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Crise dos bancos: Credit Suisse será o próximo a falir?

3 mins
Atualizado por Anderson Mendes

EM RESUMO

  • O contágio da crise bancária nos Estados Unidos parece ter se espalhado para o resto do mundo.
  • Temores de que o Credit Suisse está à beira da falência aumentaram após a instituição relatar prejuízo pelo seu quinto trimestre consecutivo.
  • Instituição precisou tomar um empréstimo de mais de US$ 50 bilhões com o Banco Central, movimento não feito por um banco global desde a crise de 2008.
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O contágio da crise bancária nos Estados Unidos parece ter se espalhado para o resto do mundo. Será o Credit Suisse o próximo a fechar as portas?

Temores de que o tradicional banco suíço de investimentos está à beira da falência não são recentes. Em outubro do ano passado, um relatório da Reuters já informava que o Credit Suisse enfrentava uma crise de liquidez após ver o preço de suas ações despencar mais de 50%.

A situação se tornou ainda pior depois que o Silicon Valley Bank e o Signature Bank encerraram suas operações na semana passada. Na terça-feira (14), a instituição confessou que há “fraquezas significativas” em seus balanços. No dia seguinte, o Banco Nacional Saudita disse que não oferecerá mais assistência ao banco.

Sem saída, o Credit Suisse precisou recorrer a um empréstimo de 50 bilhões de francos suíços (cerca de US$ 54 bilhões) oferecido pelo Banco Central da Suíça. Com isso, ele se tornou o primeiro grande banco global a realizar essa manobra desde a crise de 2008.

Seria este o fim da linha para a instituição centenária e o início de uma grande crise financeira mundial?

O que está acontecendo com o Credit Suisse?

Em fevereiro, o Credit Suisse divulgou ter tido prejuízos pelo seu quinto balanço trimestral consecutivo. Segundo o próprio banco, isso se deve a diversas falhas no sistema de análises de crédito da instituição.

Em outras palavras, muito dinheiro tem sido emprestado em operações pouco seguras. Somente duas empresas, que tomaram recursos do banco suíço nos últimos anos, geraram um prejuízo de US$ 15 bilhões ao falirem recentemente.

Isso abalou a confiança do mercado na instituição, conforme destacado por William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. Ao Valor Investe, ele observa que o Credit Suisse precisou lidar com uma onda de saques de mais de US$ 110 bilhões somente nos três últimos meses de 2022, visto que muitos clientes não confiam mais na sua atual gestão.

Vale lembrar que além dos problemas de avaliação de crédito, a diretoria do Credit Suisse precisou lidar nos últimos anos com acusações de fraude, lavagem de dinheiro e até mesmo espionagem.

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O que vem a seguir?

A situação do Credit Suisse é de fato crítica. O banco possui hoje um valor de mercado três vezes menor do que o visto cinco meses atrás. Além disso, o título de proteção contra a sua falência está em patamares elevados, bem como os retornos dos títulos de sua dívida – o que indica que o mercado enxerga um futuro crash como algo cada vez mais provável.

No entanto, especialistas acreditam que é possível dar a volta por cima. Analistas do JPMorgan Chase observam que o empréstimo tomado com o Banco Central da Suíça dará tempo para que a instituição tome as medidas necessárias para a reestruturação dos seus negócios, algo considerado vital para reconquistar a confiança dos investidores e clientes.

A equipe de análises do JPMorgan ainda destaca que os governos e principais autoridades econômicas globais não medirão esforços para conter a crise bancária atual. Em relatório recente, estima-se que o Federal Reserve dos EUA possa injetar até US$ 2 trilhões para conter o contágio.

Resta aguardar para saber se os grandes bancos irão continuar sendo “grandes demais para falir”.

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Anderson Mendes
Membro ativo da comunidade de criptoativos e economia em geral, Anderson é formado pela Universidade Positivo, e escreve sobre as principais notícias do mercado. Antes de entrar para a equipe brasileira do BeInCrypto, Anderson liderou projetos relacionados à trading, produção de notícias e conteúdos educacionais relacionados ao mundo cripto no sul do Brasil.
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