O Deutsche Bank Research provocou um debate significativo no setor financeiro com sua recente análise das stablecoins. Assim, a instituição financeira destacou os possíveis riscos nas operações do USDT da Tether.
O estudo analisou 334 paridades de moedas desde 1800 e descobriu, entretanto, que apenas 14% permaneceram estáveis. Essa percepção a princípio lança dúvidas sobre a longevidade de stablecoins como o USDT, que se esforçam para manter a paridade de valor de moedas fiduciárias como o dólar americano.
Como a Tether reagiu ao relatório do Deutsche Bank
As stablecoins, especialmente o USDT, desempenham um papel fundamental no mercado cripto, oferecendo aos traders um ativo estável em meio à volatilidade típica do setor. A capitalização de mercado do USDT ultrapassou atualmente os US$ 100 bilhões, muitas vezes superando o Bitcoin em volumes diários de trading.
No entanto, o relatório do Deutsche Bank questiona a estabilidade e a transparência das práticas do Tether, fazendo referência a questões regulatórias anteriores que levantaram ceticismo sobre sua confiabilidade.
Escrutínio regulatório traz dúvidas
Em 2021, a Tether enfrentou uma multa de US$ 41 milhões da Commodity Futures Trading Commission (CFTC) e um acordo de US$ 18,5 milhões com o procurador-geral de Nova York. Aliás, essas penalidades resultaram de alegações enganosas sobre a suficiência de suas reservas.
Em resumo, esses incidentes ressaltam as dúvidas persistentes sobre a solidez do suporte financeiro da Tether e sua credibilidade geral.
Os analistas do banco enfatizam que, historicamente, as moedas atreladas que sobreviveram eram respaldadas por fortes reservas, gozavam de alta credibilidade e eram rigorosamente regulamentadas – qualidades que eles sugerem que faltam a muitas stablecoins proeminentes.
O fracasso dramático do TerraUSD da Terraform Labs e seu token Luna, que eliminou US$ 40 bilhões do mercado cripto, é um exemplo de instabilidade em potencial.
Além disso, o relatório aponta para a posição dominante da Tether em um mercado caracterizado por práticas especulativas e opacidade. Esse monopólio e um registro de conformidade questionável podem representar riscos mais amplos para o ecossistema de criptomoedas.
Também em fevereiro, outro banco, o JPMorgan, levantou preocupações sobre o crescente domínio do USDT do Tether. Conforme a DefiLlama, o USDT tem mais de 69% de domínio no mercado de stablecoin.
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CEO da Tether se mantém otimista
Apesar desses desafios, o CEO da Tether, Paolo Ardoino, continua otimista.
“A dominância de mercado do Tether pode ser um ‘ponto negativo’ para os concorrentes, incluindo aqueles do setor bancário que desejam um sucesso semelhante, mas nunca foi um ponto negativo para os mercados que mais precisam de nós. Sempre trabalhamos em estreita colaboração com os órgãos reguladores globais para instruí-los sobre a tecnologia e fornecer orientação sobre como eles devem pensar sobre isso”, disse Ardoino.
Além disso, os EUA estão contemplando as regulamentações de stablecoin, e a União Europeia planeja começar a implementar a Regulamentação de Mercados de Ativos Cripto (MiCA) até o meio do ano. Essas mudanças legislativas podem influenciar significativamente os padrões operacionais e de conformidade para emissores de stablecoin como o Tether.
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