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Exchange brasileira suspeita de fraude deve R$ 1,6 bilhão para credores, aponta relatório

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Editado por
Júlia V. Kurtz

19 outubro 2020 10:39 BRT
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  • Grupo Bitcoin Banco deve R$ 1,6 bilhão
  • Valor é o triplo do divulgado no início deste ano
  • Informação foi divulgada por administradora judicial
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O Grupo Bitcoin Banco, de Curitiba (PR), tem uma dívida de cerca de R$ 1,6 bilhão com credores. O montante é o triplo do apontado no início de 2020 pela empresa.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira (19) em lista da administradora judicial do grupo, a EXM Partners.

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A lista foi publicada dentro do processo de recuperação judicial do conglomerado.

A ação corre na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da capital paranaense desde o final de 2019.

Credores têm 10 dias para contestar

Os credores da empresa têm dez dias para contestarem as informações, de acordo com a juíza Mariana Gluszcynski Fowler Gusso. Foi ela que, conforme reportou o BeInCrypto, pediu para a empresa depositar 7 mil bitcoins em uma conta judicial.

O Ministério Público, caso tenha alguma contestação, também pode se pronunciar nos próximos dias.

Em grupos do Telegram, supostos investidores do Grupo Bitcoin Banco já se manifestaram sobre a relação de credores.

“Meu nome nem está na lista, mas mesmo se tivesse, é só perda de tempo. Ninguém vai receber nada não. Graças a Deus perdi pouco nesse lixo de pirâmide”, disse um suposto antigo cliente do Grupo Bitcoin Banco, que se identifica apenas pelo nome de “Pardal”.

Divisão da dívida do Grupo Bitcoin Banco

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Segundo o documento, a empresa deve R$ 1,52 bilhão para investidores (credores quirografários), cerca de R$ 20 milhões para empresas (credores ME e EPP) e quase R$ 7 milhões para antigos colaboradores (credores trabalhistas).

De acordo com a lei de falências ( nº 11.101/2005), os credores trabalhistas têm prioridade para receber os valores. Em último lugar, conforme a legislação, estão os investidores.

Processo de recuperação judicial

O Grupo Bitcoin Banco, suspeito de ser um esquema fraudulento, está em processo de recuperação judicial desde o final de 2019.

Em maio deste ano, em plano de recuperação judicial apresentado à Justiça, a empresa informou que iria pagar os credores em 84 parcelas. Em outras palavras,  deve quitar a dívida total somente em 2021.

A empresa, sediada em Curitiba, não libera saques para investidores desde o início do ano passado. Naquele período, a empresa informou que não conseguiria mais liberar dinheiro porque teria sido alvo de um ataque hacker. A Polícia Civil do Paraná, que investigou o caso, não encontrou provas da alegação.

Ainda no início deste ano, a juíza Camile Santos de Souza Siqueira, da 3ª Vara Criminal de Curitiba, disse que o Grupo Bitcoin Banco pode ter operacionalizado uma “fraude sofisticada e complexa”.

A empresa foi fundada pelo empresário Claudio Oliveira.

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