No Dia Internacional do Fact-Checking, a Agência Lupa estreia no mercado NFT e coloca à venda algumas de suas checagens de fatos mais importantes do noticiário brasileiro.
A primeira organização de checagem de fatos criada no Brasil, colocou à venda nesta sexta-feira (2) tokens não-fungíveis (NFT) de coberturas históricas realizadas pela agência nos últimos anos.
São seis NFTs disponíveis de checagens de fatos que vão desde fake news envolvendo o presidente Bolsonaro, discursos do ex-presidente Lula, a cobertura das queimadas na Amazônia e a pandemia do coronavírus.
A iniciativa faz parte de uma campanha inédita da organização FACTS-NFT que aproveita esse novo mercado para arrecadar verba a projetos de checagem que tem o importante trabalho de proteger a população da desinformação.
Transformadas em NFT, as checagens históricas se tornam itens colecionáveis únicos. Além da reportagem em si, o token oferece ao comprador o material exclusivo anexado à verificação, como bastidores da apuração e comentários dos jornalistas.
Gilberto Scofield Jr., o diretor de Negócios e Estratégia da Lupa, considera esse novo mercado uma “nova fronteira de negócios para bens intangíveis”, e que portanto, pode ser explorado para comercializar conteúdo noticioso.
“Nossa intenção, ao decidir participar desta ideia inovativa ainda em desenvolvimento, é fazer com que as pessoas preocupadas com a desinformação no Brasil possam nos ajudar financeiramente a ampliar a nossa luta. Há um apelo colecionável também. Meu pai costumava cortar e emoldurar capas históricas de jornais. Por que não fazer o mesmo e comprar o combate à desinformação em momentos históricos do país?”
Além da Agência Lupa, os projetos Lead Stories (Estados Unidos), Newtral (Espanha) e Taiwan FactCheck Center (Taiwan), também compõem o acervo de 20 checagens colocadas à venda.
Os NFT estão disponíveis na plataforma OpenSea e cada token custa em torno de R$ 578, pagos através da criptomoeda ether (ETH).
Jornalismo abraça NFT
Apesar da iniciativa ser inédita no Brasil, outros veículos já comercializam suas produções jornalísticas no formato NFT.
O The New York Times, considerado um dos jornais mais importantes do mundo, transformou uma coluna em NFT – cujo conteúdo explicava esse mercado – e a vendeu por pouco mais de R$ 3 milhões.
A TIME também leiloou NFTs de quatro capas icônicas da revista. A venda mais cara foi a capa da última edição intitulada “Is Fiat Dead?”, que abordava o avanço das criptomoedas e sua tecnologia, vendida por R$ 750 mil.
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