A China quer que o yuan substitua o dólar como moeda usada no comércio internacional, enquanto outros países e blocos econômicos exploram outras alternativas à moeda dos Estados Unidos.
O governo chinês embarcou em iniciativas estratégicas para promover o uso do yuan no comércio internacional por meio de iniciativas com o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a Organização de Cooperação de Xangai e a Organização dos Países Produtores de Petróleo.
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China e Rússia pretendem impulsionar o yuan
A segunda maior economia do mundo quer que suas iniciativas estratégicas em yuan compensem a hegemonia global do dólar. Sanções econômicas recentes contra a Rússia permitiram à China promover o potencial do yuan como moeda global.
Após um acordo recente, o Brasil e a China agora negociam com a moeda chinesa em vez do dólar americano. A troca direta elimina a necessidade de conversão de moeda. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos diz que essa mudança reduzirá custos e impulsionará o comércio e os investimentos bilaterais.
Vale ressaltar que a China é o maior parceiro comercial do Brasil, com produtos chineses respondendo por 20% das importações brasileiras. E as exportações chinesas representam mais de um terço de todas as exportações brasileiras.
Arábia Saudita e Irã se preparam para a independência do dólar
O ministro das finanças saudita, Mohammed Al-Jadaan, sugeriu em janeiro a prontidão do país para comercializar sem o dólar em janeiro. A medida marcaria um afastamento das relações econômicas de longa data com os EUA. Mas, até que isso aconteça, o país vai explorar alternativas sem abrir mão dos petrodólares que ganha com as exportações de petróleo
Ainda no Oriente Médio, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, pediu ao Banco Central para minimizar progressivamente o papel do dólar americano no comércio bilateral em favor do rial iraniano. A instituição tem progredido em direção a esse objetivo.
Em uma reunião recente com o Ministro do Comércio de Omã, ele elogiou os méritos comerciais bilaterais do rial. Vale observar que o Irã está atualmente sob sanções dos EUA.
Índia fortalece influência da rupia com 19 países
Índia e Bangladesh concordaram recentemente em usar as rúpias indianas e de Bangladesh para o comércio bilateral. Bangladesh pagará cerca de US$ 2 bilhões de possíveis US$ 13,7 bilhões em exportações indianas usando rúpias.
Em linha com outras 18 regiões, a Índia pagará rúpias pelas exportações de Bangladesh no valor de US$ 2 bilhões em 2022. Rússia, Alemanha, Grã-Bretanha, Cingapura, Sri Lanka, Malásia, Omã e Nova Zelândia já liquidam transações comerciais indianas em rúpias.
Kremlin quer desdolarizar o BRICS
Na guerra com a Ucrânia, Moscou favorece o yuan chinês em relação ao dólar americano para o comércio internacional. Além disso, o Kremlin também está explorando uma moeda unificada com seus aliados do BRICS.
O economista do Goldman Sachs, Jim O’Neill, cunhou a sigla BRICS em 2001 para descrever as economias regionais que dominarão a economia global até 2050. Os integrantes do BRICS também pertencem ao G20 e foram originalmente concebidas para representar oportunidades de investimento.
Recentemente, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, argumentou que a adoção do yuan digital pela China e as ambições de Hong Kong ameaçam a supremacia dos EUA no espaço da moeda digital. Ao adotar o yuan chinês, a economia russa garantiu uma alternativa às redes financeiras ocidentais e ao dólar americano.
Agora, os líderes do BRICS devem tomar decisões importantes sobre uma moeda comum e confirmar sua desdolarização quando se reunirem em agosto.
No entanto, os exportadores de energia preferem cada vez mais o yuan para pagamentos, com o fundo estatal russo garantindo suas reservas de petróleo na moeda.
A crescente importância da moeda chinesa estabelece ainda mais o relacionamento dos países. Um descontentamento compartilhado com o Ocidente transformou sua competição por influência global em uma trégua.
Mas, a mudança é consistente com as ambições malsucedidas da China de consolidar a importância do yuan nas finanças e no comércio internacional.
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