Chuvas RS: tragédia completa dois meses, saiba como doar em cripto

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Atualizado por Aline Fernandes

EM RESUMO

  • Psicóloga Camila Tuchlinski fala sobre como lidar com traumas em meio a tragédia climática. Chuvas continuam no RS.
  • Ansiedade climática é pauta global.
  • Doe em criptomoedas ou real e ajude os afetados pelas chuvas no RS.
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Após dois meses da maior tragédia climática no Rio Grande do Sul (RS), o estado ainda convive com as consequências das chuvas. Com mais de dois milhões de afetados em 478 municípios e 180 mortos, a população precisa lidar principalmente com traumas e medos de novos deslizamentos e chuvas.

Aos poucos, os gaúchos tentam reconstruir suas vidas em meio as incertezas climáticas que assolam todo planeta. Atualmente cerca de 75% das estradas de acesso ao RS já estão liberadas. Em sete cidades, por exemplo, os aeroportos voltaram a funcionar.

Como lidar com traumas da tragédia?

Para entender os traumas da população e o que fazer neste momento, o BeInCrypto conversou com a psicóloga humanista Camila Tuchlinski.

Camila é psicóloga humanista e fala sobre a tragédia no RS após chuvas atingirem todo estado há dois meses.
Camila Tuchlinski, psicóloga humanista com foco na Abordagem Centrada na Pessoa e pós-graduada em psicossomática.

Como manter a calma em meio ao caos?

Camila Tuchlinski: Manter a calma em meio a uma tragédia como esta é muito desafiador. Sintomas como insônia, taquicardia, dificuldade para respirar, oscilação do apetite entre outros podem ter relação com Transtornos de Ansiedade – muito comuns em situações traumáticas como esta. Eu estudo há alguns anos a Psicossomática, que nada mais é do que a maneira como somatizamos as nossas emoções no nosso organismo.

Em casos de estresse extremo, por exemplo, podemos prever o surgimento de doenças inflamatórias e também a piora de quadros clínicos crônicos já existentes como dermatite atópica, enxaqueca, crises asmáticas e problemas cardíacos.

Além do acompanhamento psicoterápico, uma dica para tentar manter a calma é, por um momento, respirar com atenção plena. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, em 2023, apontou que a prática diária de exercícios respiratórios por cinco minutos apenas é capaz de aliviar o estresse. Algo simples e acessível a todos, né? 

Afetados precisam ficar atentos a sintomas e distúrbios

Qual a dica que você daria para todos os impactados que vivem no RS?

Camila Tuchlinski: Sei que dois meses não são suficientes para reconstruir tudo o que foi perdido na maior catástrofe natural do Rio Grande do Sul, muito menos elaborar o luto daqueles que infelizmente morreram na tragédia. Na realidade, a sensação de perda vai além das vidas humanas. É como se os habitantes tivessem de ressignificar uma vivência que nunca mais será como antes. E recomeçar do zero é muito difícil, pois gera ansiedade em relação ao futuro, que é incerto. 

Do ponto de vista psíquico, com o tempo ainda instável e a previsão de novas cheias, se tornando uma ameaça diária, avalio que muitos possam apresentar sintomas de TEPT, que é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, com pensamentos intrusivos, pesadelos, distúrbios do sono e hipervigilância. Além disso, a desesperança, em alguns casos, pode ser um gatilho para quadros depressivos.  

Ansiedade climática é pauta global

Como manter a sanidade em meio a incerteza climática que continua acima de tudo assolando não apenas o estado, mas o planeta?

Camila Tuchlinski:
Não é de agora que os pesquisadores em saúde mental estão analisando os efeitos de um termo que ficou conhecido como ansiedade climática. Segundo a Associação Americana de Psicologia (APA), trata-se do “medo crônico de sofrer um cataclismo ambiental”. E isso ocorre quando a pessoa começa a observar o impacto das mudanças climáticas, gerando uma preocupação associada ao futuro de si mesmo e das próximas gerações.

