Nesta terça-feira (8), a moeda americana voltou a se aproximar do patamar de R$ 6. O avanço reflete o agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O movimento reforça o clima de instabilidade no mercado financeiro global e influenciou negativamente a bolsa hoje, que encerrou o pregão em queda diante do aumento da aversão ao risco.
A alta do dólar foi impulsionada após o anúncio de que os EUA aplicarão uma tarifa de 104% sobre produtos chineses. A valorização acontece em meio ao agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Ameaça tarifária dos EUA impulsiona moeda e aumenta volatilidade
A última vez que o dólar comercial ultrapassou a barreira dos R$ 6 foi em 22 de janeiro. Hoje (8), o movimento foi retomado: em pouco mais de uma hora, a moeda saltou de R$ 5,887 para R$ 5,981. Ao fim do pregão, fechou cotada a R$ 5,9973 – uma alta de 1,47% e o maior valor de fechamento desde 21 de janeiro.
O avanço reflete o anúncio do governo norte-americano de um “Tarifaço” sobre produtos chineses, medida que entra em vigor amanhã (9). A decisão ampliou a tensão entre as duas maiores economias do mundo, provocando reações em cadeia nos mercados emergentes, inclusive no Brasil.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, acompanhou o movimento de aversão ao risco e fechou em queda de 1,32%, acumulando o quarto pregão seguido no vermelho. Entre os setores mais afetados, destacam-se mineração e energia.
O mercado de criptomoedas também apresentou forte oscilação, refletindo a instabilidade global. O Bitcoin chegou a registrar alta de 5% no início do dia, impulsionado por sinais de que um acordo tarifário entre Estados Unidos e China ainda seria possível. A especulação de que investidores institucionais norte-americanos e autoridades chinesas desejam evitar uma escalada comercial trouxe alívio temporário aos ativos digitais.
No entanto, o otimismo perdeu força ao longo do pregão, já que nenhum acordo foi formalizado. O Bitcoin devolveu parte dos ganhos, e o mercado voltou ao estado de incerteza que tem marcado os últimos dias. As liquidações expressivas registradas no dia anterior (7) ainda pesam sobre o sentimento dos investidores.
Crise cambial e tensão comercial pressionam mercados
No fechamento dos mercados globais desta terça-feira, o real teve o pior desempenho entre as 33 moedas mais líquidas. A moeda brasileira passou boa parte do dia liderando as perdas frente ao dólar, substituindo a rúpia da Indonésia, que ocupava temporariamente essa posição no início do pregão.
Ainda assim, o Índice do Dólar dos EUA (DXY) – que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas fortes — recuou 0,32%, com 102,930 pontos.
A queda das bolsas em Nova York também contribuiu para o ambiente de cautela que afeta os mercados de criptoativos. O Dow Jones encerrou o dia com baixa de 0,84%, o S&P 500 recuou 1,57%, entrando brevemente em bear market, e o Nasdaq caiu 2,15%. A expectativa de uma nova tarifa de 50% sobre produtos chineses, proposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alimenta a tensão.
O setor de tecnologia foi um dos mais afetados, com quedas expressivas de empresas como Tesla (-4,9%) e Apple (-4,98%).
Na Europa, o movimento da bolsa hoje foi inverso. Os principais índices acionários registraram recuperação, impulsionados por sinais de negociação entre os EUA e aliados, ainda que analistas indiquem que acordos comerciais na União Europeia devem levar mais tempo para se concretizar.
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