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Candidatos à prefeitura de SP não apresentam planos para setor cripto, uso de blockchain e IA

3 mins
Atualizado por Aline Fernandes

EM RESUMO

  • Fora do picadeiro dos debates, os candidatos não apresentaram sequer uma proposta para o mercado cripto.
  • Pesquisa da Sherlock Communications aponta que 24% dos brasileiros investem em cripto.
  • População da cidade de São Paulo é maior do que país europeu.
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A reportagem do BeInCrypto Brasil perguntou aos principais candidatos para assumir a direção da maior metrópole brasileira quais seriam seus planos para impulsionar a adoção de tecnologias como blockchain, inteligência artificial (IA) na cidade de São Paulo.

Entretanto, nenhum dos candidatos soube ou quis se posicionar a respeito, deixando em dúvida se existe realmente alguma proposta relevante para a cidade, além de cadeiradas e insultos. As eleições municipais de São Paulo estão marcadas para 06 de outubro. Caso haja segundo turno, a data marcada é 27 de outubro.

População da cidade de São Paulo é maior do que país europeu

Com quase 12 milhões de habitantes, a sociedade precisa escolher bem o representante para comandar um dos cargos mais importantes do país. Para se ter uma ideia do tamanho da cidade de São Paulo, a população é maior do que Portugal. O país europeu tem pouco mais de 10 milhões de habitantes.

Portanto, a responsabilidade é colossal. Como a capital paulista já tem iniciativas que usam IA e blockchain, encaminhamos as seguintes perguntas aos candidatos:

  • Gostaríamos de saber o que o candidato pensa sobre blockchain e a indústria cripto?
  • Usaria a blockchain para garantir mais transparência e agilidade?
  • Criaria um sistema integrado para outros setores como o SUS digital que por exemplo já usa blockchain. ?  A solução é do governo federal, assim como a do Detran, que já usa blockchain em algumas cidades do país, assim como o sistema nacional da carteira de identidade.
  • O que pensa sobre criptomoedas?

Atual prefeito, Ricardo Nunes não respondeu à reportagem

Além das questões acima, perguntamos a Ricardo Nunes (MDB) sobre todas as iniciativas da capital paulista que adotam as tecnologias. A equipe do atual prefeito não respondeu e apagou as questões enviadas no WhatsApp da assessoria de imprensa da atual campanha de Nunes.

Em janeiro de 2023, o prefeito aprovou a Lei nº 17901, que prevê o uso de blockchain na administração pública. No entanto, não há transparência sobre projetos relacionados. A reportagem sequer recebeu as respostas.

Esta semana, o atual prefeito esteve em um programa de rádio da Jovem Pan, onde falou da Smart Sampa. Um programa de segurança que integra equipamentos com a Polícia Militar. O objetivo é aumentar principalmente a segurança. A iniciativa, que usa IA e câmeras inteligentes com identificação facial, custa R$ 9 milhões por mês aos cofres da cidade.

Smart Sampa usa IA

O Smart Sampa com 15 mil câmaras instaladas, ajuda, por exemplo, a identificar foragidos da justiça em terminais de transportes pela cidade e gerar alerta para combater ações de facções criminosas. Até o final do ano, o prefeito promete instalar mais cinco mil câmeras, subindo o número para 20 mil.

Outra iniciativa que usa a blockchain é o 156. O canal da prefeitura conta com mais de 600 serviços para o cidadão paulista, mas a maioria ainda não usa a tecnologia. À época do anúncio, Bruno Lima, atual Secretário Municipal de Inovação e Tecnologia de São Paulo, falou sobre o tema com a Exame

O objetivo é “garantir a autenticidade e integridade dos dados, evitar fraudes e falsificações”. Portanto, os primeiros serviços que incorporaram a tecnologia foram os de cartões de estacionamento para idosos e pessoas com deficiência, disse Lima.

Apesar de ser a primeira cidade do país a adotar a blockchain, São Paulo pouco avançou até aqui, tendo um potencial infinito para garantir transparência das contas públicas.

Guilherme Boulos não apresentou propostas

A assessoria do candidato, Guilherme Boulos (PSOL) confirmou o recebimento das questões, mas não respondeu nenhuma delas.  Em 2021, durante uma participação no Flow Podcast, o candidato disse que “lamentavelmente as criptomoedas não são um debate pouco acessível a 99% da população brasileira.”

O político respondeu à época um ouvinte que o questionou sobre descentralização e criptomoedas.

Pablo Marçal “não coloca 1 real em Bitcoin”

A assessoria do candidato Pablo Marçal (PRTB) ignorou as questões enviadas pelo BeInCrypto.  

Entretanto, recentemente Marçal declarou que “ não coloca R$ 1 em Bitcoin” e que “99% dos caras que mexem com o Bitcoin são bandidos”. Ele também afirmou ter pena de quem perde dinheiro na B3.

No entanto, o presidente do partido do político, filiado ao PRTB, foi acusado de supostamente roubar um valor equivalente a R$ 14,5 milhões (à época) em bitcoins de um policial civil. Leonardo Avalanche foi acusado em março deste ano pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). O processo foi arquivado em julho, após a suposta vítima perder o prazo de entrega de documentos.

Além disso, Tábata Amaral (PSB), Maria Helena (NOVO) e José Luiz Datena (PSDB) também não responderam à reportagem.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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