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Ethereum.Rio23: Real Digital será eficiente e inclusivo

4 mins
Atualizado por Thiago Barboza

EM RESUMO

  • Especialistas debateram a importância do marco legal regulatório cripto.
  • Em fase de testes o Real Digital e as CBDCs também tiveram um painel exclusivo.
  • A simplicidade e a segurança devem ser fatores decisivos para a adoção em massa.
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Ethereum.Rio23: Real Digital será eficiente e inclusivo. No terceiro dia de evento os painéis sobre o marco legal cripto e o Real Digital foram os destaques.

A regulamentação do setor cripto e o avanço das CBDCs são hoje os pontos nos quais governos e instituições mais têm se concentrado. Desta forma não poderiam ficar de fora do evento. Para debater os temas o Ethereum.Rio convidou os melhores especialistas.

A repórter do BeInCrypto Aline Fernandes acompanhou os debates. Confira os principais destaques a seguir.

Projetos cripto ainda enfrentam barreiras legais

No painel sobre marco legal cripto, a advogada e sócia do escritório MCZ Advocacia, Emilia Campos, a co-fundadora do Crypto Club Brasil, Dayana Uhdre, e a Head de Legal & Compliance da Hashdex, Julia Castelo abordaram os desafios legais para projetos do setor cripto.

Durante o painel cada uma falou das dificuldades encontradas pelas empresas na hora de criar um projeto no setor cripto, e os avanços que o marco legal trará. Emilia lembrou que 4 anos atrás a reação do banco central foi de alerta:

“O banco central emitiu uma nota recomendando cuidado com as criptomoedas. Disse que não era emitido por órgãos regulados e alertou para golpes. Aos poucos o entendimento foi mudando.”

Além disso, Emilia destacou que a inexistência de regras claras forçou os profissionais da área a buscarem paralelos dentro do arcabouço legal existente:

“A grande dificuldade naquele momento era implantar regras que já existiam em um mercado que ainda não estava regulamentado. Principalmente na implementação de programas de compliance e governança corporativa. ” 

Entretanto, Dayana Uhdre ponderou que o problema apontado por Emilia “já está superado”. Ela atribui o avanço, em grande medida, à aprovação do marco legal dos criptoativos. No entanto, ela reconhece que “a amplitude do setor cripto não fica restrita ao mercado financeiro”. Desta forma, “a dificuldade atual é identificar o modelo de negócio de cada empresa e encaixar por analogia no arcabouço legal existente”.

Além disso, Julia Castelo ressaltou a importância da CVM em colaborar para o desenvolvimento do setor cripto. Para complementar, ela lembrou que apesar de aprovado “o marco regulatório para o setor cripto ainda está aguardando um decreto para entrar em vigor”.

O Real Digital deve proporcionar muitas inovações ao setor financeiro

O painel do Real Digital foi disputado por desenvolvedores e todos aqueles que pretendiam entender melhor sobre a CBDC brasileira. A fase de testes da moeda digital brasileira foi lançada recentemente e ainda suscita muitas dúvidas no público mais amplo. Portanto, ao final da apresentação os especialistas responderam algumas perguntas da plateia.

O Especialista do Setor Financeiro do Banco do Brasil, Bruno Batavia, integra o Comitê Executivo de Gestão CBDC Lab. Além disso, ele também integra o Grupo de Trabalho da CBDC e o Grupo de Trabalho para Tokenização.

Ethereum.Rio23: Real Digital será eficiente e inclusivo
Painel sobre Real Digital. Foto: Aline Fernandes

Batavia revelou que as pesquisas do Banco Central sobre moedas digitais acontecem desde 2016. O avanço dos últimos anos acelerou o processo do Real Digital. Quando lançada a fase de testes, a EVM foi anunciada como plataforma base para o desenvolvimento.

Bruno explicou os motivos que levaram a equipe a escolher uma plataforma compatível com Ethereum

“A ideia de trabalhar com uma rede EVM foi de aproveitar a parte de inovação, protocolos e contratos. O fato de ser rede pública opensource, com uma estrutura compartilhada com o sistema financeiro também fez a diferença.”

A sócia e líder de blockchain e ativos digitais da EY, Thamilla Talarico, explicou que o Real Digital será transacionado apenas entre os bancos

“A camada que chegará na população é o Real tokenizado.”

Ela explica que a nova infraestrutura criada pelo Banco Central entregará maior eficiência para os bancos ao mesmo tempo que irá gerar novas oportunidades. Pois com maior eficiência os custos caem, tornando mais fácil levar serviços e produtos para a população.

Simplicidade e segurança facilitarão a adoção em massa

Entretanto, Batavia frisou que o desafio nesta fase será “casar o roadmap evolutivo do piloto até a produção com a maturidade tecnológica”. Portanto o piloto será utilizado para testar e estressar a tecnologia. Além disso, ele ratificou a intenção de “trabalhar com o projeto de Real Digital de forma ampla e aberta”, aproveitando os desenvolvedores da Ethereum nas etapas mais avançadas do projeto.

“A ideia é ter a colaboração de todos que se interessem, se assim quiserem”, explicou Batavia.

Por fim, ele destacou que o Banco Central tem se preocupado mais com a interface para o usuário e a cybersegurança. E confia que ao final do processo deve ser entregue um meio termo entre TradFi e DeFi.

“A exemplo do PIX o Banco Central, de forma geral, tem cobrado uma interface simples para o usuário e que seja seguro. O resultado final deve ser um sistema com o melhor do TradFi e do DeFi”, projetou Batavia.

O Diretor Jurídico do Brasil e Regulatório Global na Bitso, Daniel Steinberg, falou com nossa repórter, Aline Fernandes. Ele comentou sobre a forma que o Real Digital deverá operar e como auxiliará na adoção em massa:

“Acredito que uma carteira única será a porta de entrada para adoção em massa. Seja ela de qual for a instituição financeira escolhida pelo usuário. Nela o usuário poderá carregar diversos tipos de criptoativos, moeda fiduciária e outros tokens criados com o Real Digital.”

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Thiago Barboza
Sound Designer de profissão e apaixonado por comunicação, Thiago Barboza é graduado em Comunicação com ênfase em escritas criativas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2019 conheceu as criptomoedas e blockchain, mas foi em 2020 que decidiu imergir nesse universo e utilizar seu conhecimento acadêmico para ajudar a difundir e conscientizar sobre a importância desta tecnologia disruptiva.
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