O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos respondeu à Binance a respeito de seus pedidos de elogios por terem ajudado a combater atividades criminais com um sonoro “não, obrigado!”.
A maior exchange de criptomoedas do mundo tem entrado em contato com agências ao redor do mundo em busca de aprovação por seus esforços no combate a atividades criminosas ligadas a criptomoedas. Entretanto, o DoJ não se sentiu confortável com os pedidos.
- Não entendeu algum termo do universo Web3? Confira no nosso Glossário!
- Quer se manter atualizado em tudo o que é relevante no mundo cripto? O BeInCrypto tem uma comunidade no Telegram em que você pode ler em primeira mão as notícias relevantes e conversar com outros entusiastas em criptomoedas. Confira!
- Você também pode se juntar a nossas comunidades no Twitter (X), Instagram e Facebook.
A exchange de criptomoedas enfrentou várias pressões ao redor do mundo por sua falta de regulamentação em diversos países. Entretanto, ela foi peça importante na repreensão de atividades criminosas por meio da exchange, algo que, agora, tem usado para se promover em meio ao embate regulatório.
O pedido da Binance às agências para que reconheçam seus esforços no combate às ações criminosas deixaram o DoJ frustrado ao ponto de a agência fazer um pedido formal a diversas agências como o FBI, CIA e IRS para que seus agentes parassem de assinar tais cartas.
Lei obriga Binance a ajudar
Segundo o DoJ, a Binance é obrigada por lei a auxiliar quaisquer investigações criminais. Portanto, notas de agradecimento não deveriam ser obrigações dos departamentos, segundo uma comunicação interna.
Embora o DoJ tenha se recusado a comentar o assunto, um porta-voz da Binance afirmou que “nós nos comunicamos com agências reguladoras e legais de forma colaborativa para combater o crime cibernético como parte de nossos crescentes esforços para tornar a indústria um lugar melhor e as cartas de recomendação que nós recebemos comprovando nosso auxílio falam por si mesmas”.
Um antigo oficial da Securities and Exchanges Comission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, Ken Joseph, afirma que os pedidos são estranhos, uma vez que empresas não costumam pedir confirmação de autoridades.
“Meu entendimento é que o fato de você ter uma carta de recomendação não tem nenhum impacto na continuidade de investigações por parte do governo”, afirma Joseph.
Países fechando o cerco à Binance
As cartas de recomendação, provavelmente, estão sendo usadas para provar que a Binance está fazendo o possível para auxiliar órgaos do governo no combate a crimes de criptomoedas. Entretanto, isto não impediu estes países de agiram contra a exchange.
A Agência de Serviços Financeiros do Japão, por exemplo, emitiu um alerta para a exchange por operar no país sem a devida licença. Ao mesmo tempo, a Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido avisou aos clientes que evitem usar a Binance, provavelmente porque ela também não tem licença para operar em seu território.
Além disso, devido ao crescimento das críticas ao redor do mundo, a Binance entrou na mira da Autoridade Monetária de Cingapura (MAS). O equivalente a CMV da Tailândia, por sua vez, registrou uma ação criminal contra a exchange. Além disso, reguladores italianos emitiram um alerta contra a empresa em meio à suspensão de saques em euros.
Já no Brasil, outro problema: o Country Manager, Ricardo da Ros, pediu demissão da empresa por um “desalinhamento de expectativas” sobre seu papel no cargo que ocupou por apenas seis meses, segundo uma publicação realizada por ele no Linkedin na última quarta-feira (14).
Em nota, a exhange agradeceu pela “contribuição prestada pelo Ricardo durante sua passagem pela Binance”.
Isenção de responsabilidade
Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.