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FMI indica otimismo, mas vê sistema financeiro global testado por inflação e juros altos

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Atualizado por Anderson Mendes

EM RESUMO

  • Blog do FMI : Sistema financeiro global testado por inflação e taxas de juros mais altas
  • Instituição pede mais vigilância, supervisão e regulamentação de governos e bancos imediatamente. 
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O aperto acelerado da política monetária após anos de taxas baixas expõe falhas de economias, afirma o blog do FMI, que analisou o primeiro capítulo do Relatório Global de Estabilidade Financeira de abril

De acordo com a análise após o início da crise financeira global – que ainda assola o mundo – “bancos se fortaleceram significativamente para garantir mais capital e ativos líquidos em seus caixas”.

As instituições financeiras também foram submetidas a testes de estresse que “devem ajudar a garantir a resiliência a choques adversos”.

No entanto, o sistema financeiro global ainda apresenta tensões consideráveis, já que o aumento das taxas de juros abala a confiança de instituições e mercados.

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O FMI cita as falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank nos Estados Unidos. Ambas causadas pela fuga de depositantes sem seguro. Estes perceberem que as altas taxas de juros levaram a grandes perdas nas carteiras de títulos desses bancos.

A aquisição do Credit Suisse, apoiada pelo governo da Suíça, pelo rival UBS também abalou a confiança do mercado. A soma desses eventos desencadeou respostas de emergência significativas por parte das autoridades.

O relatório mostra que os riscos para os intermediários financeiros bancários, e não bancários, aumentaram à medida que as taxas de juros subiram rapidamente para conter a inflação

“Historicamente, tais aumentos vigorosos de taxas pelos bancos centrais são frequentemente seguidos por tensões que expõem falhas no sistema financeiro.”

Em seu papel de avaliar a estabilidade financeira global, o FMI assinalou lacunas na supervisão, regulamentação e resolução de instituições financeiras. Relatórios anteriores de estabilidade financeira global alertaram sobre as tensões nos intermediários financeiros bancários e não bancários, diante de taxas de juros mais altas.

O FMI conta com mais de 180 países e trabalha para promover a cooperação monetária global. Para a organização, o sistema bancário atual tem muito capital e recursos para enfrentar turbulências e choques do mercado. No entanto, o que aconteceu na recente crise foi uma soma de fatores:

“Foi um encontro entre o aumento acentuado e rápido das taxas de juros e as instituições financeiras de rápido crescimento que não estavam preparadas para o aumento.”

O FMI aprendeu que problemas em instituições menores podem abalar a confiança do mercado financeiro em geral, especialmente porque a inflação persistentemente alta continua a causar perdas nos ativos dos bancos. 

“Nesse sentido, a turbulência atual é mais parecida com a crise de poupança e empréstimo dos anos 1980 e os eventos que levaram à falência em 1984 do Continental Illinois National Bank and Trust Co., que era então o maior da história dos Estados Unidos. Essas instituições eram menos capitalizadas e tinham depósitos instáveis”, complementa a publicação.

Visão otimista

Apesar de o mercado acionário enfrentar tensão, os investidores estão precificando um cenário otimista e esperam que a inflação caia sem maiores aumentos nas taxas de juros. 

“Embora os participantes do mercado vejam as probabilidades de recessão como altas, eles também esperam que a profundidade da recessão seja modesta”.

Ainda assim, o FMI não descarta uma nova aceleração da inflação e reavaliação pelos investidores da trajetória das taxas de juros.

Quantificação de riscos

O FMI tem uma medida dos riscos para o crescimento econômico global. A métrica indica uma chance de 1 em 20 de que a produção mundial possa contrair 1,3% no próximo ano.

Já o PIB global pode encolher 2,8%. Devido à um forte aperto das condições financeiras em que os spreads corporativos e soberanos aumentam, os preços das ações caem e as moedas enfraquecem na maioria das economias emergentes.

A publicação também diz que a lacunas na vigilância, supervisão e regulamentação dos governos e bancos devem ser abordadas imediatamente. 

“ Em situações agudas de gerenciamento de crise, os bancos centrais podem precisar expandir o suporte de financiamento para instituições bancárias e não bancárias.”

Essas ferramentas ajudariam os bancos centrais a manter a estabilidade financeira, permitindo que a política monetária se concentrasse em alcançar a estabilidade de preços.

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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