No último dia de Febraban Tech, o coordenador do Drex, Fábio Araújo, voltou a falar dos desafios, oportunidades e riscos antes do lançamento da moeda digital brasileira.
Durante uma mesa redonda no estande da Clear Sale, Araujo ressaltou que a criação do Drex ocorre com a sociedade, mercado e para população.
Queremos o Drex na vida das pessoas assim como Pix e a participação do mercado e das pessoas é fundamental para o desenvolvimento da moeda digital brasileira.
Oportunidades e riscos na primeira fase do Drex
O coordenador do Drex disse que o principal ganho desta primeira fase foi a discussão entre o mercado e consequentemente o aprendizado.
A largura de banda que a gente utilizava antes no BC, não era compatível com Drex. Mas agora a gente tem um potencial de transição muito maior e isso foi um ponto bem importante de aprendizado.
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Segundo Fabio, apesar de o cronograma ter atrasado, todos os envolvidos têm colaborado ao máximo.
Ele citou a privacidade como um gargalo e outros pelos participantes do painel concordaram. Entre eles Luiz Fernando Lopes – gerente de produtos digitais da Tecban e Jean Michel Guillot – diretor de negócios e ativos digitais da Dinamo.
“O maior aprendizado foi o que o Drex está servindo como um catalizador da inovação.” ressalta Guillot.
O que esperar na segunda fase do Drex?
O regulador destacou que os participantes estão usando o ZKP já pensando na questão de escalabilidade, mas a privacidade ainda é um gargalo.
A privacidade mobilizou players ao redor do mundo para melhorar a tecnologia. Ninguém resolveu ainda e, portanto, ainda é um desafio que ainda precisamos amadurecer mais, disse Fabio.
Como trazer maior confiança, autonomia e independência com uma segurança garantida ainda é um desafio, completa o diretor da Dinamo.
Na primeira fase, o BC escolheu esse caso de uso sobre infraestrutura para testar características básicas de privacidade neste ambiente. Apesar de o BC ter desenvolvido todos os contratos inteligentes, agora precisa desenvolver uma governança para o deploy dos contratos dentro da plataforma Drex.
“Vamos testar os casos de uso para testar como eles interagem. Podemos viabilizar alguns casos de uso e outros não.”
Para a superintendente de inovação do Bradesco, Renata Petrovic, a privacidade continua sendo um desafio. “Eu acho que esse é um desafio que está todo mundo, todos os consórcios empenhados em resolver e acho que tem outro desafio que é o desafio da governança também, que agora estão entrando novos participantes, disse.
Petrovic também falou sobre os futuros desafios dos novos casos de uso que ainda serão inscritos no piloto
Os próprios desafios dos novos casos de uso que vão ser colocados, que vão surgir, como isso tudo vai funcionar, como vai ser essa interoperabilidade depois, então são aspectos para serem considerados nessa segunda fase, finaliza a executiva do Bradesco.
Credenciais de identidade
Araújo falou sobre as credenciais de identidade durante o painel. Ele explicou que hoje a cada serviço utilizado é preciso de um conjunto de credenciais digitais diferentes para cada tipo de cliente e operação.
Além da privacidade, a escalabilidade é algo importante que já está no radar de todos, mas eu gostaria de chamar a atenção para o tema de credenciais verificáveis. Além do Drex pode ser usado pelo open finance.
Com as credenciais em um único local, podemos condensar informações para transacionar em ambientes mais abertos. O mercado, portanto, precisa começar a pensar sobre o assunto.
No futuro, os contratos inteligentes também irão precisar validar as credenciais digitais. Araújo voltou a dizer que o BC vai analisar os novos participantes e anunciá-los no mês que vem
A gente vai aprender errando e com os novos casos de uso, vamos aprender ainda mais, concluiu.
Mudança de presidente do BC não afetará DRex
Por fim, Araújo também citou a agenda política na conversa. Conforme ele, mesmo com a possível troca de presidentes do BC no próximo ano, o Drex será mantido.
O próximo presidente do BC pode trazer novos produtos na agenda de inovação, mas os programas atuais seguem. Cada presidente tem uma visão de para onde o mercado pode caminhar, mas a agenda de inovação é muito consolidada e a sociedade vai continuar contribuindo com o avanço da agenda de desenvolvimento do sistema financeiro.
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