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Bitcoin nas alturas? BTC atinge US$ 138.000 na Binance.US com crise de liquidez

4 mins
Atualizado por Thiago Barboza

EM RESUMO

  • O preço do Bitcoin na Binance.US cresceu a US$ 138.000 devido a problemas de liquidez.
  • Os problemas de liquidez da exchange foram exacerbados pelo rompimento das relações com os bancos Signature e Silvergate.
  • Investidores precisam estar cientes dos riscos associados à negociação de Bitcoin na Binance.US.
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Um flash rally que elevou o preço do Bitcoin para US$ 138.000 na Binance.US demonstra um novo grau de volatilidade no mercado de criptomoedas.

Esse evento revela um problema significativo: a grave crise de liquidez que afeta as exchanges.

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Crise de liquidez atinge o mercado cripto

O mercado de criptomoedas é notório por sua volatilidade. Ainda assim, um pico rápido observado na Binance.US supera as flutuações típicas.

Este evento foi confinado ao braço da exchange nos EUA. Ou seja, ele foi uma anomalia em comparação com outras exchanges de criptomoedas.

O flash rally do BTC evaporou tão rápido quanto surgiu. Em seguida, o preço do Bitcoin voltou ao nível de paridade de outras corretoras.

O evento levantou especulações sobre o papel potencial da liquidez, ou melhor, a falta dela, nesse movimento de preços.

Bitcoin nas alturas? BTC atinge US$ 138.000 na Binance.US com crise de liquidez
Fonte: Binance.US

Para entender a gravidade da situação, é essencial avaliar o papel da liquidez nos mercados financeiros. Em suma, a liquidez reflete o grau em que um ativo pode ser comprado ou vendido sem causar movimento significativo nos preços.

O nível de liquidez em um mercado é diretamente proporcional à atividade de seus compradores e vendedores.

No mercado de criptomoedas, a liquidez tende a ser fragmentada em várias plataformas, complicando o processo de descoberta de preços. Essa fragmentação pode gerar ineficiências de mercado.

Ou seja, isso arrisca perdas para os traders devido a carteiras de pedidos estreitas, derrapagem, spreads maiores e extrema volatilidade.

O efeito líquido desses fatores pode dissuadir os investidores de negociar. De fato, os problemas de liquidez tornaram-se uma preocupação crescente para a Binance.US, com os traders migrando para rivais.

E eventos recentes exacerbaram uma situação já desafiadora.

Bitcoin negociado a US$ 138.000 na Binance.US

De acordo com a empresa de pesquisa Kaiko, a profundidade de mercado da Binance.US, uma medida de liquidez, despencou 78,8% em relação a maio. Conforme a empresa, isso implica em um êxodo em massa de criadores de mercado e comerciantes da plataforma.

Alguns participantes do mercado sugeriram que esse evento poderia ser atribuído ao processo da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) contra a Binance.US. A ação legal pode ter causado pânico entre os formadores de mercado, levando-os a retirar sua liquidez da exchange.

Bitcoin nas alturas? BTC atinge US$ 138.000 na Binance.US com crise de liquidez
Fonte: Kaiko

Além disso, a participação de mercado da Binance.US sofreu uma queda significativa. Detendo formidáveis 20% do mercado dos EUA em abril, sua participação caiu para apenas 1,5% hoje.

Bitcoin nas alturas? BTC atinge US$ 138.000 na Binance.US com crise de liquidez
Fonte: Kaiko

Esse declínio se correlaciona com o fechamento de redes proeminentes como o Signature Bank e o Silvergate Bank. Ambos os bancos foram fundamentais no ecossistema de liquidez de criptomoedas.

Como resultado, o mercado testemunhou spreads de compra e venda mais amplos, baixos volumes de negociação e volatilidade de preços, todos indicativos de uma crise de liquidez.

Fonte: Kaiko

O flash rally do BTC na Binance.US é uma ilustração clara das consequências da baixa liquidez. Ela parece ter desencadeado o evento, fazendo com que uma ordem de mercado para o Bitcoin fosse preenchida com um preço irreal.

Com a escassez de ordens de venda a preços razoáveis, a exchange foi forçada a executar os lances extraordinariamente altos, fazendo com que o preço disparasse abruptamente.

Fonte: TradingView

Este incidente reflete um evento ocorrido na própria Binance.US em outubro de 2021. Na época, o preço do Bitcoin caiu 87% abaixo de seu valor de mercado devido a um bug no algoritmo de negociação de um cliente institucional.

“Um de nossos traders institucionais nos indicou que havia um bug em seu algoritmo de negociação, que parece ter causado a liquidação relatada esta manhã”, disse um porta-voz da Binance.US na época.

Negociar Bitcoin na Binance.US é arriscado

O rali do BTC apresenta um alerta para os traders. Os desafios da falta de liquidez exacerbam ainda mais a volatilidade inerente ao mercado de criptomoedas.

Isso leva, por exemplo, a movimentos de preços repentinos e dramáticos que podem afetar significativamente o valor das participações dos traders.

As implicações de negociar Bitcoin na Binance.US, dados seus problemas de liquidez, vão além do potencial de oscilações inesperadas de preços.

O fim das relações bancárias com o Signature Bank e o Silvergate Bank agravou esses problemas. Portanto, isso levanta questões sobre a capacidade da plataforma de lidar com grandes transações de forma eficiente, principalmente aquelas que envolvem saques ou depósitos substanciais.

Embora a negociação em qualquer exchange envolva um certo grau de risco, a baixa liquidez pode levar à derrapagem. Esta é uma discrepância entre o preço esperado de uma negociação e o preço pelo qual a negociação é executada. Em um ambiente de baixa liquidez, mesmo pequenas ordens de mercado podem causar mudanças significativas de preço, como aconteceu na Binance.US.

Aqueles que consideram investir Bitcoin na Binance.US precisam estar cientes desses riscos.

Os investidores devem considerar a diversificação de suas atividades de negociação em várias exchanges para mitigar o risco associado à liquidez. Além disso, definir ordens de limite, em vez de ordens de mercado, pode ajudar a gerenciar o risco de derrapagem.

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Júlia V. Kurtz
Editora do BeInCrypto Brasil, a jornalista é especializada em dados e participa ativamente da comunidade de Criptoativos, Web3 e NFTs. Formada pelo Knight Center for Journalism in the Americas da Universidade do Texas, possui mais de 10 anos de experiência na cobertura de tecnologia, tendo passado por veículos como Globo, Gazeta do Povo e UOL.
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