O Bitcoin (BTC), e as criptomoedas em geral, tornaram-se mais correlacionadas com ações de grandes empresas de tecnologia nos últimos meses.
O Bitcoin parece ter perdido sua propriedade como ativo de reserva de valor ou hedge de inflação. Isso foi evidenciado por seu desempenho no terceiro trimestre deste ano, que foi altamente correlacionado com as ações de tecnologia listadas nos Estados Unidos.
O pesquisador da Messari, Kunal Goel, divulgou um gráfico na terça-feira (4), revelando até que ponto o preço da criptomoeda e as ações das big techs caíram em conjunto. Em um relatório referente ao terceiro trimestre, Goel disse: “O Bitcoin perdeu em grande parte seu hedge de inflação e narrativas de reserva de valor no mercado depois de cair 72% desde sua ATHs [máxima histórica de preço]”.
Correlação entre os segmentos
O gráfico mostra que o preço do BTC e a movimentaçaõ do Nasdaq 100 podem ser sobrepostos quase perfeitamente desde o início de 2022. Desde 1º de janeiro, o Bitcoin caiu 57% de pouco mais de US$ 46.000 para os níveis atuais de cerca de US$ 20.000. Nos mesmos 9 meses, as ações de tecnologia que influenciaram o Nasdaq 100 perderam 33,5%, de 16.500 pontos em 1º de janeiro para menos de 11.000 no final de setembro, de acordo com o TradingView.
É verdade que as perdas do Bitcoin são mais pesadas porque é um ativo muito mais volátil, mas os topos e fundos nos dois gráficos são praticamente os mesmos.
Goel observou que, desde que atingiu sua máxima histórica de US$ 69.000 em novembro de 2021, o Bitcoin caiu 72% em meio a um ambiente macro de risco. “Em vez de uma reserva de valor, a ação do preço foi semelhante à de uma ação de tecnologia dos EUA”, disse ele antes de acrescentar que os preços continuam a sofrer durante todo o regime conservador do Federal Reserve (FED).
A narrativa de hedge de inflação sofreu um grande golpe este ano, exacerbada por vendas institucionais e capitulação de grandes plataformas de empréstimo de criptomoedas, contribuindo ainda mais para a volatilidade do preço.
“Como tal, o ativo ainda precisa “amadurecer” para um espectro de risco mais baixo, mesmo que algumas instituições tenham vindo.”
Dito isso, quedas de mais de 70% não são novidade para o Bitcoin e demais criptomoedas, pois ocorreram nos três ciclos de mercado anteriores. Em comparação, os preços do ouro também perderam suas propriedades de reserva de valor, pois a commodity despencou mais de 18%, de cerca de US$ 2.000 no primeiro trimestre de 2022 para cerca de US$ 1.630 no final do terceiro trimestre.
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BTC recupera nível de US$ 20.000
Os preços do Bitcoin conseguiram recuperar 2,6% nas últimas 24 horas, mas o ativo permanece firmemente limitado. No momento da publicação desta matéria, ele estava negociado a US$ 20.145, com alta de 5,4% em relação à semana passada, de acordo com o CoinGecko.
Não parece haver um fim de curto prazo para a consolidação tão cedo. No entanto, o mercado de criptomoedas permanece inexpressivamente estável, apesar da recente desvalorização de várias moedas fiduciárias em todo o mundo.
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