A Arkham está sob críticas ao continuar revelando o que afirma ser 97% das participações em Bitcoin de Michael Saylor e da Strategy (antiga MicroStrategy).
Dada a influência de Saylor no mercado de cripto, a exposição levantou temores sobre centralização, risco operacional e colapso de mercado.
O BeInCrypto relatou a descoberta inicial da Arkham ontem (29), vinculando 70.816 BTC à Strategy. A revelação contrariou a postura de sigilo do presidente executivo da empresa, Michael Saylor.
“A maneira convencional atual de publicar prova de reservas é uma prova de reservas insegura. Nenhum analista de segurança de nível institucional ou empresarial pensaria que publicar carteiras é uma boa ideia”, Saylor argumentou.
Apesar da exposição gerar reações divididas, a empresa de análise de blockchain avançou com mais uma revelação, ampliando sua identificação de 87,5% para 97% das participações em Bitcoin da Strategy.
Especificamente, a Arkham Intelligence localizou mais 53.833 BTC, avaliados em aproximadamente US$ 5,75 bilhões. Com isso, a estimativa total das participações de Saylor em Bitcoin chega a US$ 59,92 bilhões.
De acordo com o especialista em blockchain, o esforço faz parte de um movimento em direção a uma prova de reservas (PoR) aberta e acessível ao público.
No entanto, enquanto a Arkham comemora seu avanço em transparência — sendo a primeira a identificar essas participações de forma pública — muitos no setor de cripto consideram a ação uma perigosa invasão de privacidade.
Michael Saylor e Strategy são um único ponto de falha?
Especialistas da indústria estão levantando alertas sobre as possíveis consequências de revelar uma grande concentração de Bitcoin associada a uma única entidade. O tema ganha ainda mais relevância diante da influência de Michael Saylor no ecossistema cripto.
“Se eles moverem esse BTC das carteiras, espere um colapso de mercado. Acabamos de identificar um novo ponto de falha”, alertou Markus, um veterano do Bitcoin e nômade cripto, em uma publicação.
Outros reforçaram os riscos da exposição. Entre eles, o trader de memecoins MadPunk reiterou o temor de uma liquidação em larga escala.
“Você acha que está fazendo um ótimo trabalho ao expor suas carteiras secretas, mas se ele tentar vender um Bitcoin, todo o mercado vai desabar”, escreveu o trader.
A revelação alimentou um intenso debate sobre o equilíbrio entre transparência, segurança operacional e o poder de grandes players no mercado. Para alguns, os dados públicos da blockchain devem ser utilizados para garantir responsabilidade em uma era marcada por promessas corporativas não comprovadas.
“Para quem pergunta por que a Arkham faria isso… você esqueceu por que o crash de 2009 aconteceu? Já ouviu falar de ouro de papel e Bitcoin de papel? Sabe que empresas mentem para ganhar fama e dinheiro? Se você se gaba de ter comprado US$ 60 bilhões em Bitcoin… mostre os recibos”, comentou The Modern Investor, um usuário influente no X.
Enquanto isso, há quem veja a exposição das carteiras de uma figura pública como ameaça à resistência à censura e ao princípio de soberania pessoal do Bitcoin.
A percepção é de que o mercado como um todo fica mais vulnerável, considerando que a Strategy controla uma fatia expressiva do suprimento circulante de BTC.
Exposição de carteiras reforça temores
Michael Saylor tem defendido consistentemente que o Bitcoin é o ativo definitivo, tendo convertido as reservas de caixa da Strategy e levantado capital via dívidas para acumular BTC.
“A única coisa melhor que Bitcoin é mais Bitcoin”, escreveu Saylor em uma postagem.
Agora, com a maioria de seus endereços revelados, analistas avaliam que Saylor pode estar em uma posição delicada. Por outro lado, há quem acredite que ele não pretende vender.
“Lol, Saylor não quer vender. Ele já está com o ativo máximo. Vender para quê? Ele trocou fiat por Bitcoin. Você trocaria dólares por rúpias indianas? A resposta é não. Vender BTC por USD é o mesmo”, comentou Josef Rakich, outro usuário conhecido no X (antigo Twitter).
Ainda assim, as preocupações se intensificam. Se qualquer uma dessas carteiras registrar movimentações, o mercado pode interpretar como sinal de liquidação, gerando pânico.
Com tantos fundos agora associados a endereços públicos, alguns alertam que Michael Saylor ou a Strategy poderiam se tornar alvos diretos de agentes mal-intencionados. Há precedentes: os EUA lideram os casos de sequestro ligados a cripto, e a França também registrou alta nos crimes envolvendo ativos digitais.
Enquanto a campanha da Arkham desafia os limites da transparência no setor, ela também expõe como a confiança do mercado ainda é frágil. O BTC de Saylor, antes símbolo de convicção, agora surge como uma possível fonte de risco sistêmico.
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