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Crise ambiental, criptomoedas e COP28. Conheça tokens verdes

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Atualizado por Thiago Barboza

Nesta segunda-feira (04), o presidente Luís Inácio Lula da Silva voltou a cobrar líderes de todo planeta na Alemanha sobre as ações para diminuir os impactos da crise climática. O chefe de estado pediu que cumpram as promessas e acordos assinados na Conferência do Clima (COP 28) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Lula relembrou pactos que não deram certo, como o Protocolo de Quioto de 1992 e o Acordo de Paris, de 2016.

“Eu espero que as decisões de Dubai sejam assumidas por que, se não, nós estamos brincando de enganar o planeta Terra”.

O discurso do presidente brasileiro, na abertura da COP28 foi na mesma linha, quando ele lembrou que “2023 já é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos.”

“Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta? 

Somente no ano passado, o mundo gastou mais de US$ 2 trilhões e 224 milhões de dólares em armas. Quantia que poderia ser investida no combate à fome e no enfrentamento da mudança climática. 

Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres famintas? 

A conta da mudança climática não é a mesma para todos. E chegou primeiro para as populações mais pobres.

O 1% mais rico do planeta emite o mesmo volume de carbono que 66% da população mundial.”

No final do discurso, Lula fez um apelo para união de todos.

“Vamos trabalhar de forma construtiva, com todos os países, para pavimentar o caminho entre esta COP 28 e a COP30, que sediaremos no coração da Amazônia. Não existem dois planetas Terra. Somos uma única espécie, chamada Humanidade.”, enfatizou o líder do Brasil.

Crise ambiental, criptomoedas e COP28. Conheça tokens verdes
Lula no discurso de abertura da COP28. Imagem: Ricardo Stuckert (PR)

Na COP 28, foi decidido alocar aproximadamente US$ 420 milhões para fornecer suporte financeiro a países impactados pelo aquecimento global.

Tecnologia pode mitigar crise ambiental

Como citou Lula, não existem dois planetas Terra, o que exige da sociedade ações mais do que urgentes para mitigar os impactos.

E a tecnologia blockchain pode ajudar o meio ambiente com criptomoedas que impactam de maneira positiva a natureza.

Ao contrário do Bitcoin, que ganhou fama global por minerar a criptomoeda com alto consumo de energia e grande emissão de carbono, outros projetos têm criado ativos digitais com menos impacto ambiental.

São as chamadas criptomoedas ecológicas, baseadas em mecanismos que protegem a pegada de carbono da tecnologia blockchain.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

Entre os criptoativos “mais verdes” que podemos citar estão:

KNN/Kanna Coin – Primeiro token de agricultura regenerativa do Brasil

Voltado para os segmentos de agricultura regenerativa e cultivo sustentável, o token de utilidade permite que seus detentores os acompanhem e avaliem os cultivos protegidos ao ecossistema da Kanna. 

A startup chegou ao mercado trazendo um ativo que visa contribuir para o cultivo sustentável de cânhamo, planta que pertence à espécie da Cannabis sativa e é muito eficaz na remoção de gás carbônico (CO2) da atmosfera.

Até 2026, a Kanna espera ter uma receita de US$ 40 milhões e remover 66 mil toneladas de gás carbônico da atmosfera.

Quem possui tokens KNN apoiará um projeto de inovação e impacto positivo para o planeta que visa áreas beneficiárias com um baixo desenvolvimento humano e com solos degradados através da certificação de produtores de cânhamo auditados e registrados na Blockchain.

O fundador Luís Quintanilha, que foi CMO da Gama Academy, explica que resolveu entrar nesse espaço do mercado ao perceber uma lacuna e ter o insight de criar o primeiro token ESG brasileiro.  

Conforme a Kanna, apenas o mercado de ESG movimenta cerca de US$30 trilhões de dólares. Já o de cannabis para uso medicinal, pode chegar a R$ 4,7 bi.

“Nosso objetivo enquanto a primeira DAO com o ESG no centro operação, aliando o impacto ambiental (E) e socioeconômico (S) do cânhamo, com a transparência e Governança da Blockchain (G), é ser também uma alternativa para pessoas que querem atuar para a mudança climática”, explica Quintanilha.

Chia/XCH – “Prêmio” aos agricultores de chia

A Chia Cripto foi criada como um “prêmio” aos agricultores de chia (semelhante aos mineradores de Bitcoin ou Ethereum). A plataforma utiliza uma execução melhorada e essencial do modelo de rendimento de troca não gasto (UTXO) do Bitcoin. 

Esses rearranjos incrementam a adaptabilidade e a programabilidade das moedas digitais. A cultivação de Chia recompensa 2 XCH por bloco, nos três anos iniciais da criptomoeda.

A Chia (XCH) é uma blockchain descentralizada que foi criada pelo fundador da BitTorrent, Bram Cohen e utiliza a “prova de espaço” e “prova de tempo”, ao contrário da fórmula “prova de trabalho” do Bitcoin, que é usada para minerar novas moedas. 

A criptomoeda está reinventando a mineração e tornando energeticamente eficiente na agricultura doméstica para todos. A prova de espaço e tempo do ativo Chia confirma ser um método verde, ecológico e menos intensivo em energia de produção de ativos digitais, que é uma das principais razões para sua popularidade repentina.

Nano – Falta de eficiência energética e latência

A Nano é uma criptomoeda que promete solucionar dois grandes problemas do Bitcoin: a falta de eficiência energética e a latência. Ao resolver esses problemas, essa moeda digital possibilita uma escalabilidade ilimitada com custos reduzidos. 

Diferente de várias outras moedas digitais, a Nano funciona por meio de uma estrutura onde cada um dos usuários possui a própria blockchain. Isso significa que é preciso menos poder computacional para que as transações sejam realizadas e registradas, ou que possibilite que as transações sejam concluídas instantaneamente e com menor uso de energia elétrica.

De fato, esse é um problema muito grande, já que a Universidade de Cambridge calcula que o gasto de energia elétrica para a mineração de Bitcoins seja superior a 121 terawatts/hora (TWh). Além do problema da eficiência energética, a Nano procura se diferenciar do Bitcoin em relação à latência, isto é, o tempo preciso para que as transações sejam realizadas.

Muitos dos aspectos citados acima também podem ser aplicados às criptomoedas mais poluentes que já existem, em busca de soluções para uma maior sustentabilidade. 

Este é o caso do Ethereum – o sistema por trás da maioria dos tokens não fungíveis (NFT) – que planeja reduzir seu consumo de energia em 99,5%, contando com um mecanismo de consenso da Proof-of-Stake (PdS).

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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