O CEO da Coinbase, Brian Armstrong, disse que prefere encerrar o serviço de staking de Ethereum da exchange do que se curvar às exigências do governo dos EUA de censurar transações sancionadas.
“É uma hipótese que esperamos não enfrentar. Mas se o fizéssemos, iríamos com a [opção] B, eu acho”, tuitou Armstrong .
Ele estava respondendo a Lefteris Karapetsas, fundador do rastreador de portfólio focado em privacidade Rotki, que perguntou à Coinbase e seus rivais, se eles sairiam do negócio de staking ou censurariam as transações se os reguladores exigissem.
Tenho que focar no quadro maior. Pode haver alguma opção melhor (C) ou um desafio legal que possa ajudar a alcançar um resultado melhor”, acrescentou Armstrong.
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Coinbase precisa escolher
A Coinbase responde por 14,7% do total de Ethereum (ETH), de acordo com dados da Dune Analytics. Isso equivale a cerca de US$ 3,3 bilhões em ETH a preços atuais, ou 1,9 milhão de tokens bloqueados na Beacon Chain da Ethereum em nome dos usuários da exchange.
Karapetsas perguntou para a Lido, a Coinbase, a Kraken, a Bitcoin Suisse AG e a outras entidades de staking que, se os reguladores exigissem que censurassem as transações do Ethereum, eles [A] cumpririam? Ou eles [B] encerrariam o serviço de staking para “preservar a integridade da rede?”
“Se algum deles escolher [cumprir], devemos nos esforçar ativamente para nos afastar deles, pois são uma ameaça existencial à natureza sem permissão da rede”, disse.
As sanções ao Tornado Cash desencadearam um imenso debate sobre privacidade e a extensão do alcance governamental em toda a indústria de criptomoedas. A situação foi agravada pela prisão subsequente de um suposto desenvolvedor do Tornado Cash na Holanda.
A comunidade Ethereum está reagindo ao fluxo constante de punições dos EUA e muitos estão começando a procurar maneiras de evitar que suas próprias empresas sejam prejudicadas pela escala das penalidades. Grandes players do mercado como a Coinbase estão sob pressão para escolher um lado.
“Não há outra opção a não ser lutar”, disse o analista de criptomoedas Eric Wall no Twitter.
“O Ethereum não pode cumprir com as exigências de censura de todas as nações no nível do validador, pelo menos não se deve ir tão longe a ponto de regular os atestados de bloco (discutível). A censura zero é a única opção neutra para o consenso global”, acrescentou.
Falta descentralização
Kraken e Lido respondem por 8,4% e 6,7%, respectivamente, de todo o ETH apostado. Ao todo, cerca de 66% de todos os validadores da Beacon Chain – cerca de quatro entidades, incluindo a Binance – provavelmente cumprirão as sanções do Departamento do Tesouro dos EUA, de acordo com um especialista.
A Beacon Chain é uma nova camada de consenso no Ethereum. Coordena uma rede de stakers e introduziu o proof-of-stake (PoS).
Espera-se que a Beacon Chain se funda com a cadeia de prova de trabalho (PoW) existente até setembro, reduzindo o uso de energia Ethereum em 99%.
No entanto, existe a preocupação de que a nova chain possa dar aos principais interessados – os caras que protegem a rede Ethereum – o poder de bloquear transações em conformidade com as demandas regulatórias.
“Há um caso a ser argumentado aqui que o ecossistema Ethereum não atingiu descentralização social suficiente, e estamos mapeando um território de captura de estado-nação muito perigoso”, escreveu o investidor e analista de criptomoedas Elyon Aviv no Twitter.
“Pela implementação atual do OFAC, não se trata apenas de endereços sancionados ou daqueles que interagiram anteriormente com o Tornado Cash. Isso pode rapidamente se tornar uma parte importante do ecossistema Ethereum. Esta é a censura do protocolo da camada base”.
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