Desde o surgimento da Internet, muitas empresas vem alterando suas formas tradicionais de criar e entregar valor através de desenhos organizacionais adaptados às inovações tecnológicas. Alguns exemplos incluem o Uber, o AirBnb e a Amazon.
O que essas empresas tem em comum? Após a digitalização da sociedade, elas começaram a “pensar de forma digital” e a criar novos modelos de negócio que reflitam este pensamento.
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O “pensar de forma digital” e a Gig Economy
E essa movimentação das empresas não é à toa. Se considerarmos que, desde o ano 2000, 52% das empresas da lista da Fortune 500 foram adquiridas, perderam relevância, ou faliram em decorrência da evolução da tecnologia.
Não à toa, 53% dos CEOs apontam que, nos próximos anos, os novos modelos de negócios serão seu maior risco estratégico.
Paralelamente a isto, assistimos o surgimento da ‘gig economy’ e dos ‘gig wokers’.
O termo gig vem do mundo da música. Nele, os intérpretes reservam espetáculos (gigs, em inglês) que são contratações únicas ou de curto prazo em locais variados.
A economia gig, portanto, é um mercado de trabalho que depende muito de trabalhos flexíveis, freelance, temporários e em meio período. Ela é preenchida por trabalhadores autônomos, muitas vezes envolvendo a conexão com clientes ou consumidores por meio de uma plataforma on-line.
Ela pode beneficiar trabalhadores, empresas e consumidores, tornando o trabalho mais adaptável às necessidades do momento e à demanda por estilos de vida flexíveis. Isso ocorre apesar de muitos alertarem que há desvantagens também – como a erosão das relações econômicas tradicionais entre trabalhadores e empresas.
Nesse passo, os “gig workers” são trabalhadores autônomos e freelancers que normalmente fazem trabalhos de curto prazo para múltiplos clientes. O trabalho pode ser baseado em projeto, horário ou meio período, e pode ser contínuo ou temporário.
Para se ter uma idéia de como o número de trabalhadores com contrato “gig economy” tem crescido nos últimos anos, 57 milhões de americanos assumiram posições de trabalho freelance em 2019.
Além disso, durante a pandemia da COVID-19, ainda mais trabalhadores se juntaram à economia gig. Isto ocorreu porque aqueles que perderam seus empregos em tempo integral começaram a trabalhar como freelancer.
Desistência “silenciosa”: o nascimento de uma nova geração de trabalhadores
Separada pela geografia, mas semelhante em filosofia, uma nova geração de trabalhadores tem compartilhado uma atitude diferente em relação ao trabalho.
Há uma mudança no comportamento das pessoas em relação ao mercado de trabalho, que se acentuou após a pandemia. Já que quem está ingressando no mercado de trabalho têm se recusado a participar da “hustle culture” (cultura da agitação).
Para as novas gerações, não é necessário, nem desejável manter empregos em tempo integral, pois é mais importante o propósito (a realização profissional) e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
A geração Millenium e a geração Z chamam isso de “quiet quitting” (desistência silenciosa) nos Estados Unidos; “Great Resignation” (Grande Resignação) na Europa; ou ainda, “Lying flat” (deitado de bruços) na China.
Neste contexto, a migração de funções em tempo integral para funções “gig” é um meio de renda cada vez mais popular.
Empresas que ainda não começaram a “pensar digital” precisam se adaptar
Em 2023, a economia de mercado global freelance deverá atingir US$ 455 bilhões.
Segundo uma pesquisa realizada pela Upwork and Edelman, a maioria da força de trabalho americana será de gig workers no futuro.
Não à toa, o Statista estima que o número de trabalhadores em empregos gig, são aproximadamente metade da atual força de trabalho dos EUA, e que ultrapassará os 90,1 milhões de trabalhadores em 2028.
Daí porque, quanto mais rápido os empregadores se adaptarem a esta realidade, mais bem posicionados eles estarão para construir uma forte reputação entre os “gig workers”.
Antecipar-se a esta tendência e estabelecer políticas favoráveis aos freelancers, possibilitará aos empregadores se conectarem gradualmente ao mercado de trabalho do futuro.
Claro que já existe uma infinidade de marketplaces para freelancers que conectam empregadores e trabalhadores, como o Flexiple, Freelancer.com, PeoplePerHour, dentre outros.
Mas qual a melhor maneira de conectar empregadores e talentos, já olhando para o mercado de trabalho com foco na Web3?
A token economy em um marketplace de talentos voltado para Web3
O Braintrust é um marketplace de freelancers que opera de forma semelhante a seus concorrentes tradicionais. No entanto, ela utiliza seus tokens nativos – ‘BTRST’ – para atrair empregadores e engajar talentos – sejam eles trabalhadores tradicionais, ou gig workers.
Ou seja, diferente dos marketplaces tradicionais, ela integra elementos de um mercado Web3 em sua plataforma.
Como um marketplace de talentos Web3 pode superar seus concorrentes tradicionais e ter sucesso em atrair as partes interessadas?
As partes interessadas são conectores, empregadores e talentos. Ou seja, os conectores ganham tokens nativos da Plataforma – em nosso exemplo, BTRST – que servem para incorporar empregadores e talentos à rede.
Os empregadores usam os tokens para disponibilizar empregos. Os talentos, dessa forma, utilizam o token nativo para sinalizar a disponibilidade a empregos ou para acessar recursos e descontos de produtos em tokens.
As partes interessadas também podem ganhar tokens como recompensa, fazendo staking neles pela reputação ou participando da estrutura de governança.
Os stakeholders de uma rede descentralizada de talentos
Desde agosto de 2022, mais de 200 empregadores, desde o setor de saúde até a indústria manufatureira, têm empregos ativos no mercado de talentos baseado na Web3 da Braintrust.