Uma pesquisa, realizada pela revista científica The Lancet, revelou que mais da metade dos 10 mil jovens entrevistados concordou com a afirmação: ‘a humanidade está condenada’. Eles disseram que as preocupações com o estado do planeta estavam interferindo no sono, na capacidade de estudar, brincar e se divertir, revela a psicóloga.

No ano passado no Brasil, alguns eventos climáticos me chamaram atenção, sobretudo a maneira como as pessoas se assustaram e repercutiram nas redes sociais.

Na mesma semana, aliás a sensação térmica no Rio de Janeiro chegou a 50,6 °C, o mar literalmente expulsou banhistas e vendedores das barracas da orla, foram registradas tempestades de areia em Manaus, no Amazonas, e chuvas fortes que destelharam casas e deixaram milhares de pessoas sem energia elétrica na capital paulista.

A ansiedade climática pode acontecer mesmo com quem não viveu o desastre natural, por exemplo. Nas primeiras semanas da tragédia no Sul, não houve uma sessão de terapia em meu consultório em que o paciente não tenha, no mínimo, mencionado a situação. E olha que eu atendo pessoas de diversas partes do País e brasileiros que moram no exterior. Trata-se de um luto coletivo.

Prevenção e informação antes de a chuva chegar

Como lidar com medo quando a chuva chega e a água começa a subir de novo?

Camila Tuchlinski: O medo é algo que garantiu a sobrevivência da nossa espécie. Imagina se não tivéssemos medo do fogo, da água ou de atravessar a rua sem olhar para os lados? Agora, este medo relacionado a um evento traumático, de que ‘quando a chuva chegar e a água começar a subir de novo, tudo será perdido’, é algo que pode fazer com que a pessoa literalmente se sinta ‘travada’ e não consiga realizar as atividades da vida diária.

De fato, a ansiedade antecipa situações que podem não ocorrer. Eu recomendo às pessoas a sempre estarem bem informadas, com canais confiáveis de informação sobre principalmente a previsão do tempo e as medidas de segurança divulgadas pelas autoridades para pensarem e saberem como agir.  

Grupos de psicólogos voluntários continuam atuando no estado gaúcho

Em dois meses muitas pessoas já voltaram para casa, mas como lidar com as perdas e a reconstrução de toda uma vida?

Camila Tuchlinski: No fim da década de 1960, a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross identificou cinco fases de luto: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. A questão é que os seres humanos são únicos e nem todos passam necessariamente por todas essas etapas. E aceitar uma situação não faz com que a dor, física e emocional, suma.

Elaborar o luto, dar um sentido ao que está sendo vivido e ressignificar os ideais de vida pode ajudar. A ansiedade climática é normalmente acompanhada por sentimentos de pesar, raiva e culpa que, por sua vez, podem afetar o humor, o comportamento e o pensamento.

Diversos grupos de psicólogos voluntários atuam no Sul neste momento, além de psicoterapeutas que fazem atendimento online, quando há conexão de internet, para tentar ajudar quem precisa. Porém, acredito que seja um trabalho de acolhimento e saúde mental de longo prazo.

Alertas meteorológicos preventivos – como acessar

Também é possível se cadastrar via WhatsApp. Para ter acesso ao serviço, é necessário se registrar pelo telefone (61) 2034-4611 ou clicando aqui. Em seguida, é preciso interagir com o robô de atendimento enviando um simples “Oi”.

Após a primeira interação, o usuário pode compartilhar sua localização atual ou qualquer outra do seu interesse para, dessa forma, receber as mensagens que serão encaminhadas pela Defesa Civil estadual.

Doe em criptomoedas ou real e ajude os afetados pelas chuvas no RS

As autoridades emitiram recentemente alertas para golpes com PIX. A recomendação é buscar, portanto, canais oficiais, fontes verificadas e confiáveis.

Aqui você encontra várias opções seguras para doar com Bitcoin, USDT, USDC em redes diferentes como por exemplo, Polygon, Tron e XRP. Para quem prefere doar em PIX direto para o governo do RS também é possível.

Doe, ajude como puder, porque juntos somos mais fortes e vamos reconstruir o Rio Grande do Sul.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3 -...
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