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Blockchains avançam no mercado NFT e ameaçam destronar o Ethereum

4 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Por que NFTs despertaram o interesse do publico em geral?
  • O blockchain dominante e o efeito dos altos custos de transação.
  • Por que outros blockchains estão ganhando espaço no mercado NFT?
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O mercado NFT tem despertado o interesse do público em geral.

Quando olhamos para o volume de pesquisa do Google, um indicador confiável da intensidade do interesse em determinado tópico, torna-se evidente o crescente interesse do público por tokens não-fungíveis (NFT).

Dados da gigante de buscas mostram que a busca a palavra “NFT” bateu um novo recorde, com um aumento percentual de 100% na semana entre os dias 16 a 22 de janeiro.

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A explicação para tal fenômeno pode ser, em parte, devido ao anúncio recente de que as principais corretoras cripto, FTX US e Coinbase, iriam integrar NFT em suas plataformas. Mas isto também ocorreu porquee NFTs se tornaram o átomo dos mundos virtuais no metaverso e estão transformando a indústria de games junto com finanças descentralizadas (DeFi) e DAOs.

A dominância do Ethereum

Até agora, a rede Ethereum foi o principal protocolo blockchain para NFTs, pois hospeda o maior número de projetos, com mais de 50 atualmente em execução.

O WAX, um fork do blockchain EOS, ocupa o segundo lugar, com mais de 35 projetos. Mas novas redes blockchain, como BSC, Polygon, Flow, Solana e Algorand, estão entrando no espaço.

O efeito dos custos de transação no crescimento do mercado

Apesar do domínio do Ethereum, suas taxas de transação continuam sendo um problema persistente, pois tendem a aumentar continuamente. Vejamos os motivos.

Os custos de transação têm um impacto direto nas margens e preços de venda de um NFT. E mais, podem tornar inviáveis categorias inteiras de tokens devido a custos de transação maiores do que o próprio ativo.

Ora, se cada NFT criado é exclusivo, isto significa que o custo de transação não pode ser amortizado com um grande volume de itens criados.

Aqui, é importante observar que os custos de transação não estão apenas associados à criação do NFT, mas também a cada transferência do token, o que vai diminuindo o preço que os participantes gostariam de pagar.

A simplicidade de criação e gestão do NFT é muitas vezes negligenciada como detalhe de implementação. Contudo, isto impacta tanto a probabilidade de sucesso quanto o custo das operações.

As altas taxas de do Ethereum, além de reduzir o poder de compra em dólares dos NFT, tiveram um impacto prejudicial também sobre o crescimento do mercado.

Desde meados de 2021, os preços das taxas de gás no Ethereum vêm crescendo, e, hoje, a realização de qualquer transação na rede pode ser bastante cara, podendo variar de US$ 50 a mais de US$ 800, sem contar o valor para a transferência que pode chegar a US$ 150.

A combinação entre custos de transação altíssimos e os crescentes custos de investimento em USD parecem ter dissuadido muitos indivíduos a entrarem de cabeça na compra de um NFT.

E vale destacar aqui: uma solução rápida a curto prazo para as taxas de gás exorbitantemente elevadas no Ethereum não parece verossímil no momento.

Embora várias soluções de escalabilidade estejam sendo desenvolvidas, e haja a promessa de que elas reduzirão drasticamente os custos de transação na camada base do Ethereum, inexistem soluções de curto prazo que eliminem completamente o problema.

O que está levando outros blockchains a ganharem espaço no mercado NFT?

Há uma crescente preferência por outros blockchains no mercado NFT. Tal demanda, aparentemente, possui duas razões principai.

O primeiro motivo para a migração de parte do mercado para outros blockchains é ambiental.

Para muitos artistas, a proteção ao meio-ambiente é um fator essencial e, daí, vem a preferência por outras plataformas, como a Tezos, que usam a prova de participação (PoS) como mecanismo de consenso, ao invés da prova de trabalho (PoW).

O algoritmo PoS foi introduzido pela primeira vez em 2011, no Bitcointalk.

Ao contrário das redes PoW, que dependem dos mineradores, blockchains alimentadas por PoS são mantidas por validadores. O processo de validação em PoS chama-se “forjar”. Se um node pretende participar no processo de criação do bloco, tem simplesmente que fazer staking do token nativo. Não há necessidade de gastar com eletricidade ou comprar hardware especializado.

As regras das redes PoS variam caso a caso, mas o conceito geral é o mesmo: os nodes que procuram tornar-se validadores são obrigados a “bloquear” uma quantidade mínima de tokens que atuam como garantia.

A seguir, os validadores têm de concordar sobre quais transações devem ser adicionadas ao bloco seguinte, como num jogo de adivinhação. Se o seu bloco for selecionado pelo protocolo blockchain, você será recompensado com taxas de transação e com os tokens, dados anteriormente como garantia, de acordo com o tamanho de sua aposta.

Nessa linha, blockchains que usam PoS como mecanismo de consenso estão de acordo com a tendência global de “Carbon Free” e geram menos ou quase nenhum impacto ao meio-ambiente.

Esta qualidade verde, em linha com a preservação ao meio-ambiente ainda falta ao Ethereum, pelo menos, até sua transição completa para o PoS.

O segundo motivo é que outros blockchains oferecem uma alternativa de baixo custo à transação de cunhagem do Ethereum, com taxas de transação média muito mais baixas. Blockchains como a Binance Smart Chain, por exemplo, tem custo de transação de aproximadamente US$ 0,45. Já a Flow cobra US$0,02, a Polygon, US$ 0,0001, e a WAX não tem taxa de gás.

Takeaway

Blockchains de terceira geração, cujo foco é a escalabilidade e a interoperabilidade, tiveram um crescimento considerável em sua base de usuários ativos diários, bem como níveis notáveis de volume de transações, apesar de ter terem ingressado no mercado NFT recentemente.

As baixas taxas de transação e a pegada “Carbon Free” são belos atrativos e são capazes de atrair a parcela de usuários descontentes com os custos de transações do blockchain dominante.

Ainda faltam, contudo, alguns quilômetros até que outros blockchains possam destronar o Ethereum no arrojado ecossistema NFT.

A alta escalabilidade e o uso de PoS são, sem dúvida, vantagens de peso, mas que, sozinhas, são insuficientes para sustentar todo um mercado em ambiente digital cujo principal requisito, a segurança, anda de mãos dadas com um dos pilares de qualquer blockchain, que é a descentralização.

E você, já considerou que blockchains escaláveis nem sempre são descentralizados, ou tão seguros? Sabe por que blockchains descentralizados podem ter dificuldade para escalar?

Pense nisto até nosso próximo encontro. Nos veremos em breve!

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Tatiana Revoredo
Tatiana Revoredo é membro fundadora da Oxford Blockchain Foundation. LinkedIn Top Voice em Inovação e Tecnologia. Estrategista Blockchain pela Saïd Business School, University of Oxford. Especialista em Blockchain Business Applications pelo MIT. Especialista em Artificial Intelligence & Business Strategy pelo MIT Sloan & MIT CSAIL. Especialista em Cyber-Risk Mitigation pela Harvard University. Convidada pelo Parlamento Europeu para a “The Intercontinental Blockchain Conference”....
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