
No entanto, o cenário está mudando rapidamente. Os grandes bancos, anteriormente cautelosos com o mercado, estão agora a reconhecer o potencial das stablecoins. Estes gigantes financeiros possuem a infra-estrutura, os quadros de conformidade regulamentar e, o mais importante, a confiança das massas, que cultivaram ao longo de décadas.
Sua entrada no mercado de stablecoins visa expandir seus serviços e manter o controle sobre o sistema financeiro, o que poderia tirar do mercado gigantes como a Tether.
“Em algum momento, Janet Yellen dirá a Jamie [Dimon] e a todos os outros muppets que dirigem esses bancos TradFi, você tem permissão para fazer um Tether, e eles vão ficar ótimos, vamos apenas oferecer uma moeda do JPMorgan… Não haverá nenhum desses problemas de confiança. E da noite para o dia o Tether não tem mais negócios”, explicou Arthur Hayes, diretor de investimentos da Maelstrom.
Portanto, a compliance regulatória é uma vantagem significativa que os grandes bancos detêm sobre os operadores de stablecoins já existentes. Com o crescente escrutínio dos reguladores em todo o mundo, o mercado está caminhando para uma situação regulatória mais rigorosa. Já habituados a operar sob ambientes rigorosos, os grandes bancos estão bem posicionados para se adaptarem e prosperarem neste setor.
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Confiança para entrar no mercado
A confiança é um ativo inestimável no mundo financeiro e é aqui que os grandes bancos também têm vantagem. Consumidores e empresas acostumados a negociar com instituições estabelecidas podem preferir uma moeda estável apoiada por essas instituições a outras como a Tether. A estabilidade e fiabilidade percebidas pelos grandes bancos poderão levar a uma mudança nas preferências dos utilizadores.
“[Uma hipotética] JPMorgan Coin será usada em todo o mundo [porque] não haverá essas questões sobre a legalidade ou se é um título… É o JPMorgan, eles administram o sistema bancário dos EUA… [Neste caso] você vai usar o Tether ou o JPMorgan Coin?”, questionou Hayes.
No que diz respeito à tecnologia, embora os bancos possam inicialmente ficar para trás, os seus vastos recursos permitem-lhes recuperar rapidamente o atraso. Investimentos em tecnologia blockchain e parcerias estratégicas com empresas fintech podem acelerar sua entrada no mercado de stablecoins.
À medida que os grandes bancos fazem sua incursão em stablecoins, a Tether enfrenta múltiplos desafios. O seu domínio é ameaçado pela concorrência e pelas contínuas questões legais e de transparência.
“Stablecoins ainda funcionarão da mesma maneira, só que essas empresas centralizadas em cripto não farão mais isso. Não serão as pessoas que gerarão grandes margens de juros, serão os mesmos bancos porque, no final das contas, eles não têm nenhum negócio defensável porque dependem dos bancos para custodiar seus fundos e permitir-lhes negociar instrumentos mortos”, concluiu Hayes.
Na verdade, a possibilidade de ofertas de stablecoins mais compatíveis e transparentes por parte dos grandes bancos poderia afastar os usuários do USDT e dos ativos mais usados atualmente.
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