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Bancos podem perder cerca de US$ 89 bilhões e deixam consumidores frustrados; entenda

3 mins
Atualizado por Chris Goldenbaum

EM RESUMO

  • 'Meios de pagamentos tornam-se pessoais: como se manter relevante quando os consumidores buscam o controle' faz alerta para bancos tradicionais.
  • Wallets são a opção mais popular da nova geração de pagamentos.
  • Dinheiro físico ainda é preferência, mas criptomoedas estão na mira dos entrevistados.
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Com boa parte da sociedade global digitalizada, espera-se que consumidores queiram métodos digitais e pagamentos cada vez mais eficientes.

Um estudo divulgado pela Accenture nesta segunda-feira, 17/07, mostra que os bancos podem perder cerca de US$ 89 bilhões em receita, até 2025. O motivo: a falta de investimento em novas opções de pagamentos.

Conforme ‘Meios de pagamentos tornam-se pessoais: como se manter relevante quando os consumidores buscam o controle’ , os bancos que demorarem para investir em opções de pagamentos da próxima geração, poderão o valor citado. O número representa 4,6% das receitas totais globais de pagamentos online e com cartões nos próximos três anos.

Por outro lado, os bancos que repensarem suas estratégias e capitalizarem sobre a confiança de seus clientes sobre estabilidade e segurança, podem expandir receitas e participação no mercado.

Leia mais: Sofri um golpe, e agora? Como agir em casos de fraude

A pesquisa ouviu mais de 16 mil consumidores em 13 países, incluindo o Brasil. O estudo indica que boa parte dos participantes, incluindo de continentes como Ásia, Europa, América do Norte e América Latina, estão frustrados com as atuais opções para pagamentos presenciais e online.

Transações lentas (27%), falhas (28%) e falta de controle (28%) são algumas das maiores queixas dos brasileiros.

“Novos entrantes no mercado como fintechs e bigtechs também podem destravar oportunidades para gerar crescimento de receitas e relações mais próximas com consumidores por meio de pagamentos livres de conflitos.”, diz o estudo.

Um dos fatores que influencia as decisões é o aumento da concorrência e os novos comportamentos dos consumidores.

“O que coloca a receita em risco é o aumento da concorrência e os novos comportamentos dos consumidores”, diz a Accenture. 

O estudo ainda constatou que, embora os consumidores confiem em seus bancos mais do que em outros players de pagamentos, eles estão abertos a trocar por novos meios.

Entre os respondentes, um em cada cinco afirma possuir criptomoedas. Eles compraram criptomoedas por diversas razões. Vinte e oito por cento, como investimento de longo prazo, enquanto 22% por curiosidade ou para especulação. No entanto, 17% compraram para ter acesso a uma alternativa de método de pagamento, e 12% disseram que usam criptoativos para pagamentos no exterior.

Dos entrevistados que usam cartão de crédito como método de pagamento preferido, 31% consideram a hipótese de mudar para outro meio. Cerca de 15% querem reduzir despesas com juros ao optar por cartão de débito, dinheiro, “compre agora, pague depois” (BNPL – Buy now, pay later) ou cartão pré-pago. 

A outra metade (cerca de 15%) planeja mudar porque prefere a permissão ou o controle de aplicativos de banco, carteiras digitais ou apps ‘entre contas’ para pagamentos.

Dinheiro físico é o preferido

Apesar da crescente adoção a métodos digitais de pagamento, 66% dos consumidores ao redor mundo ainda preferem o dinheiro físico. No Brasil, esse número chega a 67%. No entanto, muitos já estão de olho em alternativas inovadoras.

A pesquisa indica que serviços como carteiras digitais já são usadas por de 56% dos consumidores, contra os 48% que usam cartão de crédito. Wallets são a opção mais popular da nova geração de pagamentos.

No Brasil, as carteiras digitais correspondem a 50%, contra 72% do cartão de crédito. O país está à frente quando o assunto é a adoção de novos meios de pagamento, principalmente com o uso do PIX. Só perdemos para Índia, o maior mercado do mundo quando o assunto é pagamento instantâneo.

Entre os atributos que os consumidores mais valorizam em uma carteira digital estão a tokenização, autenticação por biometria e transferências entre bancos e wallets.

fonte: Accenture

Outras opções, como “entre-contas” (A2A) e “compre agora, pague depois” (BNPL) tem feito sucesso e “mais disrupção está por vir em pagamentos biométricos, máquina-a-máquina e pagamentos no metaverso.

“Isso pode parecer surpreendente, mas está alinhado com o entusiasmo do consumidor com soluções de pagamento sem atrito, que oferecem flexibilidade, velocidade e facilidade de uso – sem prejuízo da segurança”, explica o levantamento.

Em uma pesquisa recente, também da Accenture, 94% dos executivos de banco concordaram que as vidas das pessoas estão mudando mais velozmente do que eles podem alterar seu negócio.

Com a crise econômica global, inflação, guerra Rússia x Ucrânia e recuperação pós-pandemia, consumidores estão em busca de soluções digitais que tragam mais escalabilidade, rentabilidade, simplicidade, transparência, velocidade e segurança.
Quem não estiver de olho na nova economia digital e tokenizada, poderá ficar para trás.

“O desafio que os players do setor têm pela frente é tornar seguro para os consumidores pagarem em qualquer lugar, a qualquer hora, de qualquer modo.  Para isso, eles podem introduzir uma ou mais das seguintes estratégias como fazer parcerias para escalar; foco em nichos e pensar além dos pagamentos.” concluí a Accenture.

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Aline Fernandes
Aline Fernandes atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por diversas redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia dentro do pregão da BM&F Bovespa, hoje B3...
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