Portanto, se olharmos para os clientes da Braintrust por indústria, podemos traçar o seguinte quadro.
- Aproximadamente, 16% são empresas Web3; 14% são companhias de serviços de software; empresas de Internet são 8%; e TI & Telecomunicações são 6%.
- A indústria de serviços financeiros representa 15%; 7% são empresas de Mídia & Entretenimento, e outros 7% são empresas de consultoria.
- O setor de viagens & logística representam 5%; o setor de bens de consumo são 5%, e outros 5% são compostos pelo setor de Saúde.
Ainda, as companhias de energia e recursos ambientais representam 3,5%. O mesmo percentual é composto pela indústria de Manufatura; e o setor de esportes e lazer representa 2%. Empresas ligadas a serviços ao consumidor são 1,5%; educação representa 0,5%; e, por fim, companhias sem fins lucrativos são apenas 1%.
Neste quadro, apesar dos stakeholders da Braintrust serem em sua maioria indústrias fora da Web3, ou que não são indústrias de software, é bom destacar que a soma das empresas Web3 e das ligadas à ela – como serviços de software, empresas de internet, e de TI e Telecomunicações – lideram a lista de oportunidades com 44%.
Outras indústrias não tecnológicas que oferecem empregos significativos são a indústria de Mídia e Entretenimento (7%), Consultoria (7%), e a indústria de Saúde (6%).
Aqui, estamos falando de empresas como NASA, Intel, Deloitte, IBM, Porche e Wallmart.
Empresas fora do setor de tecnologia podem não ter canais semelhantes ou o reconhecimento de marca como empresas de tecnologia entre os trabalhadores Millenials e da Geração Z.
Mas a utilização de uma rede descentralizada de talentos – com elementos “afins à Web3” como uma “token economy” – pode ajudar as empresas fora do setor de tecnologia a expandir seu pool de talentos.
Bem por isso, empresas como Nike, American Eagle, Nestlé, dentre outras, são clientes da Braintrust.
As oportunidades de talentos na plataforma, além do trabalho temporário
Apesar de se apresentar como um mercado voltado para gig workers, e mais de 80% das vagas sejam para oportunidades de empregos “gig”, a Braintrust não limita as vagas apenas a trabalhos temporários.
Dentre os inúmeros tipos de trabalho, as funções que se destacam nos quadros da plataforma vão desde engenheiros e projetistas – sendo que mais de 50% das vagas disponíveis são para engenheiros de software – à prestadores de serviço em plataforma de solução de contato com o cliente baseada em nuvem como a Aloware.
Depois dos engenheiros de software, os projetistas são o segundo tipo de trabalhadores mais recrutados (26%).
Não à toa, engenheiros e projetistas de software ocupam as duas primeiras colocações quando se fala de postos de trabalho no Braintrust. Funções relacionadas à tecnologia, entretanto, possuem atualmente uma alta demanda na plataforma, tanto entre empresas de tecnologia como nas empresas que não são de tecnologia.
Aqui, é importante esclarecer que engenheiros DevOps – o tipo de engenheiro mais procurado – não se confundem com os engenheiros de software tradicionais, porque seu papel abrange a implantação e manutenção de código além do processo de desenvolvimento.
Bem por isso, a maior remuneração por hora é oferecida aos DevOps, dado o conhecimento de nicho necessário para estabelecer e manter uma infraestrutura de engenharia.
Uma curiosidade da plataforma é que, dos postos listados, 48% não possuem detalhes de localização. Ou seja, as empresas não listaram explicitamente um local.
Outro ponto que merece destaque aqui é que o token BTRST da Braintrust pode ser um canal vantajoso, apesar de no momento em que escrevi este artigo seu preço atual estar em $1,01 dólar e ter acumulando uma queda de 71.7% em um ano.
Isto porque, o mercado de trabalho que tende a se tornar realmente global, o Banco Mundial estima que 50% desses gig workers no sudeste asiático não possuem conta em banco, além da sinergia que pode ser alcançada entre o token nativo da Braintrust e DeFi.
Pensamentos finais
Modelos de negócios como o da Braintrust tem a chance de disruptir os atuais players, proporcionando uma ótima ferramenta, tanto a empresas voltadas para Web3, como a empresas fora do setor de tecnologia, mas que desejam a expandir seu pool de talentos com profissionais “afins” ao mercado de trabalho Web3.
Ainda, quando olhamos a diversidade de indústrias que são clientes a Braintrust, e o escopo de empregos disponíveis, percebemos que empresas tradicionais estão dispostas a experimentar um novo mercado – mesmo que se utilize de elementos não tradicionais como utilizar um token nativo para sinalizar a disponibilidade a empregos, ou para acessar recursos e descontos de produtos em tokens, ou ainda, para participar da estrutura de governança comunitária.
Contudo, apesar do modelo de negócio se mostrar promissor e possuir clientes de peso, é bom pontuar que protocolos como o da Braintrust ainda precisam superar o mesmo desafio que a maioria dos protocolos Web3 enfrentam… como escalar e ser capaz de adquirir envergadura, para realmente conseguir fazer frente aos players tradicionais.
E você? Sabia o que é desistência silenciosa e das mudanças no mercado de trabalho? Tinha ideia de que empresas que ainda não começaram a pensar de forma digital precisam se adaptar e buscar novas formas de se conectar com as mudanças do mercado de trabalho?
Acha que em 2030, a maioria dos trabalhadores serão gig workers?
Já tinha ouvido falar em marketplace de talentos com elementos da Web3? Você procuraria um emprego numa rede descentralizada de talentos?
Conhecimento é poder!! Nos vemos em breve!
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