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Crédito mais lento e inadimplência em alta devem influenciar o mercado cripto no Brasil

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Escrito e editado por
Lucas Espindola

21 novembro 2025 14:00 BRT
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  • Crédito mais restrito diminui liquidez para investimentos em cripto.
  • Inadimplência em alta aumenta cautela entre investidores.
  • Empresas devem reduzir exposição a ativos digitais.
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O ritmo mais moderado da carteira de crédito no país, combinado com a expectativa de avanço da inadimplência, deve repercutir no comportamento do mercado cripto brasileiro nos próximos meses. As projeções da Febraban apontam crescimento de 1% em outubro e mostram que o ciclo de acomodação tende a continuar até o fim do ano. Esse movimento sugere um ambiente financeiro mais seletivo, com impacto direto na liquidez disponível para investimentos de maior volatilidade.

A desaceleração é mais evidente no crédito a empresas, enquanto famílias enfrentam expansão concentrada em modalidades de maior risco. Esse contexto indica maior pressão sobre a renda, o que reduz a margem para aplicações alternativas como criptoativos. Analistas afirmam que, quando a qualidade da carteira piora e o endividamento cresce, o investidor tende a adotar uma postura mais conservadora.

Com menos espaço para consumo e investimentos, o segmento de ativos digitais pode sentir menor fluxo de novos participantes. Tanto o Bitcoin quanto altcoins costumam reagir à redução de liquidez, o que reforça a necessidade de acompanhamento mais atento por parte do mercado.

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Efeito sobre o apetite ao risco

O cenário de crédito mais restritivo influencia o apetite ao risco dos investidores. Em ciclos de cautela no sistema financeiro, a demanda por ativos voláteis tende a arrefecer, especialmente entre investidores pessoa física. O aumento projetado da inadimplência gera incerteza adicional e contribui para uma postura defensiva no curto prazo.

Entre empresas, o quadro é semelhante. Com o crédito corporativo crescendo em ritmo mais fraco, companhias priorizam liquidez e adiam decisões que envolvam diversificação ou exposição a instrumentos externos ao núcleo do negócio. Isso inclui investimentos institucionais em criptoativos, que dependem de planejamento financeiro mais flexível.

Especialistas destacam que o mercado brasileiro tende a acompanhar a dinâmica internacional do Bitcoin, mas a limitação no crédito doméstico atua como freio adicional. Com isso, mesmo movimentos de recuperação global podem ter reflexo mais lento no ambiente local.

Espaço para DeFi, mas com limitações

Apesar da maior cautela, a taxa de juros elevada cria alguma abertura para plataformas descentralizadas de rendimento, como protocolos de staking. Para parte dos investidores, esses instrumentos funcionam como alternativa de retorno diante da perda de poder de compra em ambientes de incerteza.

No entanto, o avanço da inadimplência e a desaceleração das concessões de crédito sugerem que o interesse por soluções descentralizadas deve crescer apenas de maneira pontual. A prioridade da maioria dos investidores deve continuar sendo liquidez e proteção de carteira.

Assim, o impacto final sobre o mercado cripto dependerá da intensidade do aperto no crédito e do comportamento do BTC nos mercados internacionais. Se o ciclo de desaceleração persistir, o setor pode atravessar uma fase de menor entrada de recursos até que o cenário financeiro volte a sinalizar maior fôlego.

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