Em entrevista ao BeInCrypto durante a Ethereum Brasil, Thiago Sarandy, head de assuntos regulatórios da Binance, elogiou a atuação do Banco Central do Brasil (BC) na criação de regras para o setor de criptoativos.
Painel sobre regulação
Sarandy participou do painel “Regulação de Ativos Virtuais: como o Brasil tem enfrentado esse desafio?”, em que destacou o papel do BC. Segundo ele, mesmo com equipe reduzida, a autoridade monetária conseguiu avançar em propostas regulatórias que têm sido referência para outros países da América Latina.
Sponsored“Eu dou nota 10 pro Banco Central. Mesmo com pouco staff eles estão conseguindo fazer quase um milagre. O BC está tentando construir uma regulamentação para as Américas”, disse Sarandy, lembrando que apresentou em países da América Central as diretrizes brasileiras.
O executivo mencionou ainda a Consulta Pública 109/2024, que estabeleceu parâmetros para serviços prestados por exchanges, e a Consulta Pública 111/2024, voltada à inserção de atividades em câmbio envolvendo criptoativos.
Brasil é destaque global
Durante a palestra, Sarandy também citou dados que colocam o Brasil como o quinto maior mercado de cripto no mundo, de acordo com levantamento da Coin Journal. O país aparece atrás apenas de Índia, China, Vietnã e Estados Unidos no ranking de adoção de ativos digitais.
Ele ressaltou que o avanço regulatório é fundamental para garantir a competitividade do setor no Brasil, atraindo empresas e fortalecendo a confiança de investidores.
Críticas à Medida Provisória 1.303
Apesar dos elogios ao BC, Sarandy criticou a Medida Provisória 1.303, apresentada pelo governo federal. Segundo ele, pontos como a retirada da isenção mensal de R$ 35 mil, a tributação sobre ganhos de capital em trocas entre criptoativos e a alíquota fixa de 17,5% sobre rendimentos podem desestimular a atividade no país.
“Existem ajustes a serem feitos, mas isso de modo nenhum retira o mérito do BC na construção da regulação”, afirmou o head da Binance.