A visão do Banco Popular da China em relação a criptomoedas parece estar mudando. A partir de 18 de abril, o o banco central chinês passou a considerar o Bitcoin como uma “alternativa para investimentos”.
As declarações foram feitas em um painel da CNBC no Fórum Boao da Ásia, onde o vice-governador Li Bo disse: “Nós consideramos o Bitcoin e outras stablecoins como criptoativos (…) E são, portanto, alternativas de investimento”.
A China perseguia exchanges e trading de criptomoedas desde 2017, além de banir ICOs. Os comentários de Beijing, portanto, foram considerados “progressistas” por especialistas da indústria e importantes para a iniciação da China no mercado cripto.
Além disso, o vice-governador declarou que Bitcoin e stablecoins são ativos, e não necessariamente moedas. Isto significa que seu papel principal, de acordo com o banco, é de investimento alternativo.
A relação complicada entre China e Bitcoin
A China e o Bitcoin possuem um passado tempestuoso, considerando que o país asiático foi um dos que mais investiu na criptomoeda. Em 2020, a China era um dos cinco maiores investidores de Bitcoin.
Fora os investimentos, a China mantém um papel importante no processo de mineração, sendo líder mundial deste ramo com mais de metade da capacidade total por país. Um blecaute maciço ocorrido recentemente no noroeste do país fez com que a taxa de hash (poder computacional) de mineração da região despencasse.
Outro fator importante na relação complicada entre o país e os ativos digitais se revela nos constantes esforços da achina em erradicar a mineração a região da Mongólia Interior, uma área atrativa para a comunidade de mineradores devido a seus baixos custos de energia.
Apesar dos comentários “progressistas”, Li Bo mencionou que o banco deve manter suas relações atuais com moedas digitais.
O jogo doméstico de longo prazo da China
Com a adoção de moedas e ativos digitais em alta, tanto a China quanto outros países estão tentando se manter à frente das tendências.
O foco atual do país asiático é desenvolver sua própria moeda digital nativa – o yuan digital, que será distribuído diretamente pelo banco central chinês. O projeto, dessa maneira, destoa do conceito de descentralização proposto pelo Bitcoin. Em vez disso, trata-se de uma tentativa de digitalizar a moeda fiduciária já em circulação.
O mundo inteiro observa o desenvolvimento da CBDC da China, mas ainda não se sabe se os novos comentários progressistas serão precursores de movimentos mais amplos daquele país para regular criptomoedas.
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