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As pessoas estão começando a entender que criptomoeda não é dinheiro de mentirinha, diz gerente da Binance

4 mins
Atualizado por Lucas Gabriel Marins

EM RESUMO

  • BeInCrypto entrevistou Mayra Siqueira, gerente de comunicação da Binance
  • A profissional entrou na maior corretora de criptomoedas do mundo em 2019
  • Na conversa, ela falou sobre carreira e mercado de ativos digitais
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Ao longo de quase 10 anos, a jornalista e historiadora Mayra Siqueira trabalhou nas redações dos principais veículos de comunicação do Brasil. Ela produziu reportagens, participou de coberturas internacionais, fez análises esportivas e seguiu tudo o que manda a cartilha do bom jornalismo. Em 2018, a paulista decidiu se reinventar e mudar de área. Foi, segundo ela, um daqueles momentos epifânicos da vida. Ao procurar vagas no Linkedin, ela encontrou uma oportunidade no setor de marketing da exchange Foxbit. Aceitou o cargo, apesar de, naquela época, não ter ainda tanto conhecimento sobre o mercado cripto. Desde então, ela trocou o bloquinho, a caneta e o microfone pelas criptomoedas. No final do ano passado, em mais uma mundança na carreira, a jornalista assumiu a gerência da comunicação da Binance Brasil, maior corretora de ativos digitais do mundo. Em entrevista exclusiva ao BeInCrypto, a jornalista – que adora nadar nas horas vagas – contou um pouco de sua trajetória. Falou ainda sobre o cenário atual do mercado brasileiro, deu uns “pitacos” a respeito do futuro da indústria cripto e, claro, opinou sobre a cobertura do setor cripto feita pela imprensa nacional.

Quero transformar as criptomoedas em algo acessível para as pessoas, diz gerente da Binance Brasil

Mayra disse que, desde que entrou no mercado de criptomoedas, seu principal objetivo tem sido transformar o conceito por trás dos ativos digitais em algo acessível para as pessoas. A ideia, falou ela, é quebrar o paradigma de que Bitcoin e outras altcoins são inatingíveis ou minas de dinheiro.
“Na Binance estamos fazendo isso. A gente continua sendo uma exchange internacional global enorme, mas estamos trabalhando muito para transformar e regionalizar tudo o que oferecemos. Queremos literalmente deixar os produtos em uma linguagem que seja mais adequada ao nosso público aqui no Brasil”.
A jornalista disse que a corretora passou a ter redes sociais para atender os clientes – em português. Há agentes de suporte, disse Mayra, das 8h às 20h, todos os dias da semana. Até poucos meses atrás, falou, virava e mexia e as pessoas tinham que escrever em inglês para a empresa, ou mesmo usar o Google Tradutor. Isso, disse, acabava sendo um impedimento para uma comunicação efetiva.
“A gente tem também desenvolvido diversas campanhas e estratégias que conversam com o público nacional. Uma vez a cada duas semanas, ou uma vez a cada três semanas, por exemplo, a gente faz ainda um webinário. Nosso foco tem sido produzir conteúdos cada vez mais educativos ”, falou.

Pessoas estão começando a entender que criptomoeda não é dinheiro de mentirinha, diz Mayra Siqueira

Até 2017, ano do boom do Bitcoin, o mundo das criptomoedas era mais restrito aos aficionados por tecnologia, disse Mayra. E isso valia tanto para o Brasil como para o resto do mundo. Desde então, no entanto, o perfil do público vem mudando, falou ela.
“Hoje, eu acho que o investidor está mudando. No Brasil, por exemplo, cripto está se tornando uma coisa que sofre um pouco menos com preconceitos. Assim, as pessoas estão começando a entender que não é um dinheiro de mentirinha. É algo que existe, que veio para ficar e que tem diversas possibilidades”, disse.
Ela falou que os recentes casos de pirâmides financeiras associadas a criptomoedas mancharam um pouco a imagem do setor. No entanto, disse, as campanhas educativas sobre o mercado ajudaram a mudar o cenário. Além disso, o fato de as empresas de investimentos terem adicionado fundos de criptomoedas a seus produtos financeiros também ajudou a desconstruir a “má fama” que os golpes deixaram de presente para o setor.

Cobertura jornalística do universo cripto melhorou, segundo gerente da Binance

Mayra também falou sobre a cobertura do universo cripto por parte da imprensa tradicional. Assim como houve mudança no perfil do público de criptomoedas, houve também na postura de alguns veículos, segundo ela.
“Em 2018, era muito raro se falar de cripto, e mais raro ainda se falar de forma neutra e positiva. Eu me lembro de bater na porta de colegas de grandes portais e oferecer assuntos sobre o mercado, mas não conseguia emplacar. Virava notícia só se fosse um caso de sequestrador que pedia Bitcoin como forma de pagamento, um ataque hacker ou qualquer coisa polêmica”.
De acordo com Mayra, veículos como Valor Econômico, Exame, Istoé Dinheiro, entre outros, por exemplo, já têm coberturas mais neutras.
“Acho que tem melhorado, mas ainda tem muito chão pela frente. Isso porque se as pessoas, os jornalistas e editores, enfim, não entenderem muito bem o que está por trás dessa tecnologia, vai continuar havendo uma barreira”, disse.

No futuro, todo mundo vai usar cripto, diz gerente da Binance Brasil

A jornalista e historiadora é otimista em relação ao futuro das criptomoedas. De acordo com ela, cada vez mais as pessoas vão ver primos, tios e sobrinhos entrando nesse universo – com menos medo e com um pouco mais de naturalidade.
“Cripto vai se tornar algo que todo mundo vai ter. Pode até ser que não seja a única forma de transação financeira que a gente vai ter no futuro, mas acredito que a gente vai chegar a um momento em que a adoção será de praticamente 100%”, finalizou Mayra Siqueira.
 

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Lucas Gabriel Marins
Jornalista desde 2010. Já colaborei para diversos veículos, como Gazeta do Povo, Agência Estadual de Notícias (AEN) e Paraná Portal. Escrevo regularmente para o UOL e para outros portais especializados em criptoeconomia. Tive meu primeiro contato com o mercado de criptomoedas em meados de 2019, quando comecei a cobrir casos de golpes financeiros. No BeInCrypto, produzo e edito textos.
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