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Lei MiCA teve pouco impacto no mercado de criptomoedas da Europa, diz ESMA

2 Min.
Atualizado por Thiago Barboza

Resumo

  • A ESMA está preocupada com a falta de mudanças no mercado cripto na Europa na era da Lei MiCA.
  • A ESMA observou que as stablecoins fazem parte de 60% das transações na região e a maioria beneficia o dólar americano e não o euro.
  • A organização destacou que as exchanges concentram grandes volumes de transações de criptomoedas fora da UE e que não possuem sede local.
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A Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (ESMA) está preocupada com a alta concentração do comércio de criptomoedas no continente e a “pouca ou nenhuma” influência da Lei de Mercados de Criptoativos (MiCA).

A ESMA alertou para uma elevada concentração no mercado de criptomoedas e em exchanges que operam na União Europeia (UE). Além disso, entre 20 e 30% das transações cripto envolvem moedas fiduciárias e 80% delas são com o dólar e o euro.

ESMA alerta que o mercado criptográfico na UE “permanece o mesmo” apesar da Lei MiCA

A ESMA destacou que as stablecoins fazem parte de 60% das transações na região, que são utilizadas como moeda fiduciária. No entanto, não demonstraram estabilidade e apresentam flutuações significativas.

A autoridade europeia acredita que é difícil rastrear a origem das transações de stablecoin. Além disso, ela afirma que, na era da lei MiCA, grande parte das exchanges que operam na UE têm domicílios em paraísos fiscais.

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Além disso, o órgão destaca que as exchanges concentram grandes volumes de transações de criptomoedas no mercado. Um exemplo é a Binance, que concentra mais de 50% delas, mas a maioria das transações tem destinos fora da Europa.

Esta não é a primeira vez que a ESMA emite alertas. Em 2023, por exemplo, ela instou as empresas de investimento a serem transparentes sobre os riscos e a falta de regulamentação associados a produtos não regulamentados, incluindo criptomoedas.

Lei MiCA teve pouco impacto no mercado de criptomoedas da Europa, diz ESMA

A organização defendeu a implementação da lei MiCA na UE, uma vez que os riscos contra os consumidores “persistem”, não existe uma boa ordem de mercado e pode eventualmente afetar a estabilidade financeira:

“O euro desempenha apenas um papel menor e o anúncio da lei MiCA não conduziu a um aumento nas transações em euros até agora, mas pode constituir um potencial motor de crescimento uma vez implementado em 2024, uma vez que se destina a melhorar a proteção dos investidores”.

Exchanges continuam a operar em paraísos fiscais

A ESMA observou que as exchanges operam fora dos mercados europeus, embora tenham clientes no continente. Entretanto, os quadros regulamentares baseiam-se em países com regulamentações “mais leves”. Ele deu como exemplo a Binance (não tem sede), enquanto a FTX a tinha nas Bahamas (paraíso fiscal).

Antes da MiCA, a ESMA defendia que as empresas fossem mais abertas com os investidores sobre os seus riscos e a falta de regulamentação. Mas, agora, muitas empresas não comunicam o suficiente, acredita a ESMA.

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A entidade está preocupada com as empresas de investimento que oferecem produtos e serviços não regulamentados, incluindo criptomoedas.

O único país que demonstrou proatividade com a Lei MiCA foi a Espanha, onde estão os três gigantes bancários espanhóis. Banco Santander, BBVA e CaixaBank finalizaram há dias seus planos para entrar no mundo das criptomoedas.

Este é o primeiro exemplo de aplicação da lei MiCA em relação à inclusão de criptomoedas no setor bancário. Entretanto, ele não implica que os objetivos dos bancos sejam exclusivamente especulativos a médio e longo prazo.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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