A correlação do Bitcoin (BTC) com ativos de risco se estabilizou nos últimos meses, voltando a níveis de 2020 e retomando a proximidade com o ouro, atraindo novamente a atenção dos investidores, informou a Bloomberg.
Desde meados de setembro, a correlação do Bitcoin com ativos de risco está estabilizando. A resiliência do ativo digital frente a um cenário macroeconômico adverso, pode levar os investidores a enxergarem o ativo como “paraíso” para investimentos novamente, segundo estrategistas do Bank of America.
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Por anos os entusiastas defendem que o Bitcoin é um ativo de refúgio seguro e um hedge contra a inflação e, por ser digital e escasso, o melhor substituto ao ouro. Entretanto, a alta volatilidade do ativo tem dificultado o desenvolvimento desta tese. O ativo ainda é utilizado de forma especulativa pela maior parte dos investidores.
Bitcoin, o porto seguro
Nos últimos meses, porém, os dados on-chain mostraram uma mudança neste comportamento indicando que o principal ativo digital pode estar entrando em uma fase de amadurecimento. A consolidação do Bitcoin na faixa de US$ 20.000, reduziu a sua volatilidade o distanciando das ações e, ao mesmo tempo, o reaproximando do ouro fortalecendo a percepção como reserva de valor.
Os analistas do Bank of America Securities, Alkesh Shah e Andrew Moss, afirmaram recentemente em um relatório que o Bitcoin está caminhando para ser utilizado como proteção de valor em momentos de incertezas do mercado.
“Uma correlação positiva em desaceleração com S&P500/Nasdaq 100 e uma correlação em rápido aumento com ouro indicam que os investidores podem ver o bitcoin como um porto seguro relativo à medida que a incerteza macro continua e um fundo de mercado ainda está para ser visto”.
A correlação do Bitcoin com o ouro atingiu um pico de 40 dias em 0,50 depois de ter ficado próximo de zero em meados de agosto.
Dados da Kaiko Research mostraram que a volatilidade realizada em 20 dias do Bitcoin foi menor que a do Nasdaq pela primeira vez desde 2020.
A diferença entre as volatilidades de 30 e 90 dias do BTC e das ações vem diminuindo desde a segunda quinzena de setembro, apesar da maior sensibilidade do BTC aos lançamentos de dados macroeconômicos.
A plataforma de análise cripto destacou ainda que os riscos do cenário macroeconômico de recessão e hiperinflação global afetaram negativamente a maioria dos ativos, incluindo o ouro, que “não atuou como um ativo de refúgio”.
Estágio de maturação
O estrategista de commodities da Bloomberg Intelligence, Mike McGlone, sugeriu recentemente que o Bitcoin poderia estar entrando em seu estágio de “maturação imparável” como uma tecnologia nascente. Ele acrescentou que após a ampla correção do mercado no primeiro trimestre, tanto o Bitcoin quanto o ouro devem liderar a recuperação.
De acordo com McGlone, “faz sentido” que o Bitcoin se contraia em um macroambiente historicamente agressivo, especialmente depois de ser um dos “ativos de melhor desempenho da última década”. Na visão do estrategista, o risco/retorno atual do Bitcoin parece favorável, dada sua crescente demanda/adoção, oferta em declínio e desconto de preço relativo.
“Retornar à sua propensão de superar a maioria dos ativos pode ser uma questão de tempo”, disse ele.
O Bitcoin continua a se consolidar em torno do nível de US$ 20.000, sendo negociado a US$ 20.500 até o momento.
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