A partida entre São Paulo e Flamengo na próxima quarta-feira (6), pelo Campeonato Brasileiro, terá três lotes de ingressos tokenizados. O jogo acontecerá no estádio do Morumbi, na capital paulista.
Oferecidos pelo clube paulista, os ingressos fazem parte de um piloto que será testado nos últimos jogos do Brasileirão 2023. Os preços variam entre R$ 200 e R$ 400. A ideia é criar algo simples para que torcedor use a tecnologia sem grandes preocupações técnicas.
Projeto quer mudar mercado de ingressos
Chamado de Smart Ticket os criadores do projeto-piloto prometem mudar o atual mercado de ingressos para eventos esportivos, incluindo no futebol.
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As vantagens dos ingressos tokenizados, especialmente para os torcedores de seus times de coração, vão desde a experiência do usuário até a garantia de segurança e danos, explica o sócio da Jantalia Advogados e especialista em Mercado de Capitais e Finanças Web 3, Carlos Akira Sato.
“A rastreabilidade da tecnologia blockchain é capaz de registrar todas as etapas de transferência de um ingresso ou até mesmo impedir sua transferência. Na hipótese de integração do bloco com uma solução de pagamento eletrônico, pode controlar ou evitar até a cobrança de valor superior ao da bilheteria original”,
Ele também acredita será possível ampliar a experiência no jogo para outros públicos. “A tokenização reduz custos de emissão/controle e, simultaneamente, agrega experiências que podem aumentar a monetização do ingresso”, defende Sato.
As vivências figitais também são outra vantagem do ticket na blockchain. Isso porque os fãs podem interagir em ações do clube, como a criação da taça da premiação em uma impressora 3D, acesso a NFTs figitais e participação em sorteios para ganhar uma camisa do clube autografada pelos jogadores.
Fim dos cambistas?
Considerando que todas as informações transacionais serão armazenadas no bloco e não podem ser alteradas, Akira Sato lembra que as possibilidades de falsificação e venda duplicada dos ingressos são praticamente impossíveis.
“O emissor do ingresso pode inserir todas as regras de comercialização, inclusive revenda, no bloco, permitindo que todas as informações sejam transparentes para os consumidores e as reservas sejam verificadas em cada transação. Além disso, podem ser atribuídas experiências diferenciadas, como a personalização de cada ingresso, transformando-o em um token não fungível – um NFT”.
Mas será que isso implicaria uma solução para combater a ação de cambistas, especialmente nos arredores dos estádios? Na visão do sócio da Jantalia Advogados, essa é uma situação bastante viável de acontecer a médio e longo prazo.
Em caso de desistência do jogo, a tecnologia também pode programar a devolução com reembolso sem fricção e na hipótese de integração com um meio de pagamento eletrônico, ou a revenda do ingresso pode limitar o ágio, ou desconto. Mas depende das regras do ingresso tokenizado, alerta o advogado especialista.
“A rastreabilidade da tecnologia blockchain é capaz de registrar todas as etapas de transferência de um ingresso ou até mesmo impedir sua transferência”, explicou.
Essa não é a primeira vez que o São Paulo FC comercializa ingressos na blockchain. O time foi o primeiro a disponibilizar pagamento com criptomoedas pelo programa Sócio torcedor em maio de 2022.
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