O Brasil enfrenta uma média alarmante de 1.379 ataques cibernéticos por minuto, conforme revela o relatório “Panorama de Ameaças para a América Latina 2024”, da Kaspersky. A análise destaca o país como o segundo mais visado na América Latina. A onda de ciberataques cresce em um cenário marcado por vulnerabilidades digitais, aumento do uso de ferramentas online e falta de segurança adequada em muitas empresas e instituições.
A Kaspersky aponta que o setor financeiro e o de saúde estão entre os mais afetados no Brasil. Esses setores atraem cibercriminosos por armazenarem dados confidenciais e possuírem sistemas financeiros robustos. A alta taxa de ataques inclui tentativas de ransomware, phishing e exploração de Ameaças Persistentes Avançadas (APT), que se tornaram mais sofisticadas e intensas.
Brasil registra mais de 700 milhões de tentativas de invasão
Conforme os dados divulgados, no espaço de 12 meses, entre agosto de 2023 e julho de 2024, mais de 700 milhões de tentativas de invasão de dispositivos eletrônicos foram registradas. Ou seja, isso representa 4.616 investidas por dia, totalizando 1.379 por minuto.
O setor financeiro é um dos maiores alvos no Brasil, seguido por serviços de saúde e empresas públicas. Segundo a Kaspersky, cibercriminosos estão focados em obter acesso a informações bancárias, dados pessoais e registros médicos, todos altamente valorizados no mercado clandestino.
O ransomware continua sendo uma das maiores ameaças, com hackers sequestrando dados críticos e exigindo pagamentos em criptomoedas para liberar informações. A técnica de phishing também é amplamente usada, enganando usuários para fornecerem informações confidenciais. Muitos ataques utilizam e-mails fraudulentos, mensagens de texto ou links em redes sociais, muitas vezes disfarçados de mensagens de instituições confiáveis.
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Além disso, o estudo também revela que dos 18 trojans bancários mais comuns na região, 13 são provenientes do Brasil. Assim, elaborados e desenvolvidos por programadores residentes no país. De acordo com a Kaspersky, os programas mais elaborados já têm a capacidade de desvendar as senhas digitadas em celulares, computadores e tablets.
As APTs, que são ataques persistentes e bem financiados, representam o maior desafio no combate aos crimes cibernéticos. Normalmente orquestradas por grupos organizados, este tipo de ciberataque mira os dados de alto valor e incluem técnicas avançadas de espionagem e roubo de informações estratégicas.
Desafios para fortalecer a segurança cibernética
O relatório da Kaspersky ressalta que, embora o Brasil tenha avançado em proteção cibernética, o crescimento da digitalização e da conectividade nas empresas e no setor público expõe vulnerabilidades. Muitas organizações ainda enfrentam desafios para manter medidas de segurança atualizadas. Além disso, o país enfrenta dificuldades para implementar uma cultura de segurança digital entre seus colaboradores.
Para reverter essa situação, a Kaspersky recomenda um aumento nos investimentos em segurança cibernética e na conscientização digital. A empresa sugere que instituições privadas e públicas adotem soluções de detecção de ameaças em tempo real, usem autenticação multifatorial e atualizem regularmente seus sistemas. Além disso, a prática de simulações de ataques e treinamentos de equipe pode ajudar a fortalecer a resiliência frente a essas ameaças.
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