Um levantamento encomendado pelo Movimento Inovação Digital (MID), liderado pela PwC Brasil mostra que o nível de conhecimento das empresas no país sobre criptomoedas é razoável para 54% dos participantes. Estes consideram ir em busca de informações sobre o tema.
83% dos executivos acreditam que os criptoativos “promovem disrupção” em seus segmentos de atuação.
Contudo, mesmo com essa percepção, 59% aguardam progressos adicionais no setor, e apenas 3 em cada 10 estão avançando com a adoção dessas inovações.
A ideia do MID em parceria com a PwC é entender melhor a evolução do universo blockchain, no atual cenário brasileiro, que inclusive tem avançado a passos largos em vários contextos que envolvem a tecnologia.
Segundo a PwC, a perspectiva é de que a blockchain impulsione o PIB global em US$ 1,73 trilhão até 2030.
O estudo “Adoção, Uso e Insights relacionados a Blockchain, Criptomoedas, Tokens e DREX” foi realizado online com 48 empresas, durante os meses de setembro e outubro de 2023.
As companhias participantes são de pequeno, médio e grande porte e de setores como Varejo e Bens de Consumo, Saúde, Agronegócio, Educação, Turismo, Alimentação, Tecnologia, entre outros.
“Essa é uma excelente oportunidade de disrupção. A empresa que tiver coragem de enfrentar os possíveis riscos e estiver pronta para superá-los sairá na frente nessa corrida para a inovação”, diz o Sócio e Líder da divisão de Estratégia da PwC Brasil, Willer Marcondes.
Segundo a Emerging Multinationals Research Network (EMRN), rede internacional de pesquisadores, apenas durante a pandemia de covid-19, os processos de digitalização aceleraram em torno de 10 anos, ou seja, é mais do que natural que empresários busquem informações e preparem para chegada da nova economia tokenizada.
“Reunimos empresas do Brasil para podermos entender o comportamento delas em relação à maturidade de adoção, utilização e insights nos chamados ‘ativos digitais’. Por serem temas novos, mas que estão ganhando espaço dentro das corporações, com certeza o estudo revela dados essenciais que auxiliam na tomada de decisões dos empresários e nos principais desafios que blockchain, criptomoedas, tokens e DREX trazem”, conta o líder do Comitê de Meios de Pagamentos do MID, Rodrigo Soeiro.
A pesquisa também indica que metade dos participantes possui um entendimento moderado das diversas tecnologias com base em informações de mercado, embora não tenham aplicado esse conhecimento, na prática.
Barreira do conhecimento
Além disso, 59% dos respondentes dizem não conhecer o projeto-piloto Drex do Banco Central sobre a moeda digital brasileira.
Quando perguntados sobre os benefícios que a CBDC brasileira poderá trazer, apenas 6% têm clareza de quais serão eles. O dado positivo é que 52% dos entrevistados veem benefícios no Real Digital, mesmo sem saber direito quais são.
“A nossa moeda Drex é focada em transações de atacado. Isso vai permitir operações acopladas como, por exemplo, o registro e compra de imóveis em uma única operação, simultaneamente”, explica o diretor de Regulação do Banco Central (BC), Otávio Damaso.
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Conforme levantamento da PwC, mais de 80% dos bancos centrais avaliam a possibilidade de lançar uma CBDC em seus países ou já lançaram. E o tema tem gerado cada vez mais investimento, proporcionando maior velocidade de pesquisa, teste e implementação.
A falta do conhecimento sobre o Drex chama a atenção.
Para Ricardo Dantas, CEO da Foxbit, a barreira de conhecimento que, muitas vezes, leva ao temor e ao preconceito em relação ao que é novo, é algo que se aplica não só ao Drex, mas às novas tecnologias, como blockchain, tokenização e cripto economia, em geral.
Dantas conta que, a partir do momento em que novos casos de uso são apresentados ao público e uma regulamentação seja direcionada, provavelmente serão gatilhos para uma adoção mais ampla pelas pessoas e empresas.
“O Drex pode ser um bom exemplo – já que é ‘isento’ de interesses corporativos – de como a blockchain funciona e pode ser responsável por levar à capilaridade da tecnologia dentro da sociedade”, completa.
17% dos entrevistados revelaram ter pouco conhecimento ou ouviram falar sobre criptomoedas e 15% afirmam ter profundo conhecimento e dizem utilizar criptoativos.
Em relação ao nível de conhecimento sobre blockchain, 56% responderam ser razoável, 8% afirmaram ter profundo entendimento como usuário e 4% não tem ideia do que seja.
Blockchain, criptomoedas, tokens e DREX
Sobre os benefícios que a blockchain, criptomoedas, tokens e DREX podem proporcionar às empresas, 50% dos entrevistados reconhecem a existência de vantagens para o negócio, mas ainda não têm clareza como capturar e aplicar as tecnologias. Além disso, 42% aguardam que o setor amadureça antes de acelerar o progresso tecnológico relacionado aos quatro temas.
Com o tempo e a demonstração da alta confiabilidade da tecnologia, rapidamente, o blockchain deixou de ser usado apenas no setor financeiro, por meio do Bitcoin, e passou a fazer parte da estratégia de áreas como logística, agronegócios, outras indústrias e instituições públicas. “Marcas que querem rastrear todo um processo industrial, por exemplo, devem fazer uso do blockchain para trazer credibilidade aos processos”, explica Soeiro.
Regulamentação preocupa
Com relação aos riscos para o uso de blockchain, criptomoedas, tokens e DREX, a regulamentação foi a principal preocupação dos respondentes nos quatro assuntos analisados.
A questão legal é apontada como a principal influenciadora na adoção das soluções, embora os riscos cibernéticos também tenham recebido um alto percentual de respostas.
Para incorporar essas tecnologias e prioridades, um terço das empresas, correspondente a 33%, já está envolvida nessas soluções, utilizando diversas estratégias de implementação.
Conclusão
Segundo a análise realizada pela PwC, as orientações para a trajetória de adoção dessas soluções são fornecidas por meio da coordenação de um conjunto de capacidades estruturais.
“Ao todo, sete passos precisam ser tomados pelas empresas para a atualização das soluções científicas na pesquisa, como confirmar a ambição para essas soluções; reservar os recursos adequados para execução; avaliar estratégias de adoção aceleradas com parceiros; mapear e prevenir os riscos externos e internos; criar cadência via objetivos mensuráveis; criar um ambiente de inovação propício para as soluções e rever, ajustar, corrigir e não desistir”, revela o Sócio e Líder da divisão de Estratégia da PwC Brasil.
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