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FED eleva taxa de juros em 0,75 ponto percentual nos EUA, maior aumento desde 1994

3 mins
Atualizado por Aline Fernandes

EM RESUMO

  • Preocupação do governo americano é a batalha contra a pior inflação em décadas.
  • Comitê de Política Monetária sinaliza preocupação com crescimento da economia e aumento do desemprego.
  • Aceleração no avanço dos juros ganhou força após inflação acima do esperado em maio.
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O Banco Central dos EUA (FED) elevou a taxa de juros do país para a faixa de 1,5% a 1,75%. Este é o maior aumento anunciado pela autoridade monetária desde 1994.

A decisão do FOMC surge após os dados recentes de inflação ao consumidor de maio surpreenderem o mercado na sexta-feira (10). Isto demonstrou que “a inflação permanece elevada, refletindo os desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas de preços”, diz o comunicado do Comitê de Política Monetária.

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Segundo a ata, em uma votação que contou com dez votos, o único contrário a decisão foi da presidente do FED de Kansas City, Esther L. George. Ela votou a favor de um aumento de meio ponto percentual.

No comunicado oficial, os integrantes do comitê destacaram que estão “preparados para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado caso surjam riscos que possam impedir o atingimento dos objetivos”, reforçando estarem “ fortemente comprometidos em devolver a inflação ao seu objetivo de 2%”.

A invasão da Rússia à Ucrânia também foi citada com um dos fatores externos de instabilidade econômica “causando enormes dificuldades” assim com as consequências dos “bloqueios relacionados à pandemia da Covid.

Apesar de tantos fatores negativos o documento que detalha a decisão afirmou que “os ganhos de salários foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa, apesar da inflação permanecer elevada”.

Os integrantes do Fomc ainda destacaram que os desafios e objetivos da economia continuam as mesmas das últimas reuniões.

Analistas do mercado comentam decisão

Segundo o economista e sócio da BRA João Beck, Essa decisão do FED foi bem diferente das anteriores.

“ Não pela decisão em si, mas pelas próprias opiniões do mercado, que dessa vez, estavam bem divididas. Em ocasiões anteriores estavam mais unânimes. Metade do mercado falava em 0.5 e 50 pontos de alta e a outra metade falava em 75 pontos de alta que foi exatamente o que foi executado, que foi a decisão.

E o discurso, que também foi importante, o comunicado, foi bem mais realista e pragmático. Fazendo com que os americanos aceitem a ideia de que vai ter muito menos crescimento à frente e mais desemprego e uma inflação mais alta mesmo que agora ela não está sendo encarada como temporário, está sendo encarada como bem mais recorrente.

Então por um lado foi bom, porque foi um tom mais duro, que é o que a economia precisa, mas por outro lado, a revisão de crescimento americana foi revisada para baixo e uma expectativa de 3.4 de taxa até o fim de 2022. Essa foi a sinalização do FED”, explicou Beck.

Já Rafael Marques, CEO da Philos Invest a decisão veio em linha com o esperado pelo mercado.

“Adicionalmente, de acordo com o plano de redução do tamanho do balanço, o banco central americano comunicou a participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências. Os indicadores pioraram na última semana após a divulgação dos dados de inflação acima do esperado. Sendo assim, o mercado migrou de um elevação de 0,5p.p., chegando ao maior aumento dos FED Funds em 28 anos.”

A expectativa dos membros, nesse momento, é que a taxa de juros nos EUA fique acima dos 3% em 2022. É um consenso entre eles. No entanto, há divergência sobre a taxa terminal, uma vez que parte do comitê acredita que os juros ficarão entre 3,5% – 3,75%, uma minoria entre 3,75% – 4% e o restante entre 3% – 3,25%.

Por fim, entende-se que o ajuste mais forte, mas mais rápido para combater a inflação, busca um equilíbrio imediato dos preços e as expectativas do mercado, comprometendo o mínimo possível as atividades, concluí Marques.

Correlação do Bitcoin (BTC) com mercado acionário faz cripto sofrer

Enquanto isso, o mercado de criptomoedas parece estar colado com a crise do acionário e fiduciário. Os preços dos criptoativos continuam derretendo. O Bitcoin permanece sendo negociado no intervalo entre US$ 21.000 e US$ 23.000, na pior desvalorização da história da maior criptomoeda em valor de mercado.

Segundo dados da CoinGecko, em um ano o Bitcoin acumula uma desvalorização de quase 70%.

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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