O sandbox do Banco Central anunciou o desenvolvimento de um projeto de balcão OTC com registros feitos em blockchain.
Chamado de Bolsa OTC, o projeto foi aprovado no Ciclo 1 do sandbox do Banco Central. Ele é uma “plataforma digital que permite, por meio de uma instituição financeira, intermediar operações de crédito entre agentes superavitários e deficitários, e negociar os títulos representativos dessas operações em um mercado secundário”.
A ideia da Bolsa OTC é que os processos de registradora e liquidante de transações de compra e venda de ativos representados de forma digital rodem em uma rede blockchain, assegurando integridade e conformidade regulatória a todos participantes.
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O modelo vai funcionar, em princípio, com operações P2P, um empréstimo entre pessoas com a finalidade de aproximar empresas de capital fechado que buscam se financiar com investidores de forma distribuída.
Essa proposta não passou pelo Lift Lab – que é uma parceria do BC com a Federação Nacional das Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), para desenvolvimento de protótipos de produtos inovadores.
Futuro do Lift Lab e outros projetos financeiros
O Lift Lab deve divulgar, em breve, o calendário das inscrições para mais uma rodada de incentivo a propostas inovadoras – sua realização deve acontecer paralelamente ao Lift Challenge Real Digital com objetivo de lançar o piloto de uma moeda digital do banco central (CBDC) brasileira no final de 2022.
O Desafio anunciado no último webinar sobre Real Digital quer promover o desenvolvimento de soluções financeiras e definir os moldes para a implantação da moeda digital brasileira . Autoridade monetária fará acompanhamento quinzenal dos progressos até o final do desafio para discutir a potencial criação final da CBDC do Brasil.
O Lift Challenge Real Digital dará a preferência para a seleção de projetos de uso em ambiente online: Entrega contra Pagamento , Pagamento contra Pagamento, Internet das coisas (IoT) e Finanças descentralizadas (DeFi) voltada para definição de protocolos com liquidação baseada em uma CBDC e tendo em vista requisitos de conformidade e supervisão estabelecidos na normas da autoridade monetária.
Outro projeto selecionado recentemente para fazer parte do Ciclo 1 do Sandbox do Banco Central também passou pelo Lift Lab, para desenvolvimento de protótipos de produtos inovadores. A proposta é sobre uma plataforma para emissão e negociação de títulos de crédito, em especial as Cédulas de Crédito Bancário (CCBs), relacionados ao setor imobiliário, desenvolvida pela INCO Investimentos.
“Eles perceberam uma oportunidade constatando que a maioria do funding para os projetos de construção civil estava direcionado para empreendimentos que já estão em estágios mais avançados, e que os projetos em fases iniciais dependiam de crédito livre com alto custo de capital”, explicou o chefe de inovação da Fenasbac, Rodrigo Henriques.
A proposta trabalhada no Lift focou na criação dessa plataforma especializada de crédito, levando em conta aspectos como o processo de análise e rating deste crédito para os empreendimentos que estão no começo dos trabalhos. Assim, foi possível estruturar algoritmos que levam em conta indicadores relevantes e específicos do segmento, tornando o modelo bastante assertivo, de acordo com Henriques.
Banco Central busca inovação
Para Henriques, a escolha de um mesmo projeto, tanto pelo Sandbox quanto pelo Lift, reforça o papel desempenhado pelo BC no que diz respeito à inovação no SFN – o que é, inclusive, um dos eixos da Agenda BC#, no âmbito da dimensão competitividade.
“A inovação não nasce pronta, há um caminho a ser percorrido: da ideia inicial, passando pela pesquisa, pela prova de conceito, pelo protótipo funcional, até chegar ao mercado. É um orgulho ter uma iniciativa que passou pelo Lift Lab também selecionada pelo Sandbox BC. É a prova de que é um projeto maduro, importante para a sociedade”, defendeu o chefe de inovação da Fenasbac.
“Participar de uma iniciativa assim é a realização de um sonho. É maravilhoso saber que pequenas contribuições individuais, quando somadas, têm um efeito exponencial no futuro do SFN e no dia a dia de cada brasileiro”, concluiu.
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