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“É preciso olhar games NFT como investimento a longo prazo”, diz gamer

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Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • “Por se tratar de um mercado muito novo, grandes publishers ainda não tiveram tempo de desenvolver um game consistente baseado em Blockchain”’.
  • Axie Infinity registrou recorde de vendas em dezembro de 2021.
  • Gamer explica que "novos usuários precisam estar atentos aos investimentos e não fazerem empréstimos".
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A popularidade dos games jogue-e-ganhe (P2E) não ocorre por acaso. Alem das oportunidades apresentadas por games tradicionais, eles também oferecem a possibilidade de o jogador gerar renda apenas por jogar, e isso tem atraído cada vez mais pessoas.

No começo de janeiro, o Axie Infinity anunciou um novo recorde mensal de vendas. O marketplace do game registrou mais de 2 milhões de vendas em dezembro, o mantendo na liderança desse ecossistema. A popularidade dos tokens não fungíveis (NFTs) também impulsiona os negócios.

Os dados são do DappRadar. Um relatório divulgado pela empresa aponta que mais de 614.000 usuários compraram ou venderam tokens não fungíveis (NFT) do Axie Infinity em 4,88 milhões de transações, além de registrar 2.259.133 em vendas individuais em dezembro de 2021.

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Eduardo Yamada é um dos gamers que participam desse universo. Com 30 anos, o paulista mais conhecido como Dudz Yamada investe em games NFT desde julho de 2021.

Em conversa com o BeInCrypto, ele conta que reinveste parte dos ganhos – que já chegaram em média a R$ 200 mil – desde que entrou nesse universo, fala sobre sua experiência e perpectivas do mercado na visão de quem joga.

imagem: Dudz Yamada
  • SLP está em forte tendência de baixa desde seu recorde de preço. Como fazer jogos P2E serem atrativos mesmo quando o preço das recompensas cai tanto?

Por se tratar de um mercado especulativo, algumas pessoas enxergam essas quedas como FUD (fear, uncertainty and doubt), retirando todos seus ativos do mercado e outras pessoas enxergam como oportunidade, comprando mais tokens/nfts.

O FUD faz com que, tanto novos quanto antigos jogadores, vendam seus ativos, fazendo com que o jogo zere sua pool de recompensa, onde há somente saques, bloqueando assim a entrada de novos jogadores.

Pessoas que desejam entrar neste universo como investidores, precisam enxergar os jogos em NFT como investimento a longo prazo. Isso faz com que o preço dos tokens mantenha uma estabilidade e renda por bastante tempo.

Outra dica bastante importante, é sempre investir um dinheiro que não irá te fazer falta. Muita gente acaba pegando empréstimo para investir em jogos e em um momento de baixa, vendem tudo (tentando resgatar alguma parte investida), o que é ruim para toda a comunidade do jogo.

Rio Innovation Week
Rio Innovation Week teve área para games P2E (Foto: Aline Fernandes/BIC)
  • Boa parte da comunidade gamer tradicional tem tido resistência à inserção de NFTs e blockchain. Um exemplo é a Ubisoft, que vendeu apenas US$ 400 em NFTs do seu jogo nas duas primeiras semanas de lançamento. Como fazer os jogos GameFi atrairem mais pessoas deste mercado?

É natural que muita gente ainda tenha receio de colocar seu dinheiro em jogos desconhecidos. Novos jogos surgem toda semana, alguns deles são de empresas novas e sérias, que realmente querem fazer o jogo acontecer e outra parte são de desenvolvedores mal intencionados que criam jogos e somem com o dinheiro dos investidores.

Por se tratar de um mercado muito novo, grandes publishers ainda não tiveram tempo de desenvolver um game consistente baseado em blockchain. Começaremos a ver essas empresas como Riot, EA Sports, Valve, Activision, Epic Games desenvolvendo jogos Triple AAA a partir deste ano. Isso fará com que os jogos NFT tenham uma maior confiabilidade, tanto por parte de investidores, quanto de jogadores.

O futuro está mais próximo do que imaginamos. Todos os itens e consumíveis de jogos, em breve, serão vendidos em NFT, onde jogadores negociarão entre si e a desenvolvedora será somente uma intermediadora, ganhando dinheiro nas transações e não na venda do item (NFT) propriamente dito. Os jogadores precisam se adaptar a essa movimentação de mercado.

  • Como você vê o cenário de games NFT evoluindo daqui em diante, uma vez que eles já cresceram o suficiente para serem vistos em um evento do governo como a Rio Innovation Week?

Não somente o mercado de games, mas também empresas não endêmicas (Nike, Adidas, Facebook, Louis Vuitton, Coca-Cola) já estão de olho nos NFTs. Com a popularização do metaverso, muitas coisas materiais começarão ser digitalizadas, em um ambiente extremamente diferente do que conhecemos. Indústrias de games que não entrarem neste mercado, ficarão para trás.

  • Como games NFT podem fazer para serem mais conhecidos pela população em geral, uma vez que eles têm que competir com vários outros jogos tradicionais?

Com a entrada de grandes indústrias dos games neste mercado, começaremos a ver mais jogadores e investidores de NFT. Há uma infinidade de exemplos que podemos citar, de jogos tradicionais, que precisarão se adaptar a este novo mercado.

Também há necessidade de investimento pesado na área de marketing por parte das empresas do setor, muita gente ainda não sabe o que é blockchain e muito menos NFT. Esse tipo de divulgação não acontece atualmente, nos jogos já existentes.

  • Você acredita que o mercado NFT terá um movimento de correção após o boom recente de preços e popularidade?

Com o tempo e com empresas sérias entrando neste mercado, poderemos saber quais ambientes serão mais estáveis para jogarmos e ganharmos dinheiro.

Assim como qualquer outro ativo (Bitcoin, Ethereum, Solana), os tokens de games passam por um período de alta e logo após sofrem correções. É um mercado que você precisa de muito tempo, estudo e estômago para atuar nele.

Colaboração Anderson Mendes

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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