Com uma previsão de ultrapassar US$ 300 bilhões até 2026, conforme a PwC, a indústria de jogos vive um boom nas áreas de e-sports e games web3. E o setor está atento as oportunidades.
A brasileira Galaxies anunciou nesta segunda-feira (16) a parceria com a Team Liquid, uma das gigantes do e-sports no mundo. Sediada na Califórnia, a empresa possui escritórios em São Paulo e Berlim.
Primeira ferramenta de FRM (Fan Relationship Management), a Galaxies é 100% focada na indústria gamer. Segundo o CEO e Fundador da plataforma, Daniel Victorino,
“O nosso objetivo é potencializar o relacionamento entre organizações de e-sports, organizadores de torneios e ligas, criadores de conteúdo e seus fãs, possibilitando que eles compreendam, engajem e monetizem sua base de fãs.”
Além de parceiro comercial, a Liquid também é cliente da Galaxies. Juntas, as iniciativas querem promover a união da comunidade global de games para entender e potencializar a conexão entre os fãs.
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A primeira ação dessa união é uma pesquisa para analisar o perfil e o comportamento geral e de consumo dos fãs da Liquid. O objetivo é trabalhar essa base de dados para entender, traçar estratégias comerciais e de experiência que estejam mais alinhadas com os reais interesses do seu público.
“Essa parceria é extremamente importante para a Team Liquid, já que o torcedor é nosso principal patrimônio, e tudo o que fazemos é por ele e para ele. Por conta disso, estamos muito felizes com esse projeto, que vai nos ajudar a conhecer e nos conectar de forma ainda mais assertiva com nossa fan base”, falou o general manager da Team Liquid no Brasil, Rafael Queiroz.
Nós da Galaxies, estamos muito felizes em anunciar esta parceria com a Liquid, porque acreditamos que a expertise que temos será fundamental para revelar, através dos dados, o caminho para a orientação estratégica dessa grande organização e ajudá-los a criar experiências ainda melhores para os seus fãs.
“A Team Liquid é uma das organizações de esports mais bem-sucedidas do mundo”, reforça o CEO da Galaxies, Daniel Victorino. “Estamos honrados em poder trabalhar com eles neste projeto com objetivo de entender melhor seus fãs e criar estratégias que estejam alinhadas com as suas necessidades.”, completa.
Pesquisa popular com fãs para traçar estratégia
Até o próximo dia 25 (outubro) a base de fãs poderá responder a várias mini-pesquisas. Os participantes ganharão descontos na loja online para comprar produtos exclusivos da Liquid e ainda concorrerão a Kits Alienware e Jerseys assinadas.
Galaxies quer criar plataforma game web3 com interoperabilidade
A Galaxies – primeiro hub de empregabilidade e educação gamificada – que conecta com dados gamers, times, estúdios, creators e marca, quer criar interoperabilidade entre os games web3
Imagine o jogador poder se conectar com várias empresas, equipes de e-sports e guildas de blockchain gaming. O objetivo é que seja possível gerenciar a própria carreira em um único espaço.
O usuário poderá conectar sua identidade a várias plataformas como Nintendo, Play Station, Steam, etc. Poderá, por exemplo, ter todos os troféus, acessórios, roupas e demais itens em uma única galeria ao invés de várias, exemplifica o CEO.
O Futuro é on-chain
A equipe do BeInCrypto conversou com o fundador da Galaxies, Daniel Victorino, que hoje reside no Reino Unido. Apaixonado por jogos desde a infância, ele falou sobre o futuro da empresa e a ideia de criar um produto on-chain, com token próprio e interoperável.
“Desde que eu me conheço por gente, eu sempre fui gamer, apaixonado por jogos. Comecei com os RPGs de tabuleiro, tive todos os primeiros consoles, nunca parei.” revela logo no início da entrevista.
E essa relação amadureceu após alguns anos. Ao sair do Brasil, Daniel conta que começou a olhar o setor não apenas como um fã, e sim como um investidor.
O brasileiro de 30 anos foi morar em Londres no início da pandemia da Covid em 2020, pois queria entender melhor o montante que essa indústria movimentava.
E já sabemos que não é pouco. O mercado de games já maior do que o de cinema e de música juntas, por exemplo. Este ano a indústria já faturou US$ 188 bilhões contra pouco mais de US$ 77 bilhões da cinematográfica e US$ 15 bilhões da musical.
Após estudar um ano de Relações Internacionais, foi no curso de Economia na FEA – USP, que Daniel ouviu falar pela primeira vez em empreendedorismo,
“Eu era ainda novo, tinha 18 anos e não fazia a menor ideia do que eu queria fazer, mas o que ficou claro foi: o que mudava o mundo, eram os empreendedores.”
E sobre e Bitcoin, o fundador da Galaxie perdeu 1 BTC!
“Nunca vou esquecer que teve uma palestra que assisti em 2013, não lembro o nome da corretora e não sei se existe mais, mas lembro do assunto Bitcoin, ativos digitais. No entanto, não dei a menor atenção, mas a Exchange estava dando 1 Bitcoin para quem criasse a conta na plataforma. Era coisa de menos de US$ 100 dólares e eu deixei passar.”
