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Gestor de fundo no Brasil que chamou bitcoin de bolha explica porque mudou de ideia

2 mins
Atualizado por Caio Nascimento

EM RESUMO

  • Gestor de fundo da L2 Capital chamou bitcoin de bolha em 2017
  • Hoje, analista se retrata e explica os motivos que o fazem mudar de ideia
  • Declaração veio pouco antes de a criptomoeda passar de US$ 19 mil
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O gestor de fundo Marcelo Lopez, da L2 Capital, mudou de ideia sobre o bitcoin. Em uma série de tweets publicados na última segunda-feira (23), ele explicou por que passou a ver a criptomoeda de outra forma.

Lopez escreveu um artigo fortemente crítico ao bitcoin em 2017. Na época, ele chamou o BTC de bolha e o comparou com as tulipas holandesas de 1600. A história é conhecida de investidores. Ela fala sobre uma alta repentina de preço de tulipas seguida de uma queda brutal.

O gestor, no entanto, fez questão de rebaixar o bitcoin um nível abaixo.

No final de 2017 eu escrevi um artigo para o Infomoney, no qual dizia que o #Bitcoin era uma bolha que deixava as tulipas envergonhadas. Disse também que as tulipas, pelo menos, eram bonitas.

bitcoin

Lopez se baseava em uma ideia muito difundida entre economistas e analistas de investimento na época. O bitcoin era – e ainda é, em grande parte – visto como uma boa invenção, mas que peca na utilidade. Seu grande gargalo era a alta volatilidade, o que o impediria de se tornar um meio de troca.

O argumento foi ironizado por Fernando Ulrich. O economista é conhecido por defender o bitcoin e é autor de um livro sobre a criptomoeda.

Hoje, no entanto, o gestor da L2 Capital diz que reavaliou o bitcoin e passou a vê-lo de outra maneira.

Olhando para a história, nenhum “dinheiro” que já existiu antes da chegada dos bancos centrais começou sendo meio de troca. O “dinheiro” começou sendo aceito como ornamento, depois reserva de valor e, finalmente, como meio de troca, sendo que esse processo demorava décadas.

Bitcoin como reserva de valor

Ele continua dizendo que a história do dinheiro mostra que a ideia de reserva de valor começava “com os mais abastados”. Dessa forma, aos poucos o conceito iria se espalhando por outros setores.

A partir daí, entretanto, os bancos passariam a assumir, dando gás na transferência dos recursos entre essas pessoas. Um dos motivos para Lopez mudar de ideia, portanto, teria sido justamente a ausência dessa etapa.

Meu erro no começo foi não ver que o bitcoin estava primeiramente sendo aceito como uma reserva de valor, que não pode ser inflacionada. Ainda estamos há anos, talvez décadas para que o bitcoin seja aceito como meio de troca (se é que vai acontecer).

O executivo da L2 Capital menciona ainda um argumento conhecido dos defensores do bitcoins: o papel dos bancos centrais. A injeção de trilhões na economia teria sido “um claro lembrete de que devemos pensar em proteger nossas reservas”.

Além disso, a entrada de investidores institucionais vem como cereja do bolo no mercado em ascensão. Lopez menciona que nomes como Stanley Druckenmiller, Paul Tudor Jones, Mike Novogratz, além de gigantes como BlackRock e Fidelity, ajudam a gerar otimismo.

Bitcoin já passa de 160% de valorização no ano, segundo dados do Coingecko

A declaração de Lopez veio pouco antes de o bitcoin atingir US$ 19 mil, marca registrada pela última vez em janeiro de 2018. Às 13h, a moeda já passa de US$ 19.300, segundo o Coingecko. Já no Brasil, o BTC surge negociado, em média, a cerca de R$ 105.500, de acordo com o Cointrader Monitor.

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Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021 com o Grupo Globo na área de tecnologia, onde já cobri assuntos diversos da área, de lançamentos de produtos aos principais ataques hackers dos últimos anos. Também já prestei consultoria em projetos do Banco Mundial e da ONU, entre outras instituições com foco em pesquisa científica. Entrei no mundo das...
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