Em novo relatório, o governo federal voltou a criticar o projeto de ‘criptomoeda indígena’ da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Em relatório que visa divulgar as ações e políticas tomadas durante o atual governo, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) voltou a criticar as intenções da Funai de criar uma criptomoeda.
O documento tem como foco rebater as informações relatadas pela equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva, que assumirá como presidente do Brasil no próximo domingo (1).
Afirmando que a atual administração conseguiu “realizar mais com menos recursos”, o texto cita o corte de gastos realizado pelo governo Bolsonaro. Entre as ações tomadas, está a de “cancelamento de alguns contratos cujos objetos não se coadunavam com as boas práticas de gestão, como, por exemplo, um que objetivava a criação de uma “criptomoeda indígena”, no valor de R$ 45 milhões.”
Criptomoeda indígena e suas polêmicas
O projeto de criptomoeda da Funai esteve em evidência logo no começo do governo Bolsonaro, em 2019. Na época, a então ministra do MDH, Damares Alves, que cancelou o projeto. A decisão foi elogiada por Bolsonaro, que comparou o caso com a “caixa-preta do BNDES”. Em março do mesmo ano, o presidente disse que Damares teria impedido a compra de Bitcoin (BTC) pela Funai, algo que não estava relatado no projeto.
No mesmo mês, seu filho Carlos Bolsonaro disse em seu perfil no Twiter que a ministra havia bloqueado “milhões em Bitcoin que seriam destinados aos órgãos ligados à Funai” – algo também não condizendo com os relatórios da época.
O projeto da autarquia voltou a ser citado por Bolsonaro em 2021, durante evento da Fiesp. Na ocasião, ele disse que a Funai queria gastar R$ 50 milhões para “ensinar índio mexer com Bitcoin”.
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Qual era o objetivo do projeto?
O contrato que fazia referência a criptomoeda da Funai foi assinado pelo ex-presidente Michel Temer, no final de seu mandato em 2018.
O projeto seria criado por meio de uma parceria entre a autarquia e a Universidade Federal Fluminense (UFF), e visava não somente a criação do ativo cripto, mas também a modernização da Funai. Ao todo, 16 produtos seriam criados, como um mapeamento funcional e a criação de um banco de dados sobre territórios.
Cancelado pelo governo Bolsonaro, dificilmente o projeto será retomado pela administração Lula. O futuro presidente não tem dado sinais de que terá na indústria cripto uma de seus prioridades, mesmo com o PL que regula este setor no país tendo sido sancionado este mês.
Mesmo assim, Lula possui ao seu redor indivíduos que possuem conexões com o mercado. Entre eles está Henrique Meirelles, que se tornou conselheiro da Binance este ano. A exchange ainda possui como diretor o sobrinho de Fernando Haddad, indicado por Lula para o cargo de Ministro da Fazenda.
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