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Dia da Internet Segura: como se proteger na Web3?

4 Min.
Atualizado por Thiago Barboza

O Dia da Internet Segura é uma campanha de conscientização para que navegantes e usuários possam desfruir da tecnologia sem esquecer de tomar as providências necessárias para estarem seguros.

A data foi criada na Europa em 2004, 20 anos depois, a ideia se espalhou pelo mundo.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

Como a segurança na internet mudou

A internet no início do século era diferente. Na época, havia grandes problemas com e-commerce, que ainda era muito rudimentar comparado ao atual.

Experiências com redes sociais, como o Facebook e, no Brasil, o Orkut, que hoje dominam nossa rotina, estavam ainda no início.

“Nesses 20 anos, nós tivemos uma mudança grande no que o conceito de internet segura significa. Não é mais uma questão de simples segurança. Não falamos mais só de integridade física, patrimonial e sim de diversos aspectos que compõem o que chamamos de dignidade humana”, diz o advogado especializado em Direito Digital Guilherme Guidi, do escritório Freitas Ferraz Advogados.

Guidi acrescenta que o tipo de crime para o qual as pessoas precisam estar atentas mudou com o tempo. É claro que casos de phishing clássicos ainda existem. O exemplo clássico é o e-mail com um link que leva a uma página de banco falsa.

Mas uma boa parte da população já aprendeu a se proteger disso ou a usar softwares que reconhecem estes truques. Ou seja, até mesmo os criminosos precisaram mudar de táticas.

Dia da Internet Segura: como se proteger na Web3?

Os esquemas atuais são mais elaborados. O phishing ganhou uma modalidade chamada “pig butchering”, na qual os criminosos dedicam tempo (às vezes, meses) para firmar conexões falsas com as vítimas antes de pedir que elas lhes transfiram quantidades absurdas de dinheiro.

O roubo de identidade se tornou um problema também. Um dos tipos de golpe que estão em alta, aleta Guidi, é o roubo do acesso a contas do portal gov.br. “Talvez essa seja nossa conta mais sensível hoje”, pondera.

Proteja suas senhas

A verificação em duas etapas (2FA), muitas vezes, é um recurso suficiente para parar a maior parte das tentativas de invasão. Ele exige que, além da senha, o usuário insira um código que é enviado na hora para ele.

O problema é que até isso pode não ser suficiente. Golpes de SIM-swap, em que criminosos clonam o celular da vítima, podem ser usados para interceptar o código e forçar o acesso.

Foi isso o que ocorreu, por exemplo, quando golpistas conseguiram acesso à conta da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) para postar sobre uma falsa aprovação dos ETFs de Bitcoin. Suspeita-se que foi isso o que ocorreu, também, com a conta da Embaixada da Espanha na Bósnia e Herzegovina.

A recomendação de especialistas é que o usuário evite receber o código de autenticação por mensagem de texto e sim use um aplicativo especializado.

Da mesma forma, lembra Guidi, é importante não repetir senhas. Atualmente, bancos de dados com informações de acesso de vários serviços roubados de empresas circulam pela dark net (há rumores de que isso ocorreu com a Binance, aliás).

E criminosos que tenham suas credenciais de acesso a um site certamente tentarão usá-las em outros.

O recomendado é usar um gerenciador de senhas capaz de criar e armazenar aquelas combinações de maiúsculas, minúsculas, números e símbolos que ninguém consegue guardar na cabeça. Mas cuidado para não perder acesso a eles.

Evite cair em golpes

Mas o mais importante é desconfiar de qualquer mensagem que receber na internet, lembra Guidi. “Você não precisa ser paranoico, basta entender que a natureza da internet a deixa sujeita à circulação de informações falsas”.

Por isso, ele recomenda algumas ações de proteção:

  • Desconfie de mensagens de empresas e sempre tente confirmá-las através de outra forma de contato. Mas atenção: não use informações de contato fornecidas pela primeira mensagem.
  • Fique atentos a tentativas de comunicação de conhecidos através de canais estranhos. Uma mensagem de um amigo dizendo que perdeu o celular e que precisa de dinheiro é comum, porém certamente um golpe.
  • Da mesma forma, cuidado com mensagens e emails de empresas falando sobre compras ou pagamentos que você não fez.

E, se você é usuário de Web3, fique atento a estes fatores também:

  • Evite fazer tarefas diárias no mesmo navegador onde sua carteira está instalada. Lembre-se que são necessários poucos cliques para confirmar um contrato inteligente danoso capaz de drenar suas moedas.
  • Tente manter sua carteira em outro navegador que só é usado para isso.
  • A chance de algum criminoso roubar seu dispositivo e acessar suas contas de carteiras e exchanges é baixa, porém não é zero e cresce a cada dia. Portanto, se possível, mantenha esses apps em outro dispositivo e só o tire de casa quando absolutamente necessário
  • Negocia NFTs? Desconfie de mensagens de marketplaces que afirmam que você vendeu um token. Sempre acesse o site de outro navegador e não clique em links suspeitos.
  • Ative a verificação em duas etapas.
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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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