O Banco Central do Brasil já definiu os próximos passos para o Real Digital. Eles incluem analisar o nível de privacidade dos dados para garantir o nível máximo de segurança para todos os envolvidos no ecossistema
De acordo com o coordenador do projeto, Fábio Araújo, o foco é analisar o nível de privacidade dos dados e a infraestrutura de testes. Se tudo der certo, o Piloto do Real Digital pode começar a partir de abril de 2023.
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Lançamento do Real Digital será definido em 2024
Nós conversamos com o economista do BCB sobre os próximos passos da CBDC brasileira:
- Quando começarão essas análises?
O Bacen planeja começar a preparar a infraestrutura de testes do Piloto do Real Digital a partir de abril de 2023. Desde o início dessa implantação, as características relevantes do sistema – como interoperabilidade, segurança e privacidade – serão avaliadas.
- Quando passará por testes para avaliar privacidade de transações?
Após a implantação da infraestrutura de testes do Piloto do Real Digital, serão efetuadas simulações que avaliarão, entre outras características, a privacidade das transações.
- Quais são os próximos passos do Real Digital?
No momento, o Real Digital está concluindo o LIFT Challenge, uma etapa de testes de casos de uso. Em seguida, ainda no primeiro semestre de 2023, ele passará à etapa de piloto, na qual são feitos testes de infraestrutura e privacidade.
Assim que estes testes forem concluídos, será possível a ampliação das funcionalidades do sistema com a perspectiva de atingir, ao fim de 2024, um nível de maturidade do projeto que permita o lançamento do Real Digital.
Real Digital
Com o Real Digital, o Banco Central fará a ponte para o ambiente DeFi, ligando o sistema bancário ao mundo digital. A expectativa, portanto, é que isso popularize o conceito de tokenização, aumente a eficiência bancária e implemente a interação de tokens com carteira digital. A CBDC brasileira também terá integração com o PIX.
Entre os desafios citados pelo BC estão a escalabilidade, taxas de liquidação, limitações de plataformas Blockchain, interoperabilidade e falta de maturidade sobre as novas tecnologias.
Já as oportunidades listadas pelo Bacen incluem, por exemplo, a redução dos custos de transação e fricções para projetar, distribuir, negociar e liquidar acordos financeiros, auditabilidade, rastreabilidade, transparência, inclusão financeira, ferramentas automáticas ao alcance de todos com transparência e execução não discriminatória.
Empresas como Itaú Unibanco, Santander Brasil, B3, blockchain R3, Microsoft, Visa do Brasil, ConsenSys e Aave estão entre os parceiros selecionados que estão desenvolvendo parte das soluções para implementar o Real Digital.
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, disse que a implementação do Real Digital pode ocorrer até 2025. Ele deu a declaração durante uma apresentação no Milken South Florida Dialogues 2023, evento sobre inovações digitais, nos Estados Unidos.
O presidente do Banco Central falou sobre inovações digitais, defendeu a tokenização e a autonomia da instituição.
Campos Neto quer integrar PIX, Open Finance, internacionalização da moeda brasileira e o Real Digital. Ele explica que nos próximos anos, esse processo de inovação levará a “um sistema financeiro cuja concorrência será não só por produto, mas também por canal”.
“Prevemos esses quatro blocos de construção dando origem a agregadores financeiros, permitindo que os clientes acessem informações e serviços de diferentes bancos usando as mesmas aplicações”.
BC participa de edição de texto de Lei Cripto
Após o governo sancionar a Lei nº 14.478 que regulamenta o ecossistema dos criptoativos no Brasil no final de dezembro de 2022, faltava esclarecer quais instituições participariam do processo para regular e fiscalizar os criptoativos.
De acordo com o Valor Econômico, a proposta de texto já está sendo elaborada no Ministério da Fazenda, pelo secretário-executivo Gabriel Galípolo, e pelo secretário de reformas econômicas, Marcos Pinto.
Após a conclusão da redação pelo Ministério da Fazenda, a Casa Civil deverá receber o texto para revisar a proposta. Após essa etapa BCB e CVM devem participar na criação do texto com conhecimentos técnicos para criar normas para empresas de criptomoedas que operam no Brasil.
Ainda não está confirmado oficialmente e nenhum detalhe técnico foi divulgado até agora, mas tudo indica que o BCB deve ser o responsável por regular e fiscalizar corretoras e plataformas de criptomoedas
Já a CVM deve ser a responsável por exemplo, por analisar os valores mobiliários tokenizados, emitidos como security token por empresas do mercado.
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