Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) intensifica repressão à lavagem de dinheiro internacional. Autoridades americanas indiciaram Maximilien de Hoop Cartier. Supostamente ligado à família Cartier, ele foi acusado de lavar dinheiro proveniente de drogas por meio de criptomoedas.
Em uma movimentação paralela, Alexander Vinnik, operador da exchange de criptomoedas BTC-e, se declarou culpado de lavar mais de US$ 9 bilhões. Essas ações demonstram sobretudo a intensificação dos esforços do DOJ contra crimes financeiros envolvendo criptomoedas.
Herdeiro da Cartier acusado de conspiração e lavar milhões de dólares
Em 2 de maio, o DOJ acusou Maximilien de Hoop Cartier, juntamente com cinco cidadãos colombianos, por seu envolvimento na lavagem de produtos do tráfico de drogas entre Estados Unidos e Colômbia usando criptomoedas. A justiça americana alega que de Hoop é descendente da prestigiosa família Cartier. Maximilien foi preso em Miami e agora enfrentará uma série de acusações graves.
As autoridades o acusam de conspirar para cometer lavagem de dinheiro e de envolvimento em atividades de lavagem de dinheiro. Por isso, cada acusação pode chegar a ter penas de vinte anos de prisão cada. Cartier também enfrenta uma acusação de fraude bancária, que pode resultar em até trinta anos de prisão.
Lucros foram supostamente convertidos emTether
Além disso, as autoridades o acusaram de realizar uma transação monetária em propriedade derivada de atividades ilegais específicas, o que poderia resultar em uma possível sentença de dez anos. Por fim, o DOJ também acusou Cartier de operar uma empresa de remessa de dinheiro não licenciada, o que poderia resultar em cinco anos de prisão.
Cartier converteu assim, supostamente os lucros das drogas na stablecoin Tether e depois em dólares americanos. Conforme as autoridades, ele utilizou uma rede de empresas de fachada e contas bancárias nos EUA para essas transações não licenciadas. Esse esquema envolvia a administração de uma exchange de criptomoedas sem licença e de balcão.
Procurador se manifesta
O procurador dos EUA, Damian Williams, expressou sua opinião sobre o caso. Ele elogiou o trabalho incansável das autoridades policiais e dos promotores do escritório no combate à lavagem de dinheiro e ao tráfico de drogas no caso de Cartier.
“Além disso, alega-se que Cartier cometeu uma série de delitos financeiros enquanto trabalhava com essa rede de lavagem de dinheiro que resultou em centenas de milhões de dólares em transações ilegais. Louvo os esforços de nossos parceiros policiais e dos promotores de carreira deste Escritório, que trabalham incansavelmente para investigar e desarticular essas redes de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Continuaremos a proteger incansavelmente o sistema financeiro dos EUA contra a exploração”, disse Williams.
Colombianos também foram acusados na mesma operação com criptomoedas
Além de Cartier, vários cidadãos colombianos estão enfrentando sérias acusações nesse caso. O DOJ acusou Leonardo de Jesus Zuluaga Duque de conspirar para cometer lavagem de dinheiro e importar mais de cinco quilos de cocaína para os EUA. Esses crimes podem resultar em uma sentença de prisão perpétua.
Da mesma forma, Alexander Areiza Ceballos e Adrian Fernando Areiza Ceballos enfrentam acusações de conspiração para importar mais de cinco quilos de cocaína para os EUA. Essa acusação tem uma pena mínima obrigatória de 10 anos e pode levar à prisão perpétua.
Por fim, as autoridades também acusaram Erica Milena Lopez Ortiz e Felipe Estrada Echeverry. Por isso, cada um deles enfrentará acusações de conspiração para cometer lavagem de dinheiro, um crime com pena de até 20 anos de prisão.
Operador de exchange da BTC-e se declara culpado
Em paralelo a história de Cartier, outro grande desenvolvimento destaca a complexidade da lavagem de dinheiro global. Isso porque em 3 de maio, as autoridades do DOJ anunciaram que Alexander Vinnik, que era associado à BTC-e, havia confessado seu envolvimento em uma operação substancial de lavagem de dinheiro.
A BTC-e já foi um ator notável no setor de exchange de criptomoedas. O DOJ apontou que a BTC-e processou mais de US$ 9 bilhões em transações. Além disso, serviu como um centro financeiro para criminosos cibernéticos, desde aproveitadores de ransomware até traficantes de drogas.
Acima de tudo, a BTC-e não cumpriu as normas regulatórias dos EUA, inclusive as exigências de combate à lavagem de dinheiro e de identificação de clientes. Essa falha tornou a plataforma a preferida para a anonimização de receitas ilícitas.
Esforços internacionais para combater crimes com criptomoedas
Ao discutir o caso de Vinnik, a procuradora-geral adjunta Lisa Monaco enfatizou o esforço internacional necessário para lidar com operações tão complexas. Ela ressaltou principalmente a colaboração global necessária para desmantelar esquemas sofisticados.
“Essa confissão de culpa reflete o compromisso contínuo do Departamento de usar todas as ferramentas para combater a lavagem de dinheiro, policiar os mercados cripto e recuperar a restituição para as vítimas”, acrescentou Monaco.
Esse anúncio foi feito após um relatório do BeInCrypto detalhar as acusações feitas pelo DOJ contra Aliaksandr Klimenka, cidadão de Belarus e Chipre. Conforme as autoridades, ele se envolveu em um complicado esquema de lavagem de dinheiro por meio da BTC-e. Uma acusação em fevereiro descreveu que Klimenka, juntamente com Vinnik, gerenciou o BTC-e de 2011 até seu fechamento em julho de 2017.
As recentes ações contra Cartier e Vinnik demonstram a dedicação inabalável do Departamento de Justiça. Esses esforços visam proteger o sistema financeiro dos EUA contra a exploração de lavadores de dinheiro internacionais de alto nível.
De fato, a criptomoeda é comumente associada à lavagem de dinheiro por autoridades do mundo todo. No entanto, uma pesquisa recente da Chainalysis em 2023 mostra um declínio notável nas transações ilícitas de criptomoedas. Endereços ilícitos enviaram US$ 22,2 bilhões para serviços, abaixo dos US$ 31,5 bilhões em 2022.
Ao contrário da percepção de que as criptomoedas são usadas principalmente para lavagem de dinheiro, o relatório do Departamento do Tesouro dos EUA destaca que as organizações criminosas preferem transações tradicionais em dinheiro para essas atividades. Essa descoberta indica um risco menor associado à criptomoeda na lavagem de dinheiro em comparação com os métodos convencionais.
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