Não só Daniel, mas boa parte daquela sala não tinha ideia do que aconteceria com “aquele” Bitcoin.
O jovem ainda não sabia o que queria construir, mas tinha certeza de que precisava entender sobre como ganhar e fazer a gestão do dinheiro.
Três anos depois, Victorino foi trabalhar no mercado financeiro para adquirir experiência. Começou a carreira com research, (análises para tomadas de decisões de compra e venda de ativos), se especializou em dados, teve contatos com mentorias, foi professor e se encantou com a trilha educacional.
Após passar por gigantes do mercado como Accenture e Itaú, recebeu uma proposta para trabalhar em Londres. Mudou o foco da carreira e foi gerir uma área global de marketing em 2020. A cidadania italiana de Daniel Victorino, também ajudou na mudança para o novo endereço inglês, antes do Brexit.
“Fui trabalhar com marketing, assumi uma área de produtos, participei da ideação, prototipação, desenvolvimento, lançamento do aplicativo mobile, envio de dinheiro via desktop. Entregamos o serviço em 32 países….foi uma doideira”, fala Victorino sobre parte da carreira na terra da Rainha, antes de fundar a Galaxies.
Após dois anos, contatos com tantas culturas, coordenando time de desenvolvedores de várias nações, Daniel teve a convicção que estava pronto para empreender.
Metade do mundo é gamer!
De acordo a Newzoo, a previsão é de que o número de jogadores em todo o mundo alcance a marca de 3,38 bilhões em 2023, um aumento de 6,3% em relação ao ano anterior. O dado foi revelado no informativo da Galaxies via LinkedIn. Ou seja, quase metade do planeta é gamer!
Em um mercado tão promissor e ao perceber a burocracia, altos custos para envio de dinheiro, Victorino começou a entender melhor DeFi e Web3.
Apesar de ter começado a comprar Bitcoin em 2016 – mais ainda sem entender o mercado cripto, o executivo se encantou. Ele diz que foi um caminho sem volta ao conhecer a blockchain em 2020/2021, quando a onda do metaverso chegou na Inglaterra.
O brasileiro aproveitou o isolamento da pandemia para aprofundar seus estudos, percebeu o boom do metaverso na Inglaterra e começou a investir em fundos multimercados games.
“Começou a se falar sem parar de metaverso. E aí tinha a versão metaverso do que eu chamo de web 2. E a versão que eu chamo de web 3, com questões questão digitais, transações peer to peer, várias outras coisas dentro desse mundo digital expandido, no qual a gente tem realmente uma expansão da nossa vida”, explica.
Foi o click para Daniel voltar os olhos para indústria que “há 40 anos faz mundos digitais imersivos, expandidos”, nas palavras dele.
Aí juntou a vontade de empreender com algumas dores antigas de jogador, o gosto pelas novas tecnologias, a paixão de infância e conhecimento pessoal para que Victorino questionasse:
Cadê as soluções de marketplaces da indústria gamer? Onde um time vai encontrar um jogador? Como marca vai encontrar um gamer?? Se perguntou.
O jovem diz que já estava “pensando em escalabilidade, defensabilidade, propriedade intelectual no caso de uma venda, receitas exponenciais e custos que são aritméticos”.
Ele se inspirou em plataformas como Airbnb, Spotfy , em locais onde fãs e marcas se encontram com especificidades de nichos
“Eu joguei World for Craft por cinco anos e simplesmente quando parei de jogar, tudo o que eu construí naquele jogo, a minha identidade digital foi perdida.”, diz o empreendedor
O relato do fundador da Galaxies não é incomum entre jogadores.
A ideia de trazer a web3 para o metaverso, tokens sendo usados como moedas, a onda NFT foi de encontro ao mundo gamer, que compras moedas nativas de jogos há mais de 20 anos, detalha Daniel. E comprar uma moeda digital é muito mais nativo para um gamer do que para um não gamer. Isso faz sentido muito rápido. Mesmo que ele não entenda nada da tecnologia NFT, o jogador entende o benefício rápido, completa.
“Eu acredito que os games são a forma mais poderosa de engajamento que o ser humano já inventou.”
Não é à toa que toda empresa quer gamificar a jornada do usuário e assim por diante. Logo após o boom dos blockchain-games em 2021, – 12 meses depois que tudo começou – , 54% das transações on-chains eram originadas por causa de games, ou seja, mais da metade.
A Galaxies nasceu da ideia de criar um Layer de tecnologia, de conexão para os stakeholders do mundo de games. Com foco ainda em Web2, a empresa também tem se dedicado à Web3 e quer construir as pontes de Web2 para Web 2.5 e Web 3.
No futuro, o jogador vai conectar a identidade gamer, a própria carteira com as contas da Nintendo, Steam, PlayStation, etc.
Apesar de uma indústria tão bilionária, o mercado ainda é muito fragmentado, dispersado e falta uma visão com os dados consolidados , relatou Victorino que acabou sendo de certa forma inspirado por essas questões para criar a Galaxies
“Para o fã é como se fosse um Spotify dos games, incluindo cursos educacionais, temas focados em carreiras, entre outras ações, benefícios finaliza Daniel.
Há um ano a empresa com 19 colaboradores, captou R$ 4 milhões tem hoje 4.500 usuários ativos na plataforma.
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