Criptomoedas figuram entre as cinco principais opções de investimento no Brasil. Pesquisa nacional aponta dados sobre adoção e conhecimento do setor. O estudo também revela perfil e tendências entre investidores brasileiros.
Estudo realizado pelo Datafolha e Paradigma Education, com apoio da Coinbase e da Hashdex, aponta o crescimento dos criptoativos no país. Resultados mostram que 16% dos brasileiros já investiram ou investem em criptomoedas. A pesquisa também evidencia o predomínio do Bitcoin e a necessidade de ampliar a educação financeira no país.
Criptomoedas são preferência de 25 milhões de brasileiros
A 1ª Pesquisa Nacional das Criptomoedas, conduzida com apoio da Coinbase e da Hashdex, apresentou dados sobre o cenário dos investimentos em criptoativos no Brasil. O levantamento, que entrevistou 2007 pessoas em 113 municípios, coloca as criptomoedas entre as cinco formas de investimento mais populares no país. Ficando atrás apenas de opções como a poupança, imóveis, dinheiro guardado em casa e fundos de investimento.
O estudo indica que 16% dos brasileiros têm ou já tiveram investimento em criptomoedas, correspondendo a cerca de 25 milhões de pessoas. Esse índice posiciona o Brasil entre os 10 maiores mercados consumidores de criptoativos do mundo.
Além disso, 54% dos entrevistados afirmam conhecer o Bitcoin, fato que demonstra uma ampla familiaridade com a moeda digital criada por Satoshi Nakamoto. Em contrapartida, dos que conhecem o Bitcoin, aproximadamente dois terços não se familiarizam com outras moedas digitais. Esses dados reforçam a presença do Bitcoin como a principal referência para os investidores, ainda que o mercado possua uma diversidade de alternativas.
Fábio Plein, diretor regional para as Américas da Coinbase, salientou que o Brasil já é um dos grandes centros globais de criptomoedas.
Estamos entre os 10 maiores mercados consumidores de cripto no mundo e temos um histórico de pioneirismo e inovação na regulamentação do setor e no desenvolvimento de projetos ligados à tecnologia blockchain, como o DREX. Como um mercado em evolução, naturalmente há a necessidade de superação de desafios regulatórios e de barreiras de adoção que nos colocarão em posição de ainda mais destaque no cenário global, mas estamos animados com as perspectivas futuras da indústria cripto no Brasil, afirmou em entrevista ao BeInCrypto.

Perfil do investidor e tendências de mercado
Outro aspecto importante destacado pela pesquisa é o comportamento dos investidores. Cerca de 3 milhões de deles possuem suas próprias “wallets” e adotam a prática da autocustódia, mantendo a guarda de seus ativos de forma independente. Essa prática evidencia uma postura de autonomia e busca por alternativas que permitam a gestão direta dos investimentos em criptoativos.
Além disso, 20% dos entrevistados afirmam que é provável que invistam em criptomoedas ou Bitcoin nos próximos 24 meses. O levantamento também identificou que 18% dos investidores consideram as criptomoedas como uma forma de diversificação de portfólio, enquanto 17% enxergam nesses ativos uma forma de preservar valor a longo prazo.
Tais números demonstram que, mesmo com um conhecimento limitado sobre outras moedas digitais, os brasileiros reconhecem a utilidade dos criptoativos para a gestão de suas finanças.
A pesquisa aponta ainda um perfil político diferenciado entre os investidores de criptomoedas, que se mostram mais engajados e com menos inclinação partidária, posicionando-se no centro do espectro político. Essa característica pode contribuir para o debate sobre a modernização do sistema financeiro, tema que 74% dos entrevistados apontam como relevante para o país.
Para o diretor da Coinbase, o sistema financeiro atual está desatualizado, além de ter grandes ineficiências e limitações. Ele explicou como vê a evolução das criptomoedas em um contexto de transformação do sistema financeiro tradicional:
Com cripto, qualquer pessoa com um smartphone poderá abrir negócios, arrecadar fundos, aceitar clientes, transferir fundos globalmente, acessar moedas confiáveis, armazenar poupanças ou ativos com segurança.
Na Coinbase, nossa missão sempre foi aumentar a liberdade econômica no mundo, e acreditamos que a criptomoeda é a tecnologia mais importante para isso.A tese central da Coinbase é que uma maior adoção e uso de criptomoedas aumentará a liberdade econômica. Isso se baseia na promessa do cripto de criar uma economia global, alimentada por tecnologia e pessoas em vez de governos, da qual qualquer pessoa com uma conexão à Internet possa participar, onde os direitos de propriedade são aplicados e o dinheiro preserva seu valor, afirmou Plein.
Educação financeira ainda é um desafio
Os dados revelados pelo estudo chamam atenção para a necessidade de ampliar o acesso à educação financeira. Com um mercado em expansão e a previsão de que um número expressivo de brasileiros venha a investir em criptomoedas nos próximos meses, torna-se essencial desenvolver estratégias que incentivem o conhecimento dos diversos aspectos desse setor.
Além disso, a popularidade do Bitcoin, aliada à ausência de familiaridade com outras moedas digitais, ressalta a importância de oferecer informações que possibilitem escolhas mais embasadas por parte dos investidores.
Em resumo, a pesquisa realizada pelo Datafolha e Paradigma Education apresenta um panorama que reflete tanto a adesão crescente aos criptoativos quanto os desafios na disseminação de informações sobre o mercado.
As estatísticas obtidas demonstram o papel relevante que as criptomoedas vêm assumindo no cenário dos investimentos no Brasil. Enquanto isso, elas ressaltam a necessidade de aprimorar a educação financeira para que um número maior de investidores possa explorar o potencial desse segmento.
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