Na continuidade dos trabalhos da CPI das pirâmides financeiras nesta quarta-feira (20) o contador da 123milhas, Sebastião Marco dos Santos, foi ouvido pela comissão. Durante o depoimento ele disse não ter condições de avaliar a saúde financeira da empresa.
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Santos é responsável pela contabilidade da companhia desde 2021 e compareceu acompanhado de seu advogado. Ele declarou não ter competência para gerenciar o fluxo de caixa da empresa.
“Eu não tenho condições de avaliar a situação atual financeira da empresa porque essa não é minha atribuição”, disse.
Prejuízo bilionário no último semestre
O contador falou que não tinha acesso a informações detalhadas sobre o prejuízo total da empresa. Porém, revelou recordar-se do fechamento do último semestre:
“Lembro que o valor fechado de prejuízo acumulado em junho era de R$ 1,6 bilhão”, completou.
Além disso, ele também destacou que a inviabilidade do negócio foi identificada em agosto, período em que a 123Milhas entrou com pedido de recuperação judicial.
O deputado e presidente da CPI, Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), questionou Santos se houve pedidos de ajuste na contabilidade para mascarar a crise. O depoente alegou sigilo profissional e não respondeu a pergunta.
GOL não poderia barrar operações da 123Milhas
Anteriormente falou a comissão o representante da GOL, Alberto Fajerman, como convidado. Ele afirmou que a companhia não poderia barrar as operações da 123Milhas, já que a empresa não atuava diretamente comprando milhas.
“Jamais um CNPJ da 123Milhas adquiriu milhas na GOL”, garantiu.

Além disso, Fajerman afirmou que a GOL não rastreia a origem das milhas, exceto diante de movimentações discrepantes, como a compra de alto volume de milhas por um cliente. E concluiu dizendo que, o dono das milhas pode emitir passagem para até 25 pessoas diferentes, de acordo com o regulamento do programa de fidelidade.
MaxMilhas em recuperação judicial
Na sexta-feira (22) mais uma empresa do grupo 123Milhas ingressou com pedido de recuperação judicial. No entanto, a MaxMilhas garantiu que não vai suspender produtos e nem cancelar passagens ou reservas de hospedagens.
Em nota, a empresa informou que a ação deve “assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com parceiros, fornecedores e clientes e organizar, com máxima transparência, os débitos em um só juízo”.
A Maxmilhas também disse que conseguirá acelerar a quitação de todos débitos e “restabelecer o mais rapidamente possível seu equilíbrio financeiro e operacional”.
CPI pedirá indiciamentos dos sócios das 123Milhas
Por fim, como parte dos resultados da CPI das pirâmides financeiras, os irmãos Ramiro e Augusto Madureira devem ter o pedido de indiciamento encaminhado pela comissão. O relator, Ricardo Silva (PSD-SP), reuniu quebras de sigilo, orientações para clientes mentirem e outras práticas questionáveis da empresa para embasar o requerimento.